Por Danilo Rosa, Diretor de Agronegócio da MDS Brasil.
Nos últimos anos, as mudanças climáticas tornaram-se cada vez mais evidentes, gerando condições climáticas extremas, como vimos mais recentemente, com o aumento dos incêndios e queimadas. Dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que o Brasil registrou mais de 68 mil focos de incêndio em agosto de 2024, e até meados de setembro, outros 60 mil já haviam sido identificados, afetando vastas áreas agrícolas e florestais.
Esse cenário reforça a importância do seguro como uma ferramenta essencial para os produtores rurais. Além de oferecer segurança financeira em momentos de crise, o seguro contribui para o desenvolvimento do setor, garantindo que os produtores possam enfrentar adversidades sem comprometer a continuidade de seus negócios.
Uma das soluções que pode ajudar a mitigar os prejuízos causados pelas queimadas é o Seguro Patrimonial Rural Danos, um produto que cobre danos causados por incêndios em benfeitorias, conteúdos, mercadorias e máquinas e equipamentos agrícolas, além de outros detrimentos relevantes para a atividade rural. Outra modalidade é o Seguro Florestal, que protege contra incêndio para as mais diversas espécies florestais para âmbito comercial como Eucalipto, Pinus, Mogno Africano entre outras, que são de grande importância econômica. Além dessas opções, o Seguro Pecuário é essencial para a proteção de animais, como bovinos e equinos, contra incêndios e outros eventos adversos.
Esses seguros, além de fornecerem cobertura contra incêndio, oferecem uma série de outras proteções que podem ser contratadas de acordo com as necessidades específicas de cada produtor. Assim, é possível garantir não apenas a segurança das operações, mas também a manutenção dos investimentos no campo.
Vale reforçar que o setor agropecuário registrou um expressivo crescimento de 15,1% entre 2022 e 2023, segundo o IBGE, e é uma das principais forças motrizes da economia do país. No entanto, essa relevância vem acompanhada de grandes desafios, como a exposição aos fenômenos climáticos imprevisíveis, que têm o potencial de causar prejuízos severos às culturas, maquinários e bens dos produtores.
Com o aumento dos incêndios e das perdas causadas por eventos climáticos extremos, espera-se que o número de acionamentos dos seguros agrícolas cresça nos próximos meses. Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o seguro agrícola arrecadou em todo o país R$ 2,2 bilhões, no primeiro semestre de 2024, com queda de 16,3%, já as indenizações somaram R$ 1,8 bilhão, com alta de 2,3% se comparado ao mesmo período de 2023.
Os seguros agrícolas e patrimoniais vão além de ser uma mera apólice de proteção: ele é um pilar estratégico para a manutenção do setor rural, que enfrenta desafios cada vez mais complexos em meio às mudanças climáticas. A adoção desse instrumento não só garante a segurança financeira dos produtores, mas também a continuidade e o desenvolvimento de suas atividades.