CNseg prevê crescimento de no mínimo 8% neste ano

Até o mês de outubro, a expansão foi de 12,6%. “É bem provável que ficará na faixa de dois dígitos neste ano”, disse Marcio Coriolano 

Karin Fuchs

No acumulado do ano, até o mês de outubro, o mercado de seguros registrou R$ 303 bilhões em prêmios emitidos, excluindo saúde e DPVAT, um avanço de 12,6% quando comparado ao mesmo período de 2020. Os destaques foram para cobertura de pessoas e planos de acumulação, com alta de 14%, danos e responsabilidades, que cresceu 13,3% e cobertura de pessoas com planos de riscos, com uma expansão de 12,9%. Saúde suplementar teve um crescimento de 7,1% e capitalização, 3,5%.

“Essa taxa de 12,6% é bastante forte, acreditamos que só algo muito grave nos levará a um crescimento inferior a dois dígitos neste ano, mas isso, sobre uma base reprimida que vivemos no ano passado. Nós faremos uma revisão até o final do ano e o que estamos deslumbrando, num cenário pessimista para o mercado, sem DPVAT, é um crescimento de 8% e em um cenário otimista, 11,3%. Com esse resultado de 12,6%, é bem provável que ficará na faixa de dois dígitos neste ano”, afirmou Marcio Coriolano, presidente da CNseg.

Para o próximo ano, Coriolano disse que as projeções serão influenciadas pelas condições da economia brasileira. “O nosso setor é procíclico e o desafio é crescer sobre uma base mais gorda desse ano”. Historicamente, o setor de seguros cresce acima do PIB.

Presidente da FenSeg, Antônio Trindade, falou que mesmo com a crise sanitária, o setor mostrou resiliência, tanto que até o mês de outubro, o seguro de danos cresceu 15% e o seguro rural, 45%. Destaques também para o seguro residencial com expansão de 16% e o seguro de riscos de engenharia, 25%. “Os seguros de riscos cibernéticos cresceram 165%, ainda é pequeno em termos de faturamento, mas deslumbra um potencial enorme para os anos vindouros. Da mesma forma, ainda na família de responsabilidade, o D&O cresce 41%, RC Geral, 21%, são exemplos de que somos muito resilientes à crise, com potencial para crescer muito mais”, especificou.

Saúde 

Em números, João Alceu, presidente da FenaSaúde, falou que em 19 meses com a pandemia, o setor arcou com um custo de R$ 26 bilhões. “Foram meio milhão de internações por covid-19 e seis milhões de exames”. E mesmo com a pandemia, neste ano até junho, saúde suplementar registrou um aumento de 1,9 milhão de novos beneficiários. Ele prevê que os resultados serão melhores no quarto trimestre deste ano e que, em 2022, o setor volte ao patamar de 2014, quando havia 50 milhões de beneficiários.

Vida 

Jorge Nasser, presidente da FenaPrevi, também falou sobre indenizações ocasionadas pela covid-19, mesmo em contratos com exclusão dessa cobertura. “Até outubro deste ano, o total já ultrapassou R$ 5,5 bilhões, sem contar as devoluções por mortes das reservas de planos de previdência aberta e os valores de resgastes dos planos previdenciários. Podemos dizer que estamos enfrentando, aprendendo e crescendo na adversidade”.

Ele também comentou que os números mostram uma retomada. “De janeiro a outubro deste ano foram mais de R$ 112 bilhões em prêmios e contribuições de planos previdenciários, um crescimento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Atingimos mais de R$ 1,40 trilhão em ativos de previdência privada e acreditamos que, embora os resgates cresceram 25%  neste ano em relação ao ano anterior, a tendência é voltar aos seus níveis históricos na medida em que as pessoas tiverem a volta dos seus negócios e a retomada da atividade econômica”.

Capitalização 

Marcelo Farinha, presidente da FenaCap, ressaltou o quanto a capitalização beneficia a sociedade e até em lugares em que o Estado não se faz presente. “As famílias que foram fazendo a sua reserva de poupança tiveram de volta R$ 17 bilhões para utilizarem em um momento de dificuldade,  poupança que foi arrecadada ao longo do tempo e que vai voltando para a sociedade”.

Nos nove primeiros meses deste ano, o mercado de capitalização cresceu 5,65% em relação ao mesmo período de 2020, somando R$ 18 bilhões. “Fecharemos o ano com R$ 33 bilhões em reservas e com um faturamento de cerca de R$ 25 bilhões. A nossa indústria, de maneira geral, é uma segunda camada de proteção à sociedade, a primeira é o Estado, mas há lugares em que ele não chega e ali estamos nós para cumprir esse papel”.

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