Plataforma permite identificar fraudes de identidade e comportamento suspeito de usuários para se antecipar aos crimes
A facilidade em encontrar informações privadas na internet e os problemas de vazamento de dados, contribuem para que fraudadores ataquem diversas empresas do mercado através da engenharia social. Para resolver essas questões, a Minds Digital, IDTech especializada em biometria de voz, utiliza inteligência artificial para identificar padrões de comportamentos suspeitos em tempo real e diminuir os riscos em operações que envolvem autenticação por voz.
De acordo com Marcelo Peixoto, CEO da Minds Digital, é por meio da inteligência artificial que a IDTech realiza um processo de biometria para autenticar o usuário usando a sua própria voz. “Em até 3 segundos a voz é validada e os resultados são apresentados em tempo real para o atendente da empresa, através da integração com o CRM. Além da análise biométrica, é realizado um mapeamento de comportamentos suspeitos, como casos de clientes que ligam de DDDs ou telefones diferentes para falar de um único CPF, ou a mesma voz ligando para falar de CPFs distintos”, explica.
Desse modo, com a plataforma integrada ao call center, as ligações recebidas são repassadas para o API da Minds, bem como para o sistema de gestão interna da empresa que utiliza a biometria de voz. Ao identificar um comportamento suspeito, a plataforma notifica o time de prevenção a fraudes e oferece um histórico de operações e insights para que o time responsável possa investigar e decidir qual decisão tomar. “Alguns preferem abrir a flag e travar as operações do call center, bloqueando ações como alteração dos dados cadastrais ou a emissão da segunda via do cartão de crédito”, sinaliza Peixoto.
“O processo de autenticação tradicional é muito fraco para validar a identidade de um cliente. Além de levar quase duas horas para ser concluído, acaba sendo a porta de entrada para ataques fraudulentos. O modo como operamos permite não somente a identificação de uma operação suspeita, mas também otimiza o tempo no atendimento”, explica o CEO. Isso oferece para as empresas a redução dos custos operacionais e do tempo médio de atendimento, garantindo para o cliente agilidade no atendimento e segurança.
O método utilizado pela Minds cria a representação imagética do que seria a voz da pessoa e a compara com outras vozes do banco de dados colaborativo, para identificar quem está falando. Essa representação é abstrata e funciona apenas para o modelo da IDTech, que consegue comparar as interpretações e dizer o quão similares elas são. Em contrapartida, ela é passada para um formato de imagem, conhecido como espectrograma de áudio, que permite definir quais frequências estão sendo ativadas. Ao determinar essa sonoridade, o sistema capta o timbre de voz e analisa as demais características específicas.
Foi utilizando a tecnologia da Minds que, dentre as mais de 20 mil ligações diárias para o call center, o Banco Bmg descobriu a atuação de uma quadrilha e conseguiu prevenir mais de R$ 6 milhões em fraudes. A plataforma permitiu identificar o modus operandi dos criminosos e notificar o time de prevenção, possibilitando uma apuração mais detalhada na tomada de decisão.
Para conseguir identificar as ligações realizadas a partir de gravações, a IDtech treinou uma rede neural específica com áudios em mp3, obtendo 94% de precisão na análise das ligações recebidas no call center do Bmg. Pensada para ser um SaaS, a plataforma foi projetada para exigir o mínimo possível de esforço do atendente das centrais, com usabilidade simples e que não precise de um treinamento específico. Com isso, as empresas conseguem operar sozinhas de forma rápida e prática.
Segundo a Minds, sua inteligência artificial é utilizada constantemente para acompanhar a evolução das táticas usadas pelas quadrilhas, além de garantir uma melhor experiência para os usuários. “Nós estamos sempre aprimorando nosso produto para garantir que a experiência com a inteligência artificial seja cada vez mais humanizada e personalizada para cada cliente. Nosso objetivo é melhorar a experiência do usuário, tendo como base a segurança e confiança no serviço”, afirma Peixoto.
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, aponta que 6 em cada 10 consumidores sofreram alguma fraude financeira entre julho de 2020 e julho de 2021, enquanto do outro lado das telas estão as seguradoras, operadoras de celular e bancos. Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as fraudes bancárias aumentaram 165% no primeiro semestre de 2021 em comparação ao mesmo período de 2020.