Seguradora desenha microsseguro voltado para os microempreendedores das comunidades; produto será o primeiro projeto da MAPFRE voltado para esse público do ponto de vista de consumidor
Carol Rodrigues
A preocupação com a humanização e o papel social do seguro irá permear os próximos anos da MAPFRE. Segundo o CEO da área de Seguros da MAPFRE, Felipe Nascimento, a companhia iniciou na semana passada um piloto que dará origem a um microsseguro que será distribuído pela companhia.
“Fomos para dentro das comunidades conhecer e entender quais eram as necessidades e nos surpreendemos positivamente com o que essas pessoas precisam e nós não imaginávamos, e a disposição deles em pagar determinado preço”, comenta o executivo.
As proteções serão voltadas para os diferentes perfis de microempreendedores existentes dentro dessas comunidades – da cabeleireira à confeiteira. “Esses microempreendedores têm necessidades importantes para não ter descontinuidade de renda. Vamos ter uma linha de produto para os empreendedores e outra para coberturas de pessoas”, antecipou Nascimento durante encontro com um seleto grupo de jornalistas especializados em seguros.

A distribuição será realizada pelas entidades ou ONGs que já atuam dentro das comunidades. “Estamos entrando de mãos dadas com uma das entidades, utilizando o conhecimento dos líderes comunitários. Fizemos um processo de formação do que seriam os nossos agentes (distribuidores). O que queremos dentro de um ecossistema sustentável é que a própria prestação de serviço possa ser feita por alguém da própria comunidade”, explica o CEO.
A ideia da companhia é que se um secador tiver algum problema ou se ocorrer um problema elétrico, seja possível recorrer a um prestador dentro da própria comunidade. “Se não houver, que possamos ajudar a formar. É um projeto em que temos muito a aprender”, diz sobre o primeiro projeto da MAPFRE voltado para o público das comunidades brasileiras, agora visto como consumidor.
Ter produtos mais acessíveis e com qualidade na prestação de serviço é uma pauta importante para a seguradora.
O Brasil é o segundo mercado mais importante para a MAPFRE Seguros. “Temos possibilidade de crescer ainda mais, pois a penetração do seguro no Brasil ainda é baixa. As pessoas precisam ter consciência de que o seguro é necessário. O consumidor demanda melhora nos serviços”, destaca Fernando Pérez-Serrabona, CEO da MAPFRE Brasil.
“Temos uma pauta setorial importante de sensibilizar a sociedade de forma geral sobre a importância do seguro para aumentar a penetração no PIB”, frisa Nascimento.
A inovação no microsseguro é apenas uma das ações previstas pela seguradora, que passou um por um processo de transformação, em que a questão técnica foi um dos pontos altos, visando o equilíbrio das carteiras. “Agora, partimos para conciliar o equilíbrio técnico com uma estratégia comercial mais agressiva. Temos foco no aumento da base de corretores”, destaca Nascimento.
Hoje, a companhia conta com 17 mil corretores ativos e pretende chegar a 34 mil nos próximos três anos.
Automóvel
“Ainda temos uma necessidade maior de inclusão da frota segurada, pois o auto continua com o desafio de crescimento de base”.
Diante do cenário econômico, a companhia ainda mantém a flexibilização para pagamento do seguro auto no cartão de crédito, sem juros, enquanto algumas seguradoras já reduziram o parcelamento e aplicam juros. “Não temos uma mudança radical na política. Obviamente que, dependendo do que acontecer com a carteira e com a taxa de juros, pode ser que sejamos levados a isso”, expôs Nascimento sobre a facilidade do pagamento do seguro, lembrando que a maioria dos segurados ainda opta pelo débito em conta corrente.
Em termos de projeção para 2023, o CEO de Seguros informa que a companhia mantém a expectativa do mercado de obter um crescimento em prêmios superior a 10%. “No Brasil, pretendemos continuar o crescimento orgânico”, conclui Pérez-Serrabona.
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