A médica Jaqueline Kelly Ferreira, da rede Meu Doutor Novamed, apresenta os principais sinais que marcam a chegada da menstruação
Ao longo dos anos, o corpo da mulher passa por diversas mudanças biológicas. Entre as transformações mais emblemáticas, está a primeira menstruação, conhecida como menarca. Com o objetivo de desmistificar e promover a conscientização sobre o tema, a rede de clínicas Meu Doutor Novamed, do Grupo Bradesco Seguros, apresenta os principais sinais de chegada desta nova fase.
“As mudanças começam por volta dos 10 e 11 anos, quando se inicia a puberdade, o período marcado pela chegada dos hormônios estrogênio e progesterona. Esse período precede a menarca, que normalmente ocorre por volta dos 12 anos. E, junto com a primeira menstruação, acompanhamos o surgimento de novas características físicas, como o desenvolvimento mamário e engrossamento dos pelos púbicos, além de crescimento da estatura, em torno de 5 e 6 cm, e acúmulo de gordura em coxas, quadril e nádegas”, comenta a Dra. Jaqueline Kelly Ferreira, médica da família da rede Meu Doutor Novamed, da unidade de Recife.
Hábitos saudáveis e o desenvolvimento natural
A construção de hábitos saudáveis é fundamental para o desenvolvimento fisiológico natural e sem progressões aceleradas. De acordo com o estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism em 2021, meninas com maior adiposidade têm mais chance de atingir a menarca precocemente. O levantamento acompanhou garotas de 8 a 15 anos, divididas em dois grupos: com sobrepeso e com peso padrão. Foi observado que as participantes com maior gordura corporal tinham a chance de atingir o primeiro ciclo mais precocemente, em uma proporção 3% maior para cada 1 kg excedente de gordura corporal.
A médica da família da rede de clínicas Meu Doutor Novamed destaca: “É fundamental que se mantenha uma alimentação rica em produtos naturais, frutas, hortaliças, vegetais, raízes, pois as meninas têm, naturalmente devido à exposição ao estrogênio, predisposição ao ganho de peso com predomínio de tecido adiposo”.
A menarca pode acontecer entre os 10 e os 15 anos, sendo a média no Brasil a faixa dos 11 e 12 anos. As alterações no primeiro ciclo podem ter inúmeros fatores. A Dra. Jaqueline aponta os sinais que podem provocar essas mudanças: “A puberdade precoce pode causar uma menarca precoce, podendo estar relacionada a um aumento antecipado dos hormônios sexuais, seja porque as glândulas começaram a produzir os hormônios ou por exposição medicamentosa. Considerando a situação oposta, caso a primeira menstruação não tenha aparecido até os 16 anos, é fundamental que a adolescente tenha a curva de desenvolvimento puberal avaliado pelo médico. Em ambos os casos, na suspeição e dúvida, é necessária uma avaliação médica”.
O que esperar dos primeiros ciclos?
Como forma de combater a desinformação e promover a importância dos cuidados com a primeira menstruação, a Dra. Jaqueline Kelly Ferreira ressalta a necessidade do diálogo familiar: “Nas últimas décadas, conversar sobre a chegada da puberdade e da menarca tem sido algo mais natural no seio familiar. Naturalizar algo que faz parte da fisiologia e do desenvolvimento normal permite que essas meninas se sintam acolhidas por familiares e possam tirar suas dúvidas sobre o tema de forma segura, em casa, com seus responsáveis. Outro ponto importante, é que se inicie desde cedo o acompanhamento com o médico de confiança, para que possa levantar questões inerentes à saúde, vacinação, além de introduzir diálogos essenciais, como prevenção de doenças infecciosas e planejamento familiar”.
Com o objetivo de fomentar o autoconhecimento e o empoderamento das meninas sobre seu próprio corpo, por meio da informação, a médica da família da rede Meu Doutor Novamed chama a atenção para as principais características físicas da menarca. “A primeira menstruação normalmente tem coloração de um vermelho mais intenso e até amarronzado. E os ciclos seguintes podem ser irregulares, pois ainda há imaturidade do eixo hormonal, o que é comum nesta fase”, comenta a Dra. Jaqueline.
Cuidados com a menstruação
A médica da Meu Doutor Novamed lista os cuidados a serem observados nos períodos de menstruação:
-Trocar regularmente o absorvente: é fundamental não ficar muito tempo com o mesmo absorvente. A troca regular ajuda a reduzir o risco de proliferação de agentes causadores de doenças, como fungos e bactérias;
-Evitar o uso de ducha higiênica: elas podem carregar agentes causadores de doenças para a região genital, além de prejudicar a flora natural;
-Não usar sabonete internamente: ao tomar banho, é importante higienizar apenas a parte externa da região genital. A substância do sabão pode prejudicar a flora e culminar no aparecimento de doenças;
-Dor durante a menstruação é sinal de alerta: se houver dor de proporção incapacitante durante o período menstrual, é imprescindível procurar o médico de confiança, para identificar a causa do desconforto e oferecer tratamento;
-Usar roupa confortável e leve: esse tipo de peça ajuda a diminuir umidade e calor na região genital durante o período de uso de absorventes, minimizando o risco de infecções locais por bactérias e fungos.
Saúde emocional: a chegada da menstruação
Durante essa passagem da infância para a adolescência e vida adulta da mulher, construir uma relação saudável com a menstruação é fundamental, até mesmo antes da menarca. Muito além das transformações físicas, o processo traz mudanças emocionais. Por isso, é importante contar com um ambiente acolhedor e livre de preconceitos para receber a primeira menstruação.
“As meninas precisam encontrar um ambiente convidativo ao diálogo. Além das questões físicas, é importante que elas tenham também suas necessidades psicológicas acolhidas e respeitadas, pois muitas se sentirão mais sensíveis, irritadas, com maior instabilidade emocional. Por isso, precisam ter seus sentimentos validados e legitimados pelos seus familiares”, comenta a Dra. Jaqueline Kelly Ferreira
Estudos epidemiológicos demonstram que 80% das mulheres apresentam sintomas físicos e/ou psíquicos no período pré-menstrual. E cerca de 3% a 11% poderão apresentar esses sintomas de maneira severa, merecendo atenção e o devido tratamento.