Com a criação da área Novos Canais, “chegou o momento de voltarmos a dar atenção aos corretores de seguros”, diz Rodrigo Caravelli
Karin Fuchs
Com o objetivo de ampliar a sua participação de mercado, em 2020, a Brasilprev criou a área Novos Canais. “Discutimos, planejamos e executamos um plano para estarmos em outros balcões, não só o do Banco do Brasil”, afirma o superintendente da Área, Rodrigo Caravelli. O primeiro passou foi verificar se o portfólio estava adequado. “Hoje, o produto disponível para o corretor vender é rigorosamente o mesmo que está no Banco do Brasil. Ele não corre o risco de competir com o gerente do banco, em termos de condições”.
Caravelli conta que o segundo passo foi a atualização do portal. “Nós o relançamos neste ano e ainda há melhorias que precisamos acoplar, mas entendemos que a jornada de venda ficou mais moderna e um pouco mais intuitiva. A ideia é agregar outros serviços e oferecer uma experiência de venda mais completa para o corretor”.
Segundo o superintendente, a Brasilprev é uma empresa B2B. “Quem vende é o banco e nós damos o suporte. Esse mesmo know how nós queremos trazer para o corretor e ajudá-lo no processo de venda”.
Distribuição
Pela capilaridade da rede de distribuição do Banco do Brasil, a Brasilprev priorizou este canal, porém, manteve o canal corretor. “Somos uma seguradora de um único produto, só fazemos gestão de planos de previdência complementar e do produto, que é distribuído pela rede do Banco do Brasil. Somos o que somos e temos o que temos, graças ao poder de distribuição do Banco do Brasil, pela capilaridade e a possibilidade dele chegar a locais que talvez outros players não consigam”, afirma.
No entanto, diz ele, “chegou o momento de voltarmos a dar atenção aos corretores de seguros. Não só por ele integrar os novos canais de distribuição, mas porque daqui em diante, ele ficará mais relevante se aproveitar a oportunidade que está aparecendo. Tem um espaço de protagonismo e de interlocução que está disponível para ele”.
A Brasilprev já chegou a ter 1,5 mil cadastrados, começou o ano de 2021 com 211 e agora são 400. “A ideia em 2022 é trazermos mais corretores”.
Pesou também na decisão os rumos do setor bancário. “Estamos vivendo um momento em que cada vez mais, as pessoas têm menos aderência ao que é a proposta de valor dos bancos tradicionais. Se eles ainda têm o desafio de bancarizar a população onde eles não estão, o segundo desafio é lidar com a desbancarização onde eles estão e principalmente, com o processo de desintermediação”, comenta.
Consultoria
Diferentemente de produtos mais simples, que nas palavras de Caravelli não vão requerer a intermediação, em se tratando de previdência complementar, a consultoria do corretor de seguros faz e fará a diferença. “Pela experiência que temos até agora, é um produto que tem muita dificuldade de escalar digitalmente, pois há decisões que ganham uma super relevância quando alguém está intermediando de forma humana”.
Entre elas, a contratação de um plano PGBL ou VGBL, saber qual é a tabela de tributação e onde o dinheiro está sendo investido ao longo do período de acumulação.