Corretores e seguradoras podem contribuir para uma mudança de comportamento

Em um palco que ficou submerso em decorrência das chuvas em 2024, executivos falaram do avanço do seguro na sociedade e a importante sinergia com o corretor no desenho de produtos 

Os sindicatos organizadores do Brasesul – Sincor-PR, Sincor-SC e Sincor-RS – realizaram uma pesquisa denominada Projeto de Interlocução, com o objetivo de trazer contribuições de corretores para os seguradores em prol de soluções para a sociedade e desenvolvimento do mercado. O trabalho foi elaborado pelo professor Mauricio Tadeu.

Debater necessidades de melhoria no relacionamento, operações e atendimento com as seguradoras locais, de forma segmentada e regionalizada, além de agregar valor sobre o perfil dos corretores, autoavaliação sobre a gestão das corretoras e comparativo concorrencial com base nos indicadores qualitativos e quantitativos são as propostas do estudo.

Segundo Tadeu, o estudo apontou a dificuldade do corretor na intermediação, a eficiência do atendimento de sinistros e a dificuldade de diversificar.

Dentre os resultados esperados está a promoção de mudanças no comportamento do mercado. “Com esse trabalho, esperamos que a interlocução seja um marco de melhorias para todo o mercado”, disse o professor, sobre o trabalho definido como hercúleo.

O mesmo palco do Teatro FIERGS que estava submerso em 2024, uma vez que as chuvas alagaram toda a região e o nível de água chegou a quase 3 metros, reuniu presidentes de importantes grupos seguradores para debater o futuro do seguro no Brasil durante o segundo dia do Brasesul, realizado em Porto Alegre (RS).

Na visão de Eduardo Dal Ri, CEO do Grupo HDI, os corretores já são protagonistas dos produtos das seguradoras em geral e podem ser mais ativos. “Todas as seguradoras têm programas de escuta. Temos programas que colocam os corretores na matriz para debater os nossos produtos. A filial é um hub nosso para estarmos próximos ao corretor”, destacou Dal Ri, que ainda ressaltou a importância de ver o Sincor-RS ativamente não só no discurso político, mas na parte prática com a entrega da pesquisa que pode balizar ações futuras. “Os Sincors precisam representar cada vez mais os corretores e os corretores precisam confiar mais nos sindicatos”.

Oscar Celada, CEO de Negócios da MAPFRE Seguros, lembrou que a companhia fez uma imersão para entender as necessidades dos corretores e criação do projeto + Corretor. “O corretor está no centro da nossa estratégia. Todos nós fazemos parte de um sistema. É preciso seguro para reconstruir, para evolução do país e toda a sociedade. O futuro só pode ser construído com confiança e compromisso”.

Comunicação e tecnologia

Para Ivan Gontijo, presidente do Grupo Bradesco Seguros, cada vez mais o mercado de seguros deverá se intitular como um mercado que oferece proteção para a população brasileira. “Precisamos esclarecer à sociedade e mostrar o quanto o mercado pode oferecer uma proteção adequada. Nada substitui o contato humano”.

A necessidade do equilíbrio entre o digital e o humano na comunicação das seguradoras foi retratada por Marcelo Goldman, diretor da Tokio Marine. “Precisamos ter gente na ponta para atender corretores e também ter especialistas. A interação humana tem que continuar. Seguro é um negócio de pessoas”.

Paulo Kakinoff, CEO da Porto Seguro, apontou a comunicação como um grande desafio. “Nosso desafio é organizar o processo de comunicação e fazê-lo de forma bilateral. Não existe outra forma de construir produtos e comunicar que não seja discutir juntos. A AI será mais um instrumento de grande ganho de produtividade”.

Eduard Folch, CEO da Allianz, ressaltou que cada uma das gerações tem formas de comunicação e interações diferentes. “O que temos de fazer é entender que as formas de relacionar e trazer empatia são diferentes. Isso funciona para clientes e corretores”, comentou o executivo ao destacar que a pesquisa traz informações objetivas sobre as dores dos corretores.

Erika Medici, CEO da AXA, também reforçou que a clareza nas diferentes gerações e a abertura para entender que a mesma comunicação não funciona para todo mundo. “A chave da comunicação e estratégia de aproximação passa por refletir que a tecnologia é ótima, mas o contato humano tem de existir sempre que necessário”, explanos, ao destacar que existe uma ação do mercado como um todo importante de educar e conscientizar a sociedade.

“Temos de refletir sobre tudo o que fazemos. A eficiência tem que vir como ganho de escala. A forma de crescermos é a complementariedade para construirmos juntos um mercado de seguros maior”, ressaltou César Saut, VP da Icatu.

“Precisamos entender como intermediar melhor produtos e serviços para, no final do dia, ter uma jornada mais fluída para os corretores e clientes. A tecnologia veio para ajudar no desenvolvimento. Não podemos desumanizar as relações entre nós. A construção de um negócio mais eficiente passa pela tecnologia e toda a experiência que o mercado de seguros tem demonstrado”, concluiu Marcio Benevides, VP Comercial da Zurich.

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