Por Reinaldo Lovetro – Diretor de Vida, Saúde e Dental da WTW Brasil
As prioridades de saúde e bem-estar têm definido as perspectivas de negócios nos últimos dois anos. As empresas estão investindo cada vez mais nas culturas organizacionais para garantir que estejam cuidando dos empregados individualmente com muita empatia e, ao mesmo tempo, estarem concentradas nos processos e na tecnologia.
Esse “cuidar” corporativo requer que as empresas montem um ecossistema de bem-estar que leve em conta os pilares físico, emocional, financeiro e social, além da parte mais desafiadora que é conquistar o engajamento dos empregados. Como ponto de partida, muitas companhias têm optado por buscar uma maior personalização do pacote de benefícios, incluindo os mais tradicionais como plano de saúde e seguro de vida.
O seguro de vida em especial é o benefício que mais tende a se transformar à medida que a expectativa de vida aumenta e as tendências de saúde mudam. E a tecnologia já está tendo um papel importante neste cenário. A proliferação de dados e dispositivos conectados, especialmente os wearables, tem ajudado as seguradoras de vida a desempenharem um papel ativo no cuidado da saúde dos clientes. E os consumidores do mundo todo estão se tornando cada vez mais confortáveis com o compartilhamento de seus dados, especialmente quando isso significa que eles podem receber recompensas por realizar atividades saudáveis.
Os wearables, que são as tecnologias “vestíveis” como relógios e pulseiras, fornecem um meio para as seguradoras se envolverem continuamente com seus segurados, passando de pontos de contato pouco frequentes para interações diárias. Com os dados coletados, essas companhias conseguem se interconectar com a medicina do trabalho e os programas de bem-estar realizando um melhor gerenciamento de doenças, fornecendo lembretes ou notificações personalizadas sobre dieta e atividades físicas.
Esses novos serviços passaram a atrair um perfil de público mais jovem que antes não via vantagem em comprar o “seguro para ocasião de morte”. Um exemplo é que dados divulgados pela seguradora Omint mostrou que em sua carteira de seguro de vida, o público com até 20 anos cresceu em 128% entre o início de 2020 e janeiro de 2022. Já na Zurich, 47% das vendas até setembro de 2021 foram para pessoas com 40 anos ou menos.
Outro ponto importante é que as redes sociais e uma maior disseminação do conhecimento sobre finanças também ajudaram para que os clientes passassem a estar muito mais informados sobre a importância e especificidades do produto. No ambiente atual de rápida inovação, as seguradoras precisam focar em entender as necessidades dos clientes, principalmente esse público mais jovem, e oferecer o que há de mais viável em tecnologia. Esse é o caminho que trará uma evolução que só traz ganhos tanto para o mercado de seguros como para os consumidores.