Ao classificar a atividade de seguros como procíclica, o Presidente da CNseg justificou o comportamento do setor perante a pandemia: resiliente no pior momento da crise epidemiológica e em expansão acelerada aos primeiros sinais de retomada econômica a partir do segundo semestre, perfazendo o movimento em V em sua reação.
Em números, significou uma expansão de mais de 12,9% em 2019, desaceleração para 1,3% em 2020, e alta anualizada de 12,2% até agosto de 2021. Marcio Coriolano foi um dos participantes do webinar Bússola, plataforma de conteúdos publicada no site da Revista Exame, cujo tema central foi “Seguros e Previdência: aspectos da pandemia e o futuro do setor”. Realizado nesta quarta-feira, 27, e moderado pelo jornalista Rafael Lisbôa, o webinar contou também com a presença de Paula Toguchi, Superintendente de Produtos da MetLife, e de Edson Toguchi, Vice-Presidente de Produtos da Ezze Seguros, que relataram as principais ações dos seus grupos perante a pandemia.
Marcio Coriolano reconheceu que os danos colaterais da pandemia (recessão, desemprego, e renda em queda) afetaram o setor como um todo, materializando-se, contudo, de forma heterogênea entre os ramos e modalidades de seguros. Os ramos de seguros ligados a atividades econômicas, como Riscos de Engenharia, Seguro Viagem, Garantia Estendida, tiveram contração, voltando a níveis de 2019, 2015 e 2011, respectivamente.
Ao mesmo tempo, a pandemia despertou o sentimento de aversão a riscos por enormes parcelas da população, levando-as à compra de seguros, preferencialmente de Vida, Saúde, Residencial e Habitacional para se cercar de proteção. Também se destacaram o seguro Rural, o de Crédito e o de Responsabilidade Civil.
A desregulamentação promovida pela Susep nos últimos dois anos foi outra contribuição para o andamento positivo dos negócios, por dar mais flexibilidade aos produtos e liberdade de ação. Marcio Coriolano, contudo, destacou dois pontos de atenção no processo de desregulamentação do setor: a submissão dos prazos de implantação do open insurance aos do open banking e o papel das Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro (SISS), em consulta pública, que não está claro além de não prever o corretor de seguros.
Marcio Coriolano afirmou que o mercado de seguros, um dos mais ágeis em se adaptar aos desafios criados pela pandemia, está pronto para atender a um consumidor que será cada vez mais empoderado, mais tecnológico, com menos renda disponível e disposto a se aproveitar das melhores oportunidades que serão criadas com a concorrência mais acirrada esperada no setor nos próximos anos.