Por Fernando Tassin, Gerente de Meios de Pagamento e Tendências da TecBan
Assim como o Open Finance, a implementação do Open Insurance no Brasil está passando por adaptações regulatórias, respeitando as necessidades do Mercado Segurador local. Até o momento, tivemos a adoção da Fase I em dezembro/2021, considerando a divulgação dos produtos e seus respectivos canais de venda utilizados pelas Seguradoras, porém, ainda há um longo caminho a seguir.
As demais Fases, inicialmente divididas entre 2 e 3 e que segundo o cronograma atual, ficaram para 2023, abordarão o compartilhamento das informações dos clientes e a entrada da SPOC (Sociedade Processadora de Ordem do Cliente), trazendo o Canal Corretor para um patamar de relevância merecido, dado que ele é o principal ponto de contato com o cliente final, sendo, em muitos casos, o real conhecedor das necessidades dos clientes.A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), órgão regulador do Mercado Segurador e que está trabalhando em conjunto com o Banco Central do Brasil (BACEN), passou recentemente por mudanças importantes em sua liderança e forma de condução do Open Insurance. As principais ocorreram no último trimestre de 2021, com a substituição da Superintendente Solange Vieira por Alexandre Camilo, que, por sua vez, foi exonerado recentemente, dia 2 de janeiro de 2023, juntamente com sua Diretoria, pelo novo ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Com estas alterações, há uma grande expectativa do Mercado de que os novos representantes sejam nomeados para dar sequência na implementação do Open Insurance, trabalhando de forma muito próxima das Seguradoras e Corretoras, para que as funcionalidades a serem desenvolvidas respeitem as necessidades, jornada e experiência dos clientes.
Vale destacar também que, devido ao modelo brasileiro de comercialização de seguros, onde há operações de Bank Assurance (Seguros vendidos em canais bancários), há a necessidade de interoperabilidade entre o Open Insurance e o Open Finance, possibilitando que as Seguradoras tenham informações cada vez mais assertivas sobre a vida financeira, perfil e hábitos de consumo de seus clientes. Esta visão unificada permitirá uma diversificação de produtos e serviços cada vez mais aderente aos clientes, porém, para isso, é importante que os clientes deixem de ser vistos como um número de apólice ou conta corrente e passem a serem vistos como indivíduos com necessidades e expectativas personificadas.
Seguindo os pilares de agilidade, segurança, qualidade e praticidade, o Open Insurance tende a gerar uma inclusão muito grande no Mercado Segurador, dado que nosso país não possui uma cultura de compra de seguros, muitas vezes, devido as burocracias no processo de contratação ou até mesmo no entendimento por parte do cliente sobre o produto comprado em função do linguajar técnico excessivo, com palavras que fogem do cotidiano do cliente comum, como por exemplo, endosso, sinistro, prêmio, etc.
Todo esse cronograma tem movimentado bastante as áreas de TI, Desenvolvimento e de Negócios e neste sentido, a TecBan, foi pioneira no desenvolvimento de uma plataforma que permite o tráfego de dados tanto de Open Finance quanto de Open Insurance, desonerando as áreas de Tecnologia dos nossos clientes para que possam focar na diversificação de receitas e na experiência de seus clientes finais.
A implementação e aderência regulatória passa pelas Seguradoras e parceiros provedores de Tecnologia, como a TecBan, porém, a comunicação simples e clara, com benefícios tangíveis, é o que fará com que tenhamos adesão por parte dos clientes, impulsionando o sucesso do Open Insurance Brasil.