São Paulo, Guarulhos e Campinas apresentaram redução nos crimes. Itapecerica da Serra, Santos e Embú das Artes tem alta concentração de eventos. Estudo traz modelos mais visados pelos criminosos
As ocorrências de furtos e roubos de caminhões, reboques e semirreboques diminuíram, no estado de São Paulo, entre os meses de janeiro e outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado, revela o Boletim Tracker-FECAP. Os dados apontam para uma dinâmica mista de mudanças, com implicações significativas para a segurança pública e logística.
Houve uma redução de aproximadamente 14,3% no total geral de eventos de roubo e furto de veículos pesados, atingindo 2.030 registros nos 10 primeiros meses de 2024, em comparação com as 2.368 ocorrências de 2023.
Segundo o pesquisador da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) responsável pelo estudo, Erivaldo Vieira, os números indicam um fortalecimento das operações policiais e uma possível melhora na capacidade de resposta às incidências criminais. “Percebe-se uma melhoria na eficiência dos sistemas de rastreamento e recuperação de veículos, possivelmente devido à implementação de novas tecnologias e à maior coordenação entre as forças de segurança”, completa.
Furtos apresentam aumento
Os furtos (art. 155), que em 2023 totalizaram 628 casos, aumentaram para 653 em 2024, um acréscimo de 4%. “Este aumento pode ser reflexo de uma maior vulnerabilidade em locais de estacionamento ou uma possível mudança no comportamento dos criminosos, que podem estar optando por ações menos violentas”, analisa o gerente de Comando e Monitoramento do Grupo Tracker, Vitor Corrêa.
O crescimento dos furtos foi mais expressivo nos meses de agosto (+111%) e setembro (+18,4%), quando comparados aos mesmos meses de 2023. Por outro lado, meses como fevereiro e maio apresentaram uma redução significativa, de 43,7% e 25,3%, respectivamente.
Redução expressiva nos roubos
O número de roubos (art. 157) caiu substancialmente, de 1.740 registros em 2023 para 1.377 em 2024, uma queda de 20,9%. Esta diminuição reflete possivelmente o reforço em medidas de segurança, como escoltas armadas e rotas planejadas, ou ainda maior vigilância por parte das forças policiais.
Entre os meses analisados, o mês de junho destacou-se com a maior queda percentual nos roubos, passando de 196 casos em 2023 para 116 em 2024, uma redução de 40,8%. Contudo, o mês de julho apresentou um aumento de 10,2%, indo de 187 para 165, o que requer atenção específica das autoridades.
OCORRÊNCIAS POR TIPO DE VEÍCULOS PESADOS
Caminhões: queda significativa – Os caminhões, que somaram 1.100 ocorrências em 2023, registraram uma queda de 16,1% em 2024, com 923 ocorrências. Apesar disso, meses como agosto apresentaram aumento de 13,9% em relação a julho, sugerindo variações sazonais na atividade criminosa.
Caminhões-tratores: variação moderada – Os caminhões-tratores também registraram queda, embora menos expressiva: de 617 casos em 2023 para 564 em 2024, uma redução de 8,6%. Em julho, no entanto, houve um aumento pontual de 20,4% nas ocorrências em relação ao mês anterior, indicando que esse tipo de veículo ainda é um alvo relevante para criminosos.
Reboques: redução acentuada – No caso dos reboques, houve uma diminuição significativa de 21,7% no total de ocorrências, passando de 166 em 2023 para 130 em 2024.
Semirreboques: tendência de alta em alguns meses – Diferentemente dos outros tipos de veículos, os semirreboques apresentaram uma redução menos uniforme, caindo de 485 ocorrências em 2023 para 413 em 2024, uma diminuição de 14,8%. Mas, em março de 2024, houve um aumento expressivo de 10,3% em relação ao mesmo mês de 2023.
2024 |
Caminhão |
Caminhão trator |
Reboque |
Semi-reboque |
Total Geral |
jan |
102 |
47 |
13 |
41 |
203 |
fev |
67 |
44 |
16 |
27 |
154 |
mar |
94 |
60 |
19 |
43 |
216 |
abr |
112 |
61 |
12 |
60 |
245 |
mai |
92 |
54 |
10 |
48 |
204 |
jun |
87 |
49 |
7 |
32 |
175 |
jul |
102 |
61 |
16 |
46 |
225 |
ago |
106 |
79 |
13 |
37 |
235 |
set |
72 |
50 |
8 |
38 |
168 |
out |
89 |
59 |
16 |
41 |
205 |
Total Geral |
923 |
564 |
130 |
413 |
2030 |
2023 |
Caminhão |
Caminhão trator |
Reboque |
Semi-reboque |
Total Geral |
jan |
116 |
54 |
14 |
52 |
236 |
fev |
113 |
51 |
12 |
77 |
253 |
mar |
133 |
70 |
23 |
39 |
265 |
abr |
111 |
56 |
10 |
41 |
218 |
mai |
123 |
81 |
21 |
54 |
279 |
jun |
106 |
71 |
25 |
48 |
250 |
jul |
96 |
73 |
14 |
56 |
239 |
ago |
93 |
62 |
18 |
46 |
219 |
set |
94 |
50 |
17 |
31 |
192 |
out |
115 |
49 |
12 |
41 |
217 |
Total Geral |
1100 |
617 |
166 |
485 |
2368 |
CIDADES COM MAIS OCORRÊNCIAS
De acordo com o Boletim Tracker-Fecap, as ocorrências se concentram nas 20 principais cidades do estado, que juntas representam 55,5% do total registrado. “Este dado reforça a persistência de um fenômeno que liga a criminalidade à dinâmica dos grandes centros urbanos e polos logísticos. A alocação estratégica de recursos de policiamento, tecnologia de rastreamento e monitoramento, além de parcerias com empresas de transporte, pode maximizar os resultados no combate ao crime nestas localidades específicas”, destaca Erivaldo Vieira.
2024-TOP 20 DE CIDADES |
Ocorrências |
Participação |
S.PAULO |
373 |
18,37% |
GUARULHOS |
128 |
6,31% |
CAMPINAS |
65 |
3,20% |
ITAPECERICA DA SERRA |
56 |
2,76% |
PAULINIA |
54 |
2,66% |
SANTOS |
49 |
2,41% |
EMBU DAS ARTES |
40 |
1,97% |
CUBATAO |
37 |
1,82% |
SUMARE |
35 |
1,72% |
LIMEIRA |
34 |
1,67% |
BARUERI |
29 |
1,43% |
S.BERNARDO DO CAMPO |
28 |
1,38% |
PIRACICABA |
28 |
1,38% |
OSASCO |
28 |
1,38% |
SOROCABA |
26 |
1,28% |
RIO CLARO |
26 |
1,28% |
JACAREI |
25 |
1,23% |
MIRACATU |
25 |
1,23% |
JUNDIAI |
21 |
1,03% |
ITATIBA |
20 |
0,99% |
São Paulo lidera, mas com redução significativa – A capital paulista permanece como o epicentro das ocorrências, com 373 casos em 2024, o que corresponde a 18,37% do total no estado. Apesar disso, houve uma redução expressiva de 26,6% em relação a 2023, quando foram registrados 508 casos.
Com uma frota de 304.475 veículos (caminhões, caminhões tratores, reboques e semirreboques) e 373 ocorrências registradas, São Paulo apresenta uma razão de incidência de 1,22 ocorrência por mil veículos. Apesar de liderar em números absolutos, a proporção é menor do que em cidades menores, refletindo possivelmente uma maior diluição de riscos devido ao tamanho da frota e medidas de segurança mais estruturadas.
Guarulhos e Campinas: quedas importantes, mas ainda em destaque – Guarulhos, com 128 ocorrências em 2024 (6,31%), também apresentou uma redução expressiva de 34% em comparação a 2023, quando contabilizou 194 casos. Campinas seguiu uma tendência semelhante, com queda de 25,3%, passando de 87 para 65 casos. Ambas as cidades continuam entre as principais áreas de preocupação devido à sua relevância como polos logísticos e industriais.
Guarulhos, com uma frota de 51.991 veículos e 128 ocorrências, tem uma razão de 2,46 ocorrências por mil veículos, quase o dobro de São Paulo. Já Campinas, com 42.687 veículos e 65 ocorrências, apresenta uma taxa de 1,52 por mil veículos.
Mudanças no ranking das cidades menores – Enquanto cidades como Itapecerica da Serra subiram posições em 2024, com 56 ocorrências (2,76%), Jundiaí, que ocupava a 4ª posição em 2023 com 79 casos, registrou apenas 21 ocorrências em 2024, saindo do grupo principal. Esse movimento pode estar relacionado à redistribuição das atividades criminosas ou à adoção de medidas preventivas mais eficazes.
Itapecerica da Serra, com 56 ocorrências em uma frota de 38.716 veículos, resultando em uma taxa de ocorrências de 1,45 por mil veículos. Paulínia, com 54 ocorrências em uma frota de 11.974 veículos, tem uma alta taxa de ocorrências de 4,51 por mil veículos.
Santos e Embu das Artes ganham relevância – Santos, com 49 casos em 2024, e Embu das Artes, com 40, se destacaram no ranking ao apresentarem quedas menores em relação ao padrão estadual. As duas cidades, localizadas em regiões estratégicas para transporte e armazenagem, continuam sendo alvos relevantes para criminosos. A cidade de Santos, apesar de possuir uma frota de 24.494 veículos, registra 49 ocorrências, com 2,00 por mil veículos, sugerindo riscos elevados na região portuária.
Participação de outras cidades no total de ocorrências – O restante do ranking das 20 principais cidades revela um padrão de participação fragmentada, com percentuais abaixo de 3% para a maioria dos municípios. Paulínia (2,66%), Limeira (1,67%) e Sorocaba (1,28%) mantiveram-se estáveis, indicando desafios contínuos na segurança local. Por outro lado, cidades como Miracatu e Itatiba registraram números absolutos relativamente baixos, mas representam uma fração consistente das ocorrências.
Locais como Piracicaba e Jundiaí, com frotas de 21.729 e 23.212 veículos, respectivamente, apresentam taxas proporcionais de 1,29 e 0,90 ocorrências por mil veículos. Apesar dos números absolutos mais baixos, são regiões importantes para o transporte de cargas, o que pode justificar o interesse de criminosos.
A alta incidência em cidades ao longo de rodovias importantes, como Ribeirão Preto, Sorocaba e São José do Rio Preto, reflete a vulnerabilidade dos veículos durante o transporte de cargas. Essas regiões combinam frotas relevantes com acessos facilitados para atividades criminosas.
Confira análise detalhada da relação entre roubos e furtos por cidade nos primeiros 10 meses de 2024 com base no tamanho da frota em outubro do mesmo ano:
|
|
|
|
|
|
|
UF |
MUNICIPIO |
CAMINHAO |
CAMINHAO TRATOR |
REBOQUE |
SEMI-REBOQUE |
Total |
SP |
SAO PAULO |
147026 |
38488 |
67026 |
51935 |
304475 |
SP |
GUARULHOS |
21967 |
9083 |
6429 |
14512 |
51991 |
SP |
CAMPINAS |
20459 |
4245 |
11866 |
6117 |
42687 |
SP |
SAO BERNARDO DO CAMPO |
10814 |
8822 |
5923 |
13157 |
38716 |
SP |
RIBEIRAO PRETO |
12642 |
3746 |
11960 |
5508 |
33856 |
SP |
SAO JOSE DO RIO PRETO |
8854 |
2659 |
11900 |
3423 |
26836 |
SP |
SANTOS |
5148 |
5765 |
3024 |
10557 |
24494 |
SP |
JUNDIAI |
8165 |
4114 |
4461 |
6472 |
23212 |
SP |
MOGI DAS CRUZES |
6844 |
1651 |
5099 |
9391 |
22985 |
SP |
PIRACICABA |
8177 |
2525 |
6521 |
4506 |
21729 |
SP |
SOROCABA |
8485 |
2102 |
6864 |
2264 |
19715 |
SP |
SAO JOSE DOS CAMPOS |
7678 |
1891 |
6843 |
2686 |
19098 |
SP |
OSASCO |
9680 |
2505 |
3070 |
3064 |
18319 |
SP |
BAURU |
6596 |
1285 |
8236 |
1951 |
18068 |
SP |
SANTO ANDRE |
8803 |
2179 |
4432 |
2396 |
17810 |
SP |
LIMEIRA |
5233 |
3320 |
3417 |
5025 |
16995 |
SP |
BARUERI |
7125 |
2240 |
1708 |
3823 |
14896 |
SP |
ARACATUBA |
3764 |
1560 |
5857 |
2173 |
13354 |
SP |
SUMARE |
3933 |
2976 |
2821 |
3345 |
13075 |
SP |
ARARAQUARA |
4089 |
1660 |
4337 |
2709 |
12795 |
SP |
FRANCA |
4481 |
1012 |
5673 |
1288 |
12454 |
Em 2024, vias públicas concentraram a maioria das ocorrências de furtos e roubos de veículos, representando 66,26% do total, seguidas por comércio e serviços (12,32%) e rodovias/estradas (8,92%). Locais como unidades rurais (2,71%) e centros comerciais (2,51%) também foram alvos, enquanto estacionamentos/garagens (1,48%) e residências (1,33%) apresentaram menor incidência, indicando proteção relativa. Outros locais, como áreas não ocupadas e shopping centers, tiveram impacto residual, reforçando a vulnerabilidade de veículos em espaços abertos e movimentados.
Descrição Tipo Local 2024 |
ocorrências |
Participação |
Via Pública |
1345 |
66,26% |
Comércio e Serviços |
250 |
12,32% |
Rodovia/Estrada |
181 |
8,92% |
Unidade Rural |
55 |
2,71% |
Centro Comercial/Empresarial |
51 |
2,51% |
Estacionamento/Garagem |
30 |
1,48% |
Residência |
27 |
1,33% |
Area não Ocupada |
17 |
0,84% |
Shopping Center |
16 |
0,79% |
Local Clandestino/Ilegal |
16 |
0,79% |
Repartição Pública |
9 |
0,44% |
Restaurante e Afins |
7 |
0,34% |
Condomínio Residencial |
6 |
0,30% |
Serviços e Bens Públicos |
5 |
0,25% |
Outros |
5 |
0,25% |
Estabelecimento Industrial |
4 |
0,20% |
Escritório |
3 |
0,15% |
Terminal/Estação |
2 |
0,10% |
Condomínio Comercial |
1 |
0,05% |
Total Geral |
2030 |
100,00% |
MODELOS MAIS VISADOS PELOS CRIMINOSOS
Os dados de 2024 mostram que veículos pesados dominaram as ocorrências de furtos e roubos, com o Volvo FH 540 6X4T (70 casos, 13,46%) e o Volvo FH 460 6X2T (66 casos, 12,69%) no topo da lista. Outras marcas como Volkswagen, Ford e Scania também figuram entre os modelos mais visados. Caminhões de grande porte, como o SR/Randon SR CA (8,65%) e o VW/24.280 CRM 6X2 (7,31%), destacam-se devido à alta demanda no transporte de cargas.
Modelos da Mercedes-Benz, como o L 1620 (3,27%) e o Atego 2426 (3,08%), também estão na lista, reforçando a preferência dos criminosos por veículos com alto valor comercial e utilidade logística. A concentração em marcas e modelos específicos reflete o interesse por veículos robustos e frequentemente utilizados no transporte rodoviário, sugerindo a necessidade de maior proteção para essas categorias no setor de transporte.
TOP 20 Marca/Modelo |
Ocorrências |
% |
VOLVO/FH 540 6X4T |
70 |
13,46% |
VOLVO/FH 460 6X2T |
66 |
12,69% |
SR/RANDON SR CA |
45 |
8,65% |
VW/24.280 CRM 6X2 |
38 |
7,31% |
FORD/FORD F 4000 |
35 |
6,73% |
VW/24.250 CNC 6X2 |
30 |
5,77% |
SCANIA/R450 A6X2 |
28 |
5,38% |
VW/26.280 CRM 6X4 |
20 |
3,85% |
SR/GUERRA AG GR |
20 |
3,85% |
M.BENZ/L 1620 |
17 |
3,27% |
M.BENZ/ATEGO 2426 |
16 |
3,08% |
VW/9.170 DRC 4X2 |
15 |
2,88% |
SCANIA/R540 A6X4 |
15 |
2,88% |
VW/25.420 CTC 6X2 |
14 |
2,69% |
VOLVO/VM 270 6X2R |
14 |
2,69% |
SCANIA/R 440 A6X2 |
14 |
2,69% |
VOLVO/FH 500 6X2T |
14 |
2,69% |
VW/11.180 DRC 4X2 |
13 |
2,50% |
M.BENZ/ATEGO 2730 6X4 CE |
12 |
2,31% |
VW/24.260 CRM 6X2 |
12 |
2,31% |
M.B./M.BENZ L 1113 |
12 |
2,31% |
Total Geral |
520 |
100,00% |
BAIRROS DA CAPITAL PAULISTA COM MAIS OCORRÊNCIAS
Os dados dos 20 bairros com maior número de ocorrências de furtos e roubos na cidade de São Paulo em 2023 e 2024 destacam uma redução geral no número de casos e alterações significativas na distribuição entre os bairros. Juntos, esses 20 bairros representaram 52% das ocorrências da cidade, evidenciando a alta concentração da criminalidade em áreas específicas da capital.
“A capital sozinha responde por quase um quinto do total estadual, o que reforça a importância de direcionar esforços de segurança pública para essas regiões”, salienta o pesquisador da FECAP.
O total de ocorrências nos 20 bairros analisados caiu de 262 em 2023 para 191 em 2024, uma redução de 27,1%. Essa queda está alinhada à diminuição geral registrada na cidade de São Paulo, que viu os números totais de crimes diminuírem no período.
Mudanças no ranking de bairros mais afetados – Em 2024, o bairro de Anhanguera assumiu a liderança do ranking com 29 ocorrências, o que representa 15,18% do total da cidade. Em 2023, o bairro líder foi Vila Maria, com 39 ocorrências (14,89%). A queda nas ocorrências na Vila Maria, que passou para 21 casos em 2024 (10,99%), representa um decréscimo de 46,2%.
A Vila Leopoldina permaneceu em destaque em ambos os anos, ocupando o terceiro lugar, com 13 casos em 2024 (6,81%) e 20 casos em 2023 (7,63%). Isso evidencia que o bairro continua sendo um alvo recorrente para ações criminosas, embora tenha registrado uma leve redução.
Bairros que registraram aumentos ou estabilidade – Alguns bairros mantiveram posições significativas no ranking, como Tremembé, que em 2024 teve 10 ocorrências (5,24%), uma leve alta em relação a 2023, quando não figurava entre os mais afetados. Outros bairros, como São Domingos, permaneceram relativamente estáveis, com 9 ocorrências em 2024 (4,71%) contra 24 em 2023 (9,16%), mostrando uma importante redução.
TOP 20 Bairros 2024 |
Ocorrências |
Participação |
ANHANGUERA |
29 |
15,18% |
VILA MARIA |
21 |
10,99% |
VILA LEOPOLDINA |
13 |
6,81% |
TREMEMBE |
10 |
5,24% |
SAO DOMINGOS |
9 |
4,71% |
TRES CRUZES |
9 |
4,71% |
JARAGUA |
9 |
4,71% |
CAPAO REDONDO |
8 |
4,19% |
JACANA |
8 |
4,19% |
CAMPO LIMPO |
8 |
4,19% |
VILA GUILHERME |
7 |
3,66% |
SANTO AMARO |
7 |
3,66% |
JARDIM JARAGUA |
7 |
3,66% |
(vazio) |
7 |
3,66% |
CAMPO GRANDE |
6 |
3,14% |
VILA SOCORRO |
6 |
3,14% |
JD SÃO LUIS |
6 |
3,14% |
PARQUE NOVO MUNDO |
6 |
3,14% |
PARQUE EDU CHAVES |
5 |
2,62% |
PERUS |
5 |
2,62% |
LIMAO |
5 |
2,62% |
Total Geral |
191 |
100,00% |
TOP 20 Bairros 2023 |
Ocorrências |
Participação |
VILA MARIA |
39 |
14,89% |
SAO DOMINGOS |
24 |
9,16% |
VILA LEOPOLDINA |
20 |
7,63% |
JARAGUA |
15 |
5,73% |
PERUS |
14 |
5,34% |
VILA JARAGUÁ |
12 |
4,58% |
JACANA |
12 |
4,58% |
PARQUE EDU CHAVES |
11 |
4,20% |
PARQUE NOVO MUNDO |
11 |
4,20% |
(vazio) |
10 |
3,82% |
VILA GUILHERME |
9 |
3,44% |
ANHANGUERA |
9 |
3,44% |
SOCORRO |
9 |
3,44% |
PARI |
8 |
3,05% |
JD SÃO LUIS |
8 |
3,05% |
BARRA FUNDA |
8 |
3,05% |
SAO MIGUEL |
8 |
3,05% |
JURUBATUBA |
7 |
2,67% |
ARICANDUVA |
7 |
2,67% |
PIRITUBA |
7 |
2,67% |
JAGUARA |
7 |
2,67% |
VILA JAGUARA |
7 |
2,67% |
Total Geral |
262 |
100,00% |
Na cidade de São Paulo, as vias públicas concentraram a imensa maioria das ocorrências de furtos e roubos de veículos em 2024, somando 324 casos, o que corresponde a 86,86% do total. Este dado reflete a vulnerabilidade dos veículos em trânsito ou estacionados em áreas abertas, destacando a importância de intervenções de segurança voltadas para essas regiões.
Outros locais, como comércio e serviços (22 ocorrências, 5,90%) e rodovias/estradas (17 ocorrências, 4,56%), também apareceram com frequência, mas de forma significativamente inferior. Locais como centros comerciais/empresariais (1,07%) e áreas não ocupadas (0,54%) apresentaram números ainda menores, enquanto categorias como residências, restaurantes e estacionamentos/garagens tiveram apenas uma ocorrência cada, representando 0,27% do total.
A predominância das vias públicas reflete a necessidade de maior policiamento ostensivo, sistemas de monitoramento e campanhas preventivas para reduzir a vulnerabilidade nesses espaços. Ao mesmo tempo, os dados indicam que locais privados e controlados oferecem maior segurança, embora não estejam completamente imunes à ação criminosa.
Descrição Tipo Local em São Paulo |
Ocorrências |
Participação |
Via Pública |
324 |
86,86% |
Comércio e Serviços |
22 |
5,90% |
Rodovia/Estrada |
17 |
4,56% |
Centro Comercial/Empresarial |
4 |
1,07% |
Area não Ocupada |
2 |
0,54% |
Restaurante e Afins |
1 |
0,27% |
Serviços e Bens Públicos |
1 |
0,27% |
Estacionamento/Garagem |
1 |
0,27% |
Residência |
1 |
0,27% |
Total Geral |
373 |
100,00% |
DESAFIOS E AVANÇOS NA COMPREENSÃO DO CRIME CONTRA O TRANSPORTE
Analisar o roubo e furto de caminhões, reboques e semirreboques no Brasil não é tarefa fácil. As lacunas no preenchimento das informações, a ausência de critérios únicos e transparentes para auditoria e a fragmentação das bases disponíveis dificultam o tratamento dos dados. Esses obstáculos não apenas dificultam análises detalhadas, mas também comprometem a construção de políticas públicas mais eficazes.
“Apesar disso, seguimos avançando. A cada dia, mais estudos exploram as conexões entre economia, segurança e sociedade, investigando como fatores como desemprego, renda e encarceramento impactam a dinâmica desses crimes. É um trabalho que, embora desafiador, amplia gradualmente nossa compreensão desse fenômeno complexo. Acreditamos que, com o aprofundamento das pesquisas e a melhoria na qualidade dos dados, estaremos cada vez mais preparados para propor soluções que fortaleçam o transporte e a segurança pública”, afirma Vitor Corrêa.