Comunicação do mercado com a sociedade, importância do papel do corretor, e a tecnologia como aliada e não como substituta do humano foram destaques do evento realizado pelo Sincor-RJ
Carol Rodrigues
Independentemente do avanço da tecnologia, o corretor continuará sendo importante para o mercado de seguros. A afirmação foi feita não só pelos executivos da Bradesco, MAG, Porto e SulAmérica, que patrocinaram o VIII Encontro de Corretores de Seguros – Enconseg, realizado pelo Sincor-RJ, mas também por nomes como Ricardo Amorim e Arthur Igreja.
“A combinação do digital com os contatos presenciais é o grande salto hoje”, destacou Igreja, que é cofundador da AAA Plataforma de Inovação.
Aliar o universo digital ao mundo físico também foi a recomendação do economista Ricardo Amorim. “Gente se relaciona com gente. Ninguém quer se relacionar com empresa. A função do corretor é fundamental. É o elo entre as seguradoras e as pessoas”, frisou o economista.
“Não seremos tirados do mercado enquanto tivermos capacidade de oxigenação de nossas ideias”, incentivou Igrejas.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, defendeu uma comunicação do setor com a sociedade. “Temos feito mudanças na comunicação da CNseg focando os benefícios do seguro para a sociedade, em vez de falar de faturamento”, disse, ao comentar o lançamento da nova campanha da entidade.
Roda Viva com o Corretor
Durante a Roda Viva com o Corretor, executivos da Bradesco, MAG, Porto e SulAmérica discorreram sobre questões relacionadas aos corretores. “As quatro seguradoras representam quase 70% do mercado”, destacou o presidente do Sincor-RJ e anfitrião do VIII Enconseg, Henrique Brandão.
Ricardo Bottas, CEO da SulAmérica, compartilhou as transformações da companhia de 126 anos, que são fruto de uma inquietação constante. “A companhia procura se reinventar. Fizemos a integração da área comercial com a de negócios buscando velocidade e acabar com ‘muros’ que eventualmente traziam demora em processos de cotação. Não são só investimentos em tecnologias, sabemos que precisamos mudar os nossos processos”, contou o presidente que ouve as dores dos corretores e dos clientes.
Outra centenária, a MAG Seguros, de 187 anos, também mostrou o seu poder de inovação. “A inovação não nos distancia das pessoas que fazem a diferença. A jornada do cliente é fundamental, mas mais importante é a jornada do corretor de seguros. A digitalização vem com a humanização. Nada substitui a conversa”, destacou Marco Antonio Gonçalves, presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros.
“É importante ouvir apontamentos de melhorias vindos dos corretores. Estamos aqui em um processo de aprendizagem permanente. Foram vocês, corretores, que trouxeram o Grupo Bradesco Seguros até o lugar em que ele se encontra e são vocês que irão nos levar para o futuro”, acrescentou Ivan Gontijo Junior, presidente do Grupo Bradesco Seguros.
“O mercado de seguros não existe sem o papel do corretor de seguros. Ele é fundamental nesse processo. E não é só aqui no Brasil. Todos nós sabemos do potencial de vocês. O cliente está na mão de vocês. O corretor de seguros pode vender o que quiser”, destacou Rivaldo Leite, VP Comercial da Porto. “Na nossa empresa, o corretor de seguros é para sempre”.
Reconhecimento aos deputados
Brandão e Armando Vergilio, presidente licenciado da Fenacor, ressaltaram a relevante atuação dos deputados Hugo Leal e Lucas Vergilio na defesa da figura do corretor de seguros, diante da MP 905/2019.
“Estou preocupado com a baixa aderência à representação política do nosso setor”, comentou Vergilio. “Fomos extintos pela MP 905 e, se não fossem os deputados Hugo Leal e Lucas Vergilio, teríamos sido dizimados”, chamou à reflexão Armando Vergilio.
Conteúdo da edição de outubro (247) da Revista Cobertura