Com déficit de mão de obra especializada previsto para dobrar no Brasil nos próximos anos, empresas do setor inovam em políticas e programas para atrair e reter talentos
A atração de talentos é um dos principais desafios das empresas que utilizam mão de obra qualificada em tecnologia. No Brasil, o setor tem um déficit estimado de 400 mil profissionais, podendo chegar a 797 mil até 2025 de acordo com levantamento da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). Além disso, o turnover médio no segmento é de 48% ao ano, ou seja, reter essa força de trabalho é tão relevante para as áreas de recursos humanos das companhias quanto atraí-la. A necessidade é comum a organizações de todos os setores, mas em empresas que ofertam tecnologia como serviço, a disponibilidade de mão de obra especializada determina a própria capacidade de desenvolver novas soluções, conquistar novos clientes e crescer em faturamento e receita. Assim, o desafio do RH se torna, mais do que nunca, uma agenda prioritária para os negócios.
Para se destacar da concorrência junto aos melhores candidatos, empresas como a i4pro, líder em soluções tecnológicas para o mercado segurador, têm investido no fortalecimento da cultura organizacional, valorização dos times, readequação do pacote de benefícios e na aposta permanente no modelo de teletrabalho. O tema é tão importante para a i4pro que 30% do orçamento da empresa é direcionado para desenvolver e fortalecer os times internos e o investimento em benefícios cresceu 27% no comparativo com 2021.
“A pandemia acelerou ainda mais a curva de contratação de profissionais de tecnologia para atender à necessidade de infraestrutura adequada ao trabalho remoto”, relembra Carolina Florence, diretora de Desenvolvimento Humano, Gestão Organizacional & Comunicação da i4pro. “A competição pelos melhores talentos foi acirrada, mas por outro lado se abriu a possibilidade de buscar pessoas qualificadas em qualquer lugar do país”. De acordo com a executiva, 90% dos colaboradores da i4pro estão hoje em regime de teletrabalho sendo que 20% deles já trabalham a partir de outras regiões do país – a sede da empresa fica na cidade de São Paulo.
A companhia optou por não adotar política de deflator salarial regional, prática comum no mercado, o que traz um importante diferencial competitivo na contratação de profissionais de tecnologia de outros estados. O pacote de benefícios também foi revisto: a alteração do plano ampliou a rede credenciada e passou a oferecer acesso a apartamento para todos os colaboradores e com uma política de reembolso compatível com as necessidades dos colaboradores; a oferta de planos do Gympass passou a compor a estratégia de saúde integral; o fornecedor de vale refeição e alimentação foi alterado para adequar o benefício ao uso em aplicativos de entrega e supermercados aumentando a rede de aceitação de 400 mil para 4 milhões de estabelecimentos; e a empresa adotou a possibilidade de férias de 15 dias a partir de seis meses do contrato de trabalho.
A i4pro ainda criou dois benefícios novos: o i4Office, para garantir a compra de mesa, cadeira e outros periféricos necessários à ergonomia durante as atividades, e o i4Infra, que custeia internet e luz. “Não queremos que as pessoas tenham a sensação de que, ao trabalharem de casa, estão pagando por recursos que deveriam ser do escritório”, explica Carolina. Para completar, a empresa realiza vistorias das condições de ergonomia na casa de todos os colaboradores. “Incluímos essa etapa de verificação dos ambientes no nosso exame admissional e periódico para garantir a qualidade de vida e a saúde ocupacional de todos os colaboradores”, enfatiza Carolina.
A i4pro é uma empresa de serviço, de tecnologia, e mais do que isso, é uma empresa de missão crítica. “O cuidado com a qualidade de vida do nosso time fez a diferença para que fôssemos capazes de manter o engajamento, reduzir o turnover e garantir as entregas para os nossos clientes dentro de um ambiente positivo e colaborativo”, diz a executiva. Hoje, o turnover da i4pro fica em torno de 20%, menos da metade da média do mercado.
Mas o desafio de atrair, formar e reter talentos está longe de terminar. Apenas este ano, a i4pro já contratou mais de 70 profissionais, e tem cerca de 20 novas posições abertas, algumas delas bastante específicas e disputadas no mercado de tecnologia. Por isso, a área de gestão de pessoas criou o i4Indica, programa no qual os colaboradores podem sugerir nomes para as vagas disponíveis e, se suas indicações forem efetivadas, receber premiações que vão de R$ 200 a R$ 2 mil. A experiência tem sido bastante positiva. De acordo com a Carolina, o programa reduz os custos com recrutamento, seleção e treinamento, e garante alinhamento cultural dos candidatos. Desde que foi lançado em março de 2021, o i4Indica contabiliza 352 indicações, 37 contratações diretas com 33 colaboradores premiados.
Outra frente extremamente importante para o time de gestão de pessoas diz respeito ao alinhamento cultural. O processo de definição dos valores da companhia foi realizado junto aos colaboradores e a partir de sugestões compartilhadas por eles. “A opinião do time foi considerada no momento de construção da cultura da empresa. Por trás de cada um dos nossos valores há o querer de todos os colaboradores e, por isso, as pessoas se enxergam neles. Esse alinhamento é essencial na contratação das pessoas afinal, aqui na i4pro a gente vive o que falamos”, garante Carolina.
Como resultado, a companhia conquistou, em novembro de 2021, o selo Great Place To Work. “O ano passado foi um período de construção da área de Desenvolvimento Humano com a implementação de novos processos e programas. Foi uma trajetória planejada, efetiva e dedicada a fazer o nosso melhor. Estar entre as melhores empresas para se trabalhar é um resultado que muito nos orgulha”, vibra Carolina.