Mudança de narrativa contribui para mostrar o papel do mercado de seguros à sociedade

Roberto Santos fala sobre a imagem do setor, a importância da criação das jornadas e a sua nova fase de vida em fechamento do ciclo de palestras em comemoração ao centenário do Sindseg PR/MS

Um só discurso: o da indústria seguradora brasileira. Pensar sob o prisma de que a sociedade precisa conhecer o papel do mercado de seguros gerou um movimento diferente com a ocorrência da tragédia ocasionada pelas chuvas no Rio Grande do Sul entre abril e maio deste ano.

Altevir Prado (à. esq.) e Roberto Santos (crédito das fotos: Jaime Costa)

As companhias, que em outras situações divulgavam o volume de indenizações pagas meses após os eventos, foram motivadas a informar os dados à Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) ainda durante a ocorrência e calor da emoção. O órgão compilou as informações e com certa periodicidade informou aos jornalistas da mídia especializada e da grande imprensa e, consequentemente, à sociedade o volume das indenizações pagas. Atualmente, as 50 mil indenizações pagas somam cerca de R$ 6 bilhões.

“Precisamos mudar de dentro para fora e estamos conseguindo fazer isso. No episódio do RS, a chuva começou em uma quarta-feira e na sexta-feira nós fizemos uma reunião e dissemos: precisamos assumir a narrativa desta história. Vamos dizer o que estamos fazendo pela sociedade, que é o nosso papel”, contou o presidente do Conselho de Administração da CNseg e membro do Conselho Diretor da Porto Seguro Roberto Santos, que atuou pessoalmente para incentivar o board das seguradoras a compartilharem rapidamente as informações.

Ele foi o quinto grande nome do mercado de seguros a participar do Ciclo de Palestras em Comemoração ao Centenário do Sindicato das Seguradoras do Paraná e Mato Grosso do Sul (Sindseg-PR/MS), realizado em 13 de agosto no Radisson Hotel, em Curitiba (PR).

O resultado do esforço em reunir dados de todas as seguradoras em curto espaço de tempo foi positivo. “O mercado aprendeu que tem que assumir a narrativa e falar rapidamente. Cabe a nós mostrarmos quem somos e darmos visibilidade para a importância do que fazemos. É assim que conseguiremos crescer a nossa indústria e estamos fazendo isso com muita comunicação”, reforçou.

Santos lembrou que, inclusive, a imagem do setor é um pilar importante do Programa de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS). “A questão da imagem está muito ligada a como vendemos o mercado de seguros, desde o vocabulário que utilizamos, pois é difícil para a sociedade entender que o que ela paga é prêmio. Temos uma missão nobre porque vendemos proteção”.

Segundo ele, o setor avança no objetivo de aumentar a penetração dos seguros no País, atualmente em 6%, e possui a meta de chegar a 10%.

Além da mudança de narrativa, Santos destaca que o mercado precisa transmutar a postura reativa em proativa quando se tratar de efeitos climáticos. “Atitudes positivas e proativas mudam a nossa imagem”.

Jornada: simplicidade, velocidade, resolutividade

Para Santos, a tecnologia é um instrumento para construir jornadas. Porém, antes de chegar na construção das jornadas passar-se pela mudança de modelo mental. “É muito difícil o mercado fazer isso. É necessário construir jornadas pensando na necessidade do cliente e não na sua jornada. Parece óbvio, mas não é”, disse o executivo, ao destacar que é importante avançar nesse quesito.

A construção da jornada do consumidor é marcada por três pontos: simplicidade, velocidade e resolutividade.

Santos deixou a presidência executiva da Porto em janeiro, mas segue no Conselho de Administração da companhia, participando do conselho consultivo da vertical de seguros, de saúde e do comitê de riscos, e transmitiu durante a palestra reflexões sobre a sua trajetória. Ser justo, corajoso e desprendido foram características marcantes da trajetória de êxito do executivo de 63 anos, 44 deles dedicados ao mercado de seguros.

“Uma honra receber o Roberto Santos e encerramos com chave de ouro. Nesses cem anos, a nossa instituição passou por momentos históricos, muitos deles bem complicados no Brasil e no mundo. Sobrevivemos a tudo. A nossa grandeza não está somente na nossa história, mas também no presente atuando e fomentando a cultura do seguro”, destacou Altevir Prado, presidente do sindicato.

Roberto Santos: “Cabe a nós mostrarmos quem somos e darmos visibilidade para a importância do que fazemos”

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