Carteira de investimentos está bem-posicionada em títulos públicos atrelados à inflação e em renda variável, que tende a valorizar mais, diz Ricardo Serone, diretor Financeiro e de Investimentos da instituição
“A redução na taxa Selic anunciada nesta reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) favorecerá os planos geridos pela BB Previdência, uma vez que a carteira de investimento da companhia está bem-posicionada, principalmente em títulos públicos vinculados à inflação, além de ativos em renda variável que podem valorizar mais e propiciar expansão também no portfólio gerido, trazendo retornos bastantes positivos no curto e longo prazos”, analisa Ricardo Serone, Diretor Financeiro e de Investimentos instituição.
Segundo o executivo, a BB Previdência, diante das incertezas nos cenários internos e mundial, previa que um corte de 0,25 ponto percentual pudesse ser definido, interrompendo o ciclo de seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual da Selic verificado nas últimas reuniões do Copom até março de 2024. Entretanto, uma redução maior, de 0,50 ponto percentual, como vinha sendo estimado por parte do mercado, também não afetaria a Política de Investimentos da companhia, tampouco os retornos já previstos para a carteira da entidade, enfatiza Serone.
As incertezas entre as reuniões de março e de maio foram provocadas, especialmente, pelas perspectivas de juros altos nos Estados Unidos por um tempo além do previsto, a valorização do dólar e as incertezas fiscais no Brasil, com a mudança nas metas de resultado primário a partir de 2025, além do aquecimento econômico com as previsões de alta no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Esse conjunto trouxe novamente uma grande expectativa sobre qual seria o corte na taxa Selic, como ocorreu no ano passado, lembra Serone.
“Todos acreditavam em corte, mas as apostas se dividiam para maio, com o Relatório Focus divulgado, no dia 3 de maio, reforçando tendência de Selic maior neste ano”, diz. O Focus aumentou a estimativa da taxa Selic para 9,63% em 2024 e manteve 9,0% em 2025. Já a projeção para 2026 subiu pela segunda semana consecutiva, de 8,63% para 8,75%. A taxa esperada para 2027 está em 8,50%, há 39 semanas. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi reduzido para 3,72%, em 2024, enquanto a projeção para 2025 subiu para 3,64%.