Mas fraudes giram em torno de U$ 50 bi na América Latina
Por *Luciano Alves de Oliveira
Com crescimento de 3,4% em relação ao ano de 2022, o setor segurador brasileiro pagou R$ 207,2 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios nos primeiros 11 meses de 2023, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). Porém, dados da Federação Interamericana de Empresas de Seguros (Fides), as fraudes em seguros na América Latina geram perdas anuais de U$ 50 bilhões e o país da região que lidera o ranking é a Argentina. O lanterna é o Chile, com o Brasil na média dos 18 países associados, com fraudes que giram em torno de 14% da receita das seguradoras.
Os números de mercado mostram a confiança na retomada no mercado de seguros após a pandemia, diante da evolução tecnológica que vem permitindo facilidades para o consumidor na hora da contratação de seguros. Mas ainda há muito a evoluir na relação cliente-seguradora e, mais ainda, no tocante a automação de processos. Os setores de riscos cibernéticos, obras públicas e fretes são as grandes apostas do mercado. E para isso acontecer é necessário tecnologia. Listei aqui 12 processos de negócio que as seguradoras podem se beneficiar significativamente com a automação. Isso não apenas melhora a eficiência operacional, mas também contribui para uma experiência do cliente mais ágil e satisfatória:
1. Cotação e subscrição de seguros: automação do processo de cálculo de prêmios e emissão de apólices, reduzindo o tempo necessário para a subscrição de seguros.
2. Gestão de sinistros: automatização do registro e processamento de sinistros, incluindo a avaliação de danos, comunicação com segurados e liquidação de reclamações.
3. Avaliação de riscos e precificação: utilização de algoritmos e modelagem estatística para avaliar riscos, determinar preços de prêmios e ajustar as estratégias de subscrição com base em dados históricos e em tempo real.
4. Gestão de documentos e arquivos: automação da gestão de documentos, desde a digitalização até o arquivamento e recuperação eficiente de informações.
5. Atendimento ao cliente e comunicação: implementação de chatbots e automação de e-mails para fornecer respostas rápidas a consultas de clientes, além de envio automático de notificações e atualizações.
6. Renovação de políticas: automação do processo de renovação de apólices, incluindo a avaliação automática de riscos e a emissão de novas propostas de prêmios.
7. Verificação e detecção de fraudes: utilização de algoritmos e aprendizado de máquina para identificar padrões suspeitos e detectar possíveis casos de fraude.
8. Gestão de pagamentos e faturas: automação da geração de faturas, processamento de pagamentos e reconciliação de transações, garantindo precisão e eficiência.
9. Conformidade regulatória: implementação de ferramentas automatizadas para monitorar e garantir conformidade com regulamentações e requisitos legais em constante mudança.
10. Treinamento e desenvolvimento de agentes: utilização de plataformas de e-learning e automação para treinamento contínuo de agentes de seguros, mantendo-os atualizados com políticas, procedimentos e produtos.
11. Análise de dados e relatórios: implementação de ferramentas de análise de dados automatizadas para extrair insights significativos a partir de grandes conjuntos de dados, orientando estratégias de negócios e decisões de subscrição.
12. Gestão de relacionamento com o cliente: utilização de sistemas automatizados para monitorar interações com clientes, rastrear políticas e histórico de comunicações, proporcionando uma visão holística do relacionamento com o cliente.
Ao automatizar esses processos, as seguradoras podem melhorar a eficiência operacional, reduzir erros, atender mais rapidamente às demandas dos clientes e manter um alto padrão de conformidade regulatória. Além disso, a automação libera recursos humanos para tarefas mais estratégicas e criativas.
*Luciano Alves de Oliveira é Diretor Geral Brasil e Portugal do OTRS Group