Análise de dados pode ajudar as empresas de seguros a identificar os melhores clientes, determinar o melhor custo-benefício e entender melhor como os preços e as coberturas dos seguros afetam o mercado

Carol Rodrigues

Para aproveitar o impulso que o Open Insurance (Opin) dará à indústria, as seguradoras precisarão investir em tecnologia e serviços personalizados. Os corretores também vão precisar se preparar para aproveitar esses benefícios, desenvolvendo novos processos de atendimento e investindo em formação de seus funcionários. É o que assinala Lorain Grossi Pazzetto, head Open Finance e Insurance & Digital Solutions da FCamara.

Segundo ele, todos os players do mercado de seguros precisam estar prontos para aproveitar as oportunidades trazidas pelo Opin e se adaptarem ao novo cenário de negócios que está sendo formado desde que a Susep iniciou sua implementação.

A inteligência de dados é uma das estratégias já usadas pelas seguradoras para se destacar dos concorrentes, justamente porque permite a tomada de decisões melhores e mais inteligentes.

O uso da tecnologia de Open Insurance pode ajudar a aumentar a transparência e a eficiência entre seguradoras e clientes, permitindo que ambos vejam, de forma clara, os dados de seguros e avaliem rapidamente seu valor.

“Além disso, os clientes também podem acessar melhores seguradoras e preços, o que facilita a comparação e ajuda a reduzir o custo total do seguro através da competitividade. A tecnologia também possibilita a automação de processos, como a emissão de apólices de seguro, o que pode aumentar a velocidade de processamento de solicitações de clientes e, assim, ajudar as seguradoras a atender às suas necessidades com maior eficiência e menos processos manuais”, argumenta Pazzetto.

Segundo ele, um dos desafios nesse ponto é complementar a observabilidade incluindo os dados recebidos através do Open Insurance, e saber extrair valor dessas informações para tomada de decisões e configuração de novas variáveis que atuam como personalização de oferta baseada em dado, promovendo uma melhor experiência ao cliente.

Corretores

“O Open Insurance Brasil pode apoiar as corretoras de seguros a melhorar a sua relação com os clientes, reduzindo as barreiras da entrada no mercado e ajudando-as a oferecer produtos personalizados, mais competitivos e atenderem melhor as necessidades dos consumidores”, justifica Pazzetto.

Em sua visão, ao utilizarem plataformas de compartilhamento de dados de seguros, as corretoras podem agilizar os processos de contratação, oferecer preços mais acessíveis e melhorar a experiência do cliente. “Além disso, o compartilhamento de dados também ajuda a aumentar a transparência e a confiabilidade, o que é essencial para aumentar a satisfação do cliente”, completa.

Segundo o head da FCamara, além de corretores e seguradoras, outros participantes do mercado de seguros, como reguladores, provedores de tecnologia e empresas de serviços financeiros, também podem se beneficiar do Open Insurance. “O Opin torna os serviços de seguros mais acessíveis e aumenta a transparência, melhorando, assim, a confiabilidade e a qualidade do serviço. Também permitirá que os reguladores obtenham informações mais precisas para desenvolver melhores regulamentos”.

Pazzetto cita como exemplo o fato de, com o Open Insurance, as empresas de serviços financeiros poderem associar à sua base de conhecimento o histórico de hábito de consumo (extrato bancário do cliente) com um produto de seguro que seja mais pertinente. “O cliente que no seu extrato tem mais transações de app de delivery do que compras em estabelecimentos comerciais em horários ou regiões de risco, certamente, se possui um carro, seu veículo fica mais na garagem do que na rua e ele poderia ser um candidato a uma apólice mais econômica”, exemplifica

Conteúdo da edição de janeiro/fevereiro (250) da Revista Cobertura