Mercado em movimento

Crescimento do PIB, resultados operacionais, protagonismo do corretor e o open insurance, fizeram parte do primeiro painel do 22º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros

O primeiro painel do 22º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, com o tema “Panorama Econômico e Perspectivas para o Setor de Seguros”, teve as participações de Fabio Bentes, economista Sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Roberto Santos, diretor-presidente da Porto Seguro, Ivan Gontijo, diretor-presidente da Bradesco Seguros, Roberto Santos, diretor-presidente da Porto Seguro e José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine.

Mediado por Boris Ber, presidente do Sincor-SP, ele abriu o encontro, dizendo que encaixar a equação, transferência de risco, preço e produto, para uma retomada brilhante e superar os desafios é um compromisso de todos, seguradores e corretores. “Não deve ser uma coisa assim tão fácil, mas espero que você (Fabio Bentes) dê o tom e nos deixe mais esperançosos”.

Bentes apresentou e comentou o crescimento de 4,6% do PIB em 2021, divulgado pelo IBGE. “Aquela queda de 3,9% que tivemos em 2020 foi superada no ano passado. Não resolveu todos os nossos problemas, mas ninguém esperava no início de 2020 que fôssemos passar por um momento tão difícil e nos recuperarmos tão rapidamente. Houve uma retomada nesta perda deixada pela pandemia”.

Especificamente sobre o setor de seguros, o economista afirmou: “se a economia vai mal, esse setor não está imune aos principais problemas eminentes à economia. E quando a economia cresce, o setor de seguros se desenvolve e se desenvolveu muito no Brasil nos últimos anos, todo nós vimos uma grande variedade de seguros”.

Com base em uma pesquisa da CNC sobre o setor de serviços, ele falou sobre a robustez da indústria de seguros. “A abertura de 5.300 estabelecimentos em todos os Estados, e com o saldo de abertura e fechamento de seguradoras, de maneira geral, positivo, isso dá uma ideia de como esse processo de recuperação foi bastante disseminado no ano passado”.

Santos se surpreendeu com essa informação, principalmente, por causa da pandemia. “Nós percebemos um movimento das seguradoras e principalmente dos corretores, que deixaram de ficar nos seus escritórios e foram para suas residências. Me surpreendeu um pouco o aumento do número de estabelecimentos, é no mínimo curioso. Aqui tem uma grande oportunidade de aproximação da CNC, com a Fenacor e a CNseg para que possamos dar mais visibilidade da nossa indústria”.

Resultado operacional – O diretor-presidente da Porto Seguro também falou sobre a relação taxa de juro, rendimento financeiro e resultado operacional.
“Vínhamos de um período de juros elevadíssimos, mais próximo de uma Venezuela do que de uma Suíça. De repente, saímos de uma taxa Selic de 14% e o mercado começou a surfar nisso, pois as seguradoras com taxas de juros elevadas têm um rendimento financeiro muito importante. Mas com a queda da taxa de juro, elas precisaram se reinventar e cuidar bastante do seu resultado operacional, isso foi um aprendizado muito importante. Nesse momento em que a taxa de juro volta a crescer, não podemos esquecer desse aprendizado, a importância do resultado operacional”.

Open Insurance – Santos defendeu que o avanço do open insurance pode feito, mas não da forma imposta pela antiga gestão da Susep. “Tivemos que construir APIs, que são pontes de tecnologia para poder construir o open insurance para todos os ramos de seguros, inclusive para risco nuclear e risco de petróleo, eu não consigo ver um cliente de risco nuclear usar o open insurance para tratar disso. Somente para a fase 1, a Porto Seguro já gastou em torno de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões. Isso é muito dinheiro, que vira despesa administrativa e vai para o preço, e o cliente paga a conta”.

A sugestão de dele para avançar com o open insurance é o primeiro com o Automóvel, Vida Individual e o Residencial, para depois outros ramos serem incluídos. “Construir APIs para todos os ramos de seguro é uma loucura total”.

Desejo do consumidor – Ivan Gontijo, diretor-presidente da Bradesco Seguros, expôs que com a pandemia, ficou muito claro o desejo do consumidor por produtos de seguros, em especial, Saúde, Vida e Residencial. “Durante a pandemia, nós tivemos não somente perdas, que foram muito grandes, mas também aprendizados importantes e relevantes para o mercado, que passou a ser olhado de forma diferente e nós mesmos na forma de nos relacionarmos, passamos a viver um momento de intranquilidade com a nossa saúde, vida e residência. A preocupação com a proteção passou a ser maior”.

Nas palavras e Gontijo, produtos como plano de Saúde, seguro de Vida e Previdência são perenes de um tempo maior. “Eles demandam empresas que têm um sentido de perenidade e dão conforto e tranquilidade não só para o cliente adquirir, mas para o canal de distribuição poder oferecer”.

Canal corretor – O executivo falou sobre a relevância do corretor não só na distribuição de seguros, mas também de produtos financeiros. “A consultoria, conhecimento técnico de vocês é fundamental e não só na aproximação das partes e estamos buscando também a relação com os corretores para nos aproximarmos dos clientes. E o corretor não é só importante na aproximação das partes, mas acima de tudo, no momento em que ocorre o sinistro”.

Economia x indústria de seguros – Em números, José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine, ilustrou que nos últimos dez anos, a indústria de seguros cresceu sempre acima do PIB nominal, com exceção de três anos (2015 a 2018). “O crescimento real do Brasil nos últimos dez anos foi de 3,4% e a indústria securitária, cresceu estrondosos 57%. Não há uma correlação com o crescimento da economia”.

Mesmo com as incertezas do que irá acontecer com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a incertezas políticas no Brasil, disse Ferrara: “eu tenho certeza de que esse mercado continuará crescendo forte, não há essa correlação direta com a economia ou com a política”. Segundo ele, o PIB nominal projetado para o Brasil neste ano é de 5,9% e a indústria de seguros crescerá muito mais do que isso.

Com relação aos corretores de seguros, Ferrara que colocou que o corretor protagonista e empreendedor, é capaz de diversificar a sua carteira e aumentar a sua força de vendas. “Vejo muito no Nordeste corretores trabalhado com os prepostos e nós criamos (na Tokio Marine) Consultor de Negócios para permitir ao corretor cadastrar pessoas do seu relacionamento para ajudar-nos a vender seguros. Desenvolvemos esse sistema Consultor de Negócios para você administrar esse pool, que pode aumentar a sua força de vendas”.

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