Abertura do 22º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros traz à tona a emoção do reencontro presencial e de conquistas no difícil período de pandemia
Karin Fuchs
Depois de dois anos de pandemia, o 22º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros é um marco histórico para o setor pelo reencontro presencial entre os seus players: entidades, seguradoras e corretores. Realizado em Campinas (SP) até o próximo sábado, 5 de março, na abertura do evento, na noite de ontem, 3 de março, todos demonstraram essa emoção.
Boris Ber, presidente do Sincor-SP, disse que mais uma vez, a pandemia só mostrou que não há no mundo nenhum pós-venda tão bom quanto o dos corretores de seguros, mas que os desafios não param. “Esse novo mundo que vem pela frente, essa nova organização política mundial, tudo isso vai servir para uma reflexão muito grande para que nós, corretores de seguros, saibamos por onde, como caminhar e para quem dar as mãos. Principalmente entre nós, nos unirmos em buscas de oportunidades e de adaptações. Não faltará mais uma vez resiliência para pensarmos mais nesses tempos que virão pela frente”.
Na sequência, Joaquim Mendanha de Ataídes, presidente do Ibracor, falou sobre a importância da proteção. “Não tenho dúvida de que nós, corretores de seguros, também mostramos cada vez mais a nossa importância na proteção. O mercado de seguros se apresentou e isso é o mais importante. Vamos celebrar a vida e os desafios que vão vir daqui para a frente”.
Avanços
Do balanço dos últimos dois anos de pandemia, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, colocou que todos do setor foram colocados à prova, responderam adequadamente e houve avanços. “O primeiro deles, foi a união cooperativa de corretores e seguradores para enfrentar as comuns dificuldades do ciclo da pandemia e também da economia brasileira”.
O segundo, disse ele, “foi a rápida resposta do setor às demanda da sociedade nos momentos de restrição de mobilidade e de aperto do orçamento da população, do desemprego e das expectativas desacerbadas que o País atravessou e ainda vem atravessando. Em terceiro lugar, houve a demonstração de que somos um setor solidário, moderno e progressista e que a tecnologia que detemos foi e é uma ferramenta que deve ser utilizada”.
Novos tempos
À frente da Susep, Alexandre Camillo, comentou sobre a antiga gestão da autarquia e pediu o apoio de todos. “Voltamos a respirar e já foi tirado aquele espectro de temor do que será que vem pela frente. Isto traz um alívio enorme para nós e talvez ele não pudesse ter vindo em um momento mais oportuno. Com esta reflexão de que a maior conquista nós já tivemos, quero pedir para vocês, lideranças e todos os atores do mercado, a confiança e o apoio para que a gente possa, juntos ao colegiado já constituído e à nova diretoria, colocar em marcha o que o setor quer. Eu preciso desse apoio de vocês”.
Deputado federal e presidente da Escola de Negócios e Seguros (ENS), Lucas Vergílio, fez severas críticas à gestão anterior da Susep. “Junto aos nossos seguradores, nós sofremos muito, fomos duramente perseguidos e tivemos por um grande período sob um órgão que, infelizmente, era extremamente míope, não enxergava a realidade do setor de seguros e distorcia números para tentar justificar as suas atitudes”.
Para ele, é inadmissível que um setor que representa mais de 6% do PIB e que tanto contribui com as reservas e o desenvolvimento do País, não tenha sido mais respeitado pelo Governo. “Agora, isso está sendo corrigido de maneira correta, que é voltar ao órgão regulador uma pessoa extremamente comprometida com todo o setor de seguros. Sabemos que vamos ter um ambiente regulatório muito mais saudável, muito mais previsível e calmo, e que poderá fazer com que vocês possam crescer, sustentar suas famílias, gerar emprego e renda para o nosso País”.
Reconhecimento
Anfitrião do Congresso, o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, destacou o papel dos corretores na crise sanitária. “Poucas categorias podem se orgulhar tanto do que a dos corretores de seguros pelo que tem feito ao longo da mais séria e grave crise sanitária. A sociedade hoje nos vê e nos percebe como os agentes do bem-estar social e do desenvolvimento econômico. Várias pesquisas recentes evidenciam que a população anseia e deseja por nossa assessoria, nossa consultoria, conselhos, orientações e atendimentos”.
Ele também falou da iniciativa da Fenacor junto aos Sincors, rapidamente abraçada por praticamente todas as seguradoras, que resultou no pagamento em indenizações às famílias, mesmo nos casos em que as condições contratuais estabeleciam a exclusão para as coberturas de pandemia. “Já são mais de R$ 25 bilhões em indenizações, mais de R$ 6 milhões somente no Vida. A sociedade reconhece essa que foi mais do que uma decisão acolhedora do setor, foi um gesto grandioso, nobre e humano”.
Dário Saadi, prefeito de Campinas (SP), agradeceu a Fenacor por ter escolhido a cidade para sediar o evento e contou a sua própria experiência com corretores de seguros. “Esse Congresso tem um valor muito grande para mim. É o primeiro grande evento que a cidade tem depois desse período tão difícil como foi a pandemia. Na minha vida, sempre fiz muitos seguros e sempre tive corretores que foram excelentes profissionais, sempre comentei que a palavra corretor é tradicional, envolve quem trabalha com transações comerciais, mas o corretor de seguros é muito mais do que do ponto de vista da palavra, ele é um consultor”, afirmou.
Confira entrevistas de Armando Vergilio, presidente da Fenacor, e Boris Ber, presidente do Sincor-SP na edição 239 da Revista Cobertura.