*por Castelano Santos
O open insurance é um conceito inovador que está revolucionando o mercado de seguros, ganhando destaque no mundo dos negócios e, aos poucos, despertando interesse entre o público em geral. Com o uso de tecnologia e dados, esse modelo propõe uma abordagem mais aberta e colaborativa, permitindo a integração de diferentes empresas e prestadores de serviços para oferecer soluções de seguros de forma ágil, personalizada, transparente e segura.
Esse sistema é regido por três pilares. O primeiro é o open innovation, que se refere à disponibilização de dados e serviços integrados e padronizados, possibilitando a criação e desenvolvimento de novas soluções para as seguradoras e instituições de previdência. Em seguida, temos os novos modelos de negócio, que surgem a partir do compartilhamento de dados e informações, permitindo às instituições do setor de seguros acessar insights para melhorar seus serviços e produtos, além de desenvolver novos negócios. Por fim, a experiência digital, que se baseia no uso de tecnologias de transformação digital, como o big data e a inteligência artificial, para proporcionar uma melhor experiência digital aos consumidores, com mais agilidade no uso de serviços e dados.
No entanto, esse conceito também delimita que o compartilhamento de dados só será feito com a autorização e consentimento dos consumidores. Os clientes também poderão escolher com quais entidades desejam compartilhar as informações, assim como podem interromper o compartilhamento a qualquer momento.
Diante desse panorama, nos deparamos com um recente estudo conduzido pela consultoria Accenture, que evidencia uma percepção bastante positiva das empresas em relação ao open insurance: mais de 70% dos líderes empresariais entrevistados acreditam que esse sistema pode levar a uma maior eficiência no setor de seguros, ao mesmo tempo em que aprimora a experiência do cliente e intensifica a competitividade do mercado.
No entanto, para as seguradoras e outras corporações do setor, a adoção do sistema não é isenta de desafios. Requer investimentos significativos em tecnologia e infraestrutura para viabilizar a integração entre diferentes prestadores de serviços e garantir a proteção e privacidade dos dados dos clientes. Além disso, é fundamental que essas empresas implementem estratégias de comunicação eficazes e programas de educação pública para disseminar o conceito do sistema e demonstrar os benefícios dessa nova abordagem para todas as partes envolvidas.
O sistema tem o potencial de revolucionar o mercado de seguros, promovendo maior transparência, competição e inovação. Ao permitir que os consumidores compartilhem seus dados de seguros de forma segura e conveniente, esse sistema capacita os consumidores, estimula a concorrência e impulsiona o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores.
Dessa forma, o open insurance representa uma iniciativa de grande relevância, destacando-se como um marco na evolução e maturidade do setor na gestão eficaz das informações. Além de fomentar a inovação e possibilitar transformações profundas na experiência dos clientes, este modelo é crucial para a transição do setor de seguros de uma perspectiva focada em produtos centrados no cliente.
*por Castelano Santos, CEO e co-fundador da Tech Trail, insurtech especializada em inteligência artificial e análise de dados para o setor de seguros.