Uso da tecnologia tem sido uma grande ferramenta de transformação no mercado de seguros, porém ela deve ser o meio e não o fim da construção da jornada do cliente
Apoio à experiência e não a experiência pura e simplesmente é o papel que as novas tecnologias, inclusive a inteligência artificial (IA), irão exercer no caminho para o futuro, que para muitos, de certa forma, já começou.
Como a inovação e a tecnologia vão impactar o seguro no futuro foi o tema abordado durante o CQCS Insurtech & Inovação por quatro executivos líderes de seguradoras que, juntas, são responsáveis por 40% dos seguros emitidos no Brasil.
Considerada tradicionalmente uma seguradora inovadora, a Porto encara desafios, conforme o CEO Paulo Kakinoff. “Temos times que estão todos os dias pensando em como se antecipar”.
Construir uma jornada eficaz e rápida para o cliente é uma missão coletiva do mercado de seguros. “A AI vai nos ajudar a transformar sistemas complexos em algo que seja acessível, compreensível e de fácil contratação. É para onde acho que a AI deverá nos apoiar. Ela não irá substituir o corretor ou a seguradora”.
Felipe Montenegro, CEO da Caixa Seguridade, destacou que o banco trilha o caminho da digitalização e tem a ambição de ser 100% digital. Para ele, a tecnologia irá amparar o desenho de produtos e serviços que atendam as necessidades dos clientes. “Caixa Seguridade vive um contexto disruptivo em tecnologia e se propõe a ser um banco digital. O pensamento digital está envolto tanto na diretoria como nas áreas técnicas da empresa. Novas tecnologias não adiantarão nada se não soubermos vender e se não soubermos atender o nosso cliente”.
Ele ressaltou a necessidade de tornar a jornada mais fácil, inclusive na regulação do sinistro.
Eduardo Dal Ri, CEO do Grupo HDI, definiu a tecnologia como algo que auxilia a ser melhor a cada dia. “Para nós, a tecnologia e a inovação é um apoiador dessa nossa vontade de buscar ser melhor sempre”.
A companhia, multimarcas e multiprodutos, internalizou o call center para atendimento dos sinistros, unificou o atendimento na Fácil Assist, está com uma jornada de sinistro 100% digital, unificação do salesforce e as conexões 100% automatizadas com as APIs, além da modernização do parque tecnológico.
“Olhamos com preocupação a questão do open insurance e a tentativa de trazer legalidade para as Associações de Proteção Veicular (APVs). Precisamos de corretores, seguradoras e todos os integrantes do ecossistema de seguros fortes”, chamou a atenção Dal Ri. “Juntos precisamos trabalhar para encontrar meios para potencializar a distribuição de seguros, mas de forma correta”.
“Estamos em um momento diferenciado com profissionais e companhias distintas, mas com objetivo único. O clima é de harmonia no âmbito institucional. As nossas diferenças são colocadas no âmbito comercial e na disputa pelo cliente”, ressaltou Ivan Gontijo, presidente do Grupo Bradesco Seguros.
Na visão dele, a inovação e a tecnologia são o meio para se alcançar e ser facilitador, pois a sociedade brasileira precisa do seguro.
“Uma parte da sociedade brasileira não tem proteções. Hoje, tão importante quanto as coberturas oferecidas nos contratos, são as assistências e os serviços. É necessário atender melhor o corretor para saber onde estamos errando e entender como podemos aperfeiçoar”, comentou Gontijo.
Para ele, nova experiência do cliente é um ponto ao qual sempre se deve estar atento. “O corretor é o elemento-chave de ligação com o cliente. O papel dos corretores de seguros é fundamental”.
Em 2023, o Grupo faturou R$ 107 bilhões, sendo 96% oriundos da produção dos corretores. “Ofereceremos as ferramentas necessárias para o corretor alcançar o cliente. Estamos comprometidos em oferecer o melhor produto, a melhor assistência e o melhor atendimento”, concluiu Gontijo.
Notícias relacionadas: