O crescimento do mercado de seguros, a revisão do marco regulatório e as indenizações com a pandemia, foram temas da abertura da Conseguro 2021 

Karin Fuchs 

Durante toda esta semana, até a próxima sexta-feira, 1 de outubro, acontece a Conseguro 2021, de forma on-line e gratuita. Para a abertura do evento, o tema foi “Percepções do Brasil de hoje”. Presidente da Fenseg, Antonio Trindade, falou sobre a resiliência do setor. “As medidas de distanciamento social, a retração do comércio e da indústria, geraram impactos sobre a atividade seguradora, no entanto, o mercado vem dando claros sinais de recuperação, desde o final do ano passado, com reações distintas por cada ramo de seguro. A crise sanitária não apenas confirmou a resiliência do setor, como demonstrou a aversão de empresas e pessoas a todo o tipo de risco”.

No primeiro semestre deste ano, a arrecadação superou R$ 42 bilhões e o segmento de danos e responsabilidades teve um crescimento de quase 15% no período. “O mercado segurador passa por um momento de grandes transformações, um processo de redesenho. De um lado, a revisão do marco regulatório aponta para a flexibilização de regras para a oferta de produtos, redução de barreiras de entrada e o fomento à concorrência, diminuição de burocracia e a criação de um ambiente de pró-inovação. Por outro, a intensificação da jornada de transformação digital, que ganhou tração nos últimos anos e foi acelerada na pandemia”, afirmou Trindade.

João Alceu, presidente da FenaSaúde, também falou sobre o marco regulatório “Ele pede uma atualização, ainda mais em um setor como o de saúde que está em constante evolução e mudança. A revisão do marco regulatório é uma ótima oportunidade para alavancar o acesso de mais pessoas ao seguro saúde e aos planos de saúde. No entanto, o debate no Congresso Nacional corre o risco de ser contaminando por demandas que resultarão em mais aumento de custos, portanto, dificuldade de acesso”.

Movimentos

Sobre a pandemia, Armando Vergílio dos Santos Júnior, presidente da Fenacor, ressaltou a importância da união do setor. “Os impactos advindos da covid-19 e as suas consequências são gravíssimas, mas seriam ainda piores se os seguradores e os corretores, movidos por um sentimento de empatia e de responsabilidade social e cumprindo a sua missão básica de amparar e proteger as pessoas, não tivessem agido em plena sintonia e rapidamente nas primeiras semanas da pandemia. Quase todas as seguradoras foram motivadas por uma inciativa pela Fenacor de garantir o pagamento as e indenizações em relação a covid-19”.

Indenizações que, segundo Jorge Nasser, presidente da FenaPrevi, já superaram a marca de R$ 4,6 bilhões, somente para a cobertura de convid-19.

Sobre o futuro, disse ele: “O mercado será do tamanho da nossa capacidade de entendimentos dos novos desafios que vieram”. Solange Paiva Vieira, superintendente da Susep, comentou sobre inovações. “Desenvolver o setor tem sido a meta que nos move na Susep e o nosso time tem trabalhado desde 2019 buscando dar condições para a inovação, modernizações e simplificações normativas que alavanquem a jornada do setor”.

Do conceito para a prática, Marcio Coriolano, presidente da CNseg, falou sobre a ASG (Ambiental, Social e Governança). “Estamos passando do conceito para a prática, tudo está sendo movimento da cidadania, trazendo junto um sentimento de uma nova solidariedade, tanto a nível global como local, e o Brasil é um grande exemplo. A solidariedade é matéria prima dos seguros, a nossa atividade é reunir pessoas, famílias e empresas”.

Coriolano, fez uma análise das mudanças que o país vem passando. “Há mais de duas décadas, o Brasil vem passando por momentos transformadores, vivemos um processo de uma nova ordem mundial, de crises recessivas decorrentes, após um crescimento consistente nos primeiros anos da década de 2000. Vivemos a aceleração da diversidade social e o surgimento de um novo cidadão consumidor, mais consciente do seu poder de escolha”.