Liderada pelo 8VC e acompanhada por Dragoneer, Monashees,e Atlantico, a captação é um dos maiores volume Série A já recebido por uma insurtech na América Latina
A 180° Seguros, insurtech criada com o propósito de transformar a forma de distribuir e consumir seguros e assistências no Brasil, acaba de fechar sua rodada Série A no valor de R$ 177 milhões (U$D 31,4 milhões). Liderada pelo 8VC, já investidor da empresa, com a participação de Dragoneer, Monashees, Atlantico, Quartz, e Norte. O aporte é um dos maiores investimentos Série A já recebido por uma insurtech na América Latina. O capital será direcionado para novas contratações, tecnologia e novas parcerias.
Fundada em 2020 por Mauro Levi D’Ancona, Alex Körner e Franco Lamping – com experiências consolidadas no Nubank e Santander -, a 180° atua por meio de um modelo B2B2C, provendo uma solução completa para que empresas possam desenvolver produtos e vender de forma inovadora e digital, seguros e assistências para seus clientes. Com uma metodologia própria focada em alta tecnologia, a startup estuda cada canal de distribuição identificando oportunidades de criar produtos únicos com a venda de seguros na jornada do cliente final, como um seguro embutido ou “embedded insurance”.
Com o aporte, a insurtech deve investir ainda mais na equipe que, atualmente, conta com 50 colaboradores, sendo mais de 50% focados em tecnologia e produtos. “Queremos atrair os melhores talentos de todas as áreas para manter nosso time de primeira linha e continuar a criar uma cultura única”, diz Mauro Levi D’Ancona, fundador e CEO da 180°. Junto a isso, o plano é manter a estratégia de insurance as a service, com foco no desenvolvimento de produtos e na melhor experiência para todos os clientes. “O foco para 2022 é ampliar o número de parcerias com startups, varejistas e empresas em geral interessadas em agregar experiências de seguros digital para seus parceiros e clientes finais, investindo também em novos modelos de negócios com joint ventures e parcerias estratégicas”, completa o executivo.
“Estamos muito otimistas com o setor de seguros na América Latina e com a tecnologia que a 180° está construindo. Conhecemos o Mauro desde o Nubank e ele é um empresário extremamente impressionante. 8VC tem sido cada vez mais ativa na região e vemos Mauro com um jogador-chave no ecossistema tecnológico”, diz Jake Medwell, sócio fundador da 8VC.
Investimentos
A empresa começou com um aporte Seed de R$ 44 milhões feito pelos fundos Canary, Dragoneer, Rainfall e 8VC, no maior montante registrado no setor na América Latina. A partir daí, a 180° Seguros lançou, em menos de um ano, nove produtos e serviços inéditos em oito canais diferentes. Entre os destaques, o primeiro Seguro Residencial do País com programa de assistências por pontos; e o primeiro seguro com cobertura intermitente da América Latina para pertences de veículos por apenas R$ 0,49, feitos com a Loft e Zul+, respectivamente.
“Em nossa primeira rodada, conseguimos mostrar nossa visão de mercado e modelo de negócio. Provamos que existe uma demanda relevante pelo nosso modelo, lançando produtos e serviços inéditos no Brasil, com empresas parceiras que entendam o potencial do setor. Continuaremos a desenvolver soluções inovadoras que possibilitem o aumento na penetração de seguros no Brasil de forma simples, acessível e descomplicada”, recorda o CEO.
Setor em movimento
As perspectivas são extremamente positivas para as empresas que, como a 180°, estão buscando transformar o setor por meio da tecnologia e inovação visando uma melhor experiência de uso pelo cliente. Nos últimos anos, a SUSEP, regulador do setor de seguros, vem promovendo uma agenda regulatória favorável, fazendo com seja mais efetivo os esforços de inovação no setor.
A arrecadação do mercado de seguros chegou a R$ 303 bilhões em 2021 – considerando o ano móvel até outubro -, representando um crescimento de 12,6% em comparação a igual período de 2020. Estimativas da Confederação Nacional de Seguradoras (CNSeg) apontam para um crescimento de até 14,1% no fechamento de 2021 sobre 2020, desconsiderando seguros saúde e DPVAT.
“A transformação digital é um processo necessário, que está redesenhando a indústria de seguros nos últimos anos. A indústria do seguros sempre ficou um pouco aquém se comparada com a indústria financeira no Brasil, mas com a digitalização forçada pela pandemia, isso se tornou uma agenda estratégica e urgente para as seguradoras e também novos canais de distribuição que precisam diversificar suas receitas”, pontua o CIO e cofundador da 180° Seguros, Alex Körner.