Empreendedorismo marca as gestões de Camillo no Sincor-SP

“Um dos legados que deixo é a formação de líderes perfeitamente capazes para continuar o trabalho necessário do Sincor São Paulo”, afirma Alexandre Camillo

Karin Fuchs

Ao longo de oito anos, por duas gestões seguidas, Alexandre Camillo comandou o Sincor-SP com a bandeira do empreendedorismo. Essa era a contribuição que Camillo tinha em mente ainda em sua plataforma de campanha abraçada por toda a equipe após a eleição.

Em todo esse período, o Sincor-SP se dedicou a levar instrumentos para que os corretores de seguros pudessem se desenvolver, como bem diz Camillo. “Com o empreendedorismo, procurei muito mais do que desenvolver o corretor, mas criar uma consciência de que ele pudesse se desenvolver. Claro que nós fizemos a nossa parte, que foi lutar por um ambiente de negócio seguro, fomentar o desenvolvimento, lutar frente às situações legais e tributárias, e de tudo o que é papel da entidade”.

Durante a sua gestão foram vários eventos marcantes e, como diz Camillo, até ousados, a exemplo do Cruzeiro Família Sincor-SP, que foi realizado em fevereiro de 2016, na rota Santos-Búzios, com passagem pelo Rio de Janeiro e retorno a Santos (SP). “Nós tivemos a ousadia de fazermos uma palestra de trabalho durante o cruzeiro e, para a nossa surpresa, ela lotou”, diz.

Entre um Conec e outro, nos anos ímpares em que esse evento não é realizado, o Sincor-SP procurou surpreender cada vez mais os corretores de seguros, levando, claro, a mensagem do empreendedorismo. No mesmo ano do cruzeiro a entidade promoveu a “Oficina do Empreendedorismo”, em Atibaia (SP). Em 2019, em parceria com o Sindseg SP, foi a vez do “Seguro em Todo o Estado”, e também no mesmo ano, o Fórum de Oportunidades, realizado em diversas regiões do Estado de São Paulo.

“O Fórum de Oportunidades percorreu o interior do Estado. Enche-me de orgulho a interiorização de eventos de alto nível e a credibilidade de levarmos os presidentes das companhias. Uma das coisas que me marcou foi eu ter saído de São Paulo de manhã para acompanhar o Ferrara (José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine) e o Gutiérrez (Luis Gutiérrez, na época, CEO de Seguros da Mapfre Brasil), e só voltarmos à noite. É difícil para executivos dessa grandeza ficarem fora da empresa o dia todo”.

Camillo acrescenta que o Fórum de Oportunidades foi o maior programa regionalmente de acesso ao corretor de menor porte. “Para ele se fazer presente, ser conhecido, conhecer lideranças e executivos das companhias e, às vezes, as próprias lideranças locais. Antes da pandemia, chegamos a realizar, em média, quase 500 eventos por ano. Nenhuma gestão olhou tanto para o corretor de menor porte como essa, em todos os sentidos”.

Com a pandemia, o Sincor-SP logo se adaptou e outro marco foi o Sincor Digital – Conectando o Mercado de Seguros, com as participações de Patrick Larragoiti e Nilton Molina, respectivamente, presidentes dos conselhos de administração da SulAmérica e da MAG Seguros, e de Jayme Garfinkel, ex-presidente do Conselho de Administração da Porto Seguro. “Recebi um elogio sobre esse evento, dizendo ter sido moderno e com toda a tradição ao levarmos esses grandes nomes do mercado de seguros”.

Legados

Ao fazer um balanço, Camillo diz que mais do que no discurso, ele e toda sua diretoria buscaram dar o exemplo. “Praticando o que falávamos. Hoje, a entidade tem a atuação de uma empresa pronta para o momento atual, para evoluir e para encarar os desafios que virão. E pronta para atender aqueles que compreenderam isso e que tenham essa visão”.

Questionado qual é o maior legado que ele deixa, Camillo coloca mais de um. “São muitos que eu poderia citar. Estou terminando o meu ciclo à frente do Sincor São Paulo muito satisfeito, porque sei o que fiz, o que me motivava a fazer, sei das minhas intenções e sei que muitas coisas ficarão. Uma delas foi que nós criamos um ambiente pacificado. Quando assumimos, havia um sentimento de nós contra eles. Mas, quem é nós contra eles?”. Um sentimento que, segundo Camillo, deixou de existir.

E o mesmo extrapolou para o mercado. “Nós procuramos ter esse mesmo ambiente pacificado e conciliatório com as seguradoras, com a Fenacor, com a Escola de Negócios e Seguros (ENS). É só nesse ambiente pacificador que conseguimos avançar. Claro que, às vezes, há opiniões convergentes, mas conversando, tudo se resolve”.

Camillo diz representou a classe da melhor maneira possível. “Quando você é um líder de uma categoria, acaba espelhando-a nas  suas atitudes. Nós atravessamos oito anos de gestão no Sincor. Não é mérito nenhum, mas não há absolutamente nada a ser questionado, nem sequer um comentário. Passamos por anos super difíceis, com enormes perdas financeiras e, hoje, a entidade é superavitária, com as contas equacionadas”.

Mesmo nos momentos difíceis, o sindicato não deixou de representar os corretores. “Apesar de tudo o que passou, a entidade não deixou de representar o corretor em momento algum. Nós nos mantivemos firmes e fortes, o que é um motivo também de orgulho para o corretor”.

Também com exemplos de superação. “Muitos achavam que o corretor de seguros desapareceria com a bancarização. Ela veio e, ao contrário, formou corretores e fortaleceu a categoria. Também achavam que a tecnologia substituiria o corretor. Com a pandemia ficou claro que se ela não existia, eles estariam perdidos. A tecnologia foi uma benção para os corretores continuarem suas atividades. E, dia após dia, o consumidor dá prova da competência e da necessidade do corretor de seguros”.

Por fim, Camillo fala sobre lideranças. “Um dos legados que deixo é a formação de líderes perfeitamente capazes para continuar o trabalho necessário do Sincor São Paulo”. Ele termina a sua gestão no fim deste ano. A votação para a nova diretoria ocorrerá no dia 16 de novembro.

Conteúdo da edição de agosto (234) da Revista Cobertura

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