Abramge e IPS Consumo selam parceria com o propósito de diminuir o conflito na saúde suplementar

Associação e grupo de especialistas em consumidores se unem para dar uma resposta para a sociedade. “Espero que o poder público se junte depois, pois esse é um tema muito importante para a política pública”, diz Juliana Pereira, sobre o trabalho cujo resultado será apresentado durante o 29° Congresso em 2025

O IPS Consumo e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) anunciaram durante o 28° Congresso Abramge uma parceria inédita batizada como Observatório da Imprensa, que propõe lançar luz sobre o que está por trás das queixas dos consumidores em relação aos planos de saúde.

Segundo Juliana Pereira, presidente do IPS Consumo, a parceria será composta por um grupo de especialistas independentes que irão analisar as reclamações e reporta-las para a direção da Abramge. Na sequência serão discutidos quais serão os planos de ação. “É um trabalho de fôlego. Nosso instituto se compromete de ter um resultado consolidado para a Abramge no final do ano que vem, no próximo congresso”.

Por que hoje se tem tantas ações judiciais em relação à saúde suplementar? Responder a essa questão não é nada simples. Entender a causa raiz, conforme Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge, implicará em descobrir qual é o problema. “A judicialização é efeito e consequência. Vamos olhar para a causa, que é olhar para o consumidor. O principal motivo de existir deste setor é o consumidor. A busca é por esse diálogo”, expõe Ribeiro, sobre a parceria que possibilitará ter uma visão imparcial da causa.

Juliana Pereira, presidente do IPS Consumo, e Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge (crédito Rogério Cassimiro/ Congresso Abramge)

Serão analisadas todas as reclamações de consumidores e as ações judiciais que envolvam associadas da Abramge estiverem registradas nos Procons, no consumidor.gov, na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e no Poder Judiciário. “A litigância é prejudicial para todos, porque aquilo que se investe para se defender, se deixa de atuar na assistência. Esse é um grande ponto”, chama a atenção Juliana.

A presidente do IPS lembra que os dados já estão nas instituições e a parceria se propõe a consolida-los e fazer uma análise qualitativa. “Hoje se trabalha com muita dificuldade no aprofundamento dos dados. Cria-se maniqueísmos, tem alguém bom e alguém mau. Nós queremos entender o que está se falando e o que se tem de proposta”, conclui Juliana.

“A assinatura de hoje é a institucionalização desse estudo que o IPS vai conduzir com muito louvor para buscarmos entender melhor. Quando tivermos substrato passaremos para ações efetivas”, destaca Ribeiro.

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