Por um mundo mais cooperativo

Luiz Paulo Tostes Coimbra*

Luiz Paulo Tostes Coimbra

Em 06 de julho, completa-se 101 anos em que foi instituído o dia celebração do Dia Internacional do Cooperativismo. Entretanto, o registro da primeira cooperativa do mundo é ainda mais antigo, remete a meados do século XIX, quando, em plena Revolução Industrial na Inglaterra, operários se organizaram em busca de melhores condições econômico-sociais. No Brasil, as primeiras cooperativas são do final do século XIX, fruto da vinda de imigrantes europeus. Mas, quando pensamos no significado da palavra cooperação – uma ação conjunta para uma finalidade, objetivo em comum -, observamos que o cooperativismo é tão antigo quanto a própria humanidade. Pois desde sempre a cooperação entre os homens tem sido fundamental para o desenvolvimento da sociedade.

Desde a primeira cooperativa inglesa, passaram mais de 180 anos e, ao longo deste período,  o cooperativismo se estabeleceu como um sólido braço da sociedade, constituído para prestar serviços aos seus associados. Quem atua nesse universo vive diariamente o engajamento de contribuir para o desenvolvimento de um modelo de negócio visionário, que vai além de trazer renda para os seus cooperados. Seus benefícios impactam todos os envolvidos na cadeia de entrega dos serviços, e toda a comunidade em torno das cooperativas. São associações que se baseiam em valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade.

Foi baseado nesses valores que o cooperativismo se consolidou como uma força econômico-social. Somente em 2022, segundo o AnuárioCoop – Dados do Cooperativismo Brasileiro, gerou mais de 500 mil empregos diretos. O Sistema Unimed, por exemplo, é formado por 336 cooperativas médicas presente em mais de cinco mil municípios, o que representa nove de cada dez cidades do país. Somos mais de 116 mil médicos cooperados e geramos 147 mil empregos direto. O Sistema é responsável pelo atendimento a mais de 20,5 milhões de pessoas. Isso equivale a 10% da população e a 39% do mercado de saúde suplementar. Somente as cooperativas Unimeds cuidam de mais do que o dobro de vidas da população de Portugal.

O fundamento da existência da Unimed como uma cooperativa de trabalho médico é o de gerar, com sustentabilidade, serviço e renda para nossos médicos cooperados, servir as pessoas e contribuir para o desenvolvimento da medicina no Brasil. Essa é a nossa bandeira principal, nosso DNA. Fazemos parte de um sistema cooperativista, a maior experiência da área de saúde no mundo. Para nós, o cooperativismo é mais que um modelo de negócio, é uma mudança de pensamento onde o individual dá lugar ao coletivo, sem perder a individualidade. É nisso que acreditamos.

Vivemos um período de enormes transformações econômico-sociais, resultado das inovações tecnológicas que tornam inclusive a economia cada vez mais digital. Ao mesmo tempo, a sociedade tem cobrado de empresas e organizações responsabilidade socioambiental, bem como lisura e transparência em suas gestões, pois há uma preocupação crescente com a necessidade de se alcançar um desenvolvimento sustentável. Talvez já tenha passado da hora do mundo se espelhar nas mais de 3 milhões de cooperativas existentes e aprender como trabalhar em conjunto para um objetivo em comum. Isso fará, sem dúvida nenhuma, o cooperativismo protagonista na busca por um futuro melhor.

*Luiz Paulo Tostes Coimbra é presidente da Unimed Nacional e há 35 anos se dedica ao cooperativismo

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