Como a expansão dos programas de saúde mental está redefinindo o ambiente corporativo?

Por Luis Guilherme Vilela, diretor da Rodobens Seguros

Luis Guilherme Vilela

A saúde mental no ambiente de trabalho tornou-se uma preocupação global e enfrenta desafios significativos. Um estudo do ADP Research Institute – People at Work revelou que 43% dos brasileiros sentem que seus gestores e colegas não estão preparados para falar sobre saúde mental no ambiente profissional sem julgamento. Este dado reforça a urgência de implementar treinamentos e programas de sensibilização, garantindo que as questões emocionais sejam discutidas de forma aberta e sem estigma.

A dificuldade em lidar com a saúde mental no trabalho reflete diretamente no aumento dos afastamentos por transtornos psicológicos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% dos adultos em idade ativa enfrentam algum transtorno mental ao longo da carreira. No Brasil, episódios depressivos já estão entre as dez principais causas de concessão de benefícios por incapacidade, segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O aumento dos afastamentos por transtornos psicológicos e a crescente preocupação com a saúde mental no ambiente corporativo levaram à sanção da Lei nº 14.831, que reforça a necessidade de medidas concretas para a proteção emocional dos trabalhadores. Com essa nova legislação, a atenção à saúde mental deixa de ser uma iniciativa opcional das empresas e passa a ser uma obrigação legal. Isso significa que as organizações precisam implementar políticas estruturadas para garantir um ambiente de trabalho mais saudável e prevenir problemas que possam comprometer o bem-estar dos colaboradores.

A pandemia de COVID-19 não apenas ampliou esse debate, mas também intensificou desafios como o isolamento, a insegurança profissional e o estresse crônico. Soma-se a isso a cultura de hiperprodutividade e a expectativa de disponibilidade constante, impulsionada pelo uso excessivo de ferramentas como o WhatsApp para comunicações fora do expediente. Diante deste cenário, é fundamental que as empresas adotem estratégias efetivas para equilibrar as demandas do trabalho e a qualidade de vida dos funcionários, estabelecendo limites claros entre vida profissional e pessoal.

Combinar ações online e presenciais tem se mostrado uma estratégia eficaz para melhorar a produtividade e retenção de talentos. Empresas que investem na saúde mental de seus colaboradores observam equipes mais motivadas, redução do turnover (taxa de rotatividade de colaboradores) e menores custos com recrutamento e treinamento. Na Rodobens Seguros, buscamos adaptar cada intervenção às necessidades específicas de nossos clientes.

A nova Norma Regulamentadora 1 (NR-1), que entrará em vigor em 25 de maio de 2025, reforça a importância dessa discussão. A regulamentação exigirá que as empresas incluam a avaliação de riscos psicossociais nos processos de gestão de segurança e saúde no trabalho, considerando fatores como metas excessivas, assédio moral e falta de autonomia. Identificar esses riscos é essencial para prevenir doenças ocupacionais e criar ambientes mais saudáveis.

Ao adotar programas estruturados de benefícios, as empresas não apenas cumprem exigências regulatórias, mas também promovem um ambiente de trabalho mais equilibrado e produtivo.

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