Painel do CQCS Insurtech & Innovation com participação da Aconseg-SP apontou como vencer os desafios para a distribuição
Thaís Ruco
A Aconseg-SP participou da terceira edição do CQCS Insurtech & Innovation, no primeiro dia do evento, nesta terça-feira, 23 de novembro. O painel “Os atuais desafios na distribuição de seguros” contou com palestras de Hélio Opipari Jr., presidente da Aconseg SP; José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine Seguradora; Diogo Arndt Silva, CEO da Rede Lojacorr; e Fernando Rodrigues, CEO da Quiver, além da mediação de Paulo Marracini.
Hélio Opipari Jr. disse que o modelo de negócio de assessorias é relativamente novo, e que há desconhecimento e dúvidas sobre a abrangência da atuação, por isso esclareceu ao público que era bastante diverso e contava com novas seguradoras, insurtechs, prestadoras de serviços. “As assessorias nasceram em meados dos anos 1980, com os executivos vislumbrando a oportunidade de terceirizar a parte comercial das seguradoras. Diferentemente das plataformas, as assessorias vieram com a proposta de serem prestadoras de serviços”, contou. “Era início da microinformática, os corretores pequenos e médios não tinham condições financeiras nem conhecimento para operar aquela ferramenta, e as assessorias entraram para fazer este trabalho para os corretores: cálculo, impressão de cálculo, uma apresentação melhor para o cliente”, completou.
Hoje, a Aconseg-SP reúne 36 assessorias associadas em todo o estado de São Paulo. “As principais vantagens do atendimento via assessorias é que somos prestadores de serviços contratados pelas seguradoras, não há custo para o corretor. Há importante economia de recursos para as seguradoras ao optarem em trabalhar com assessoria, pois reduz compra de equipamento e contratação e pessoal”.
O canal assessorias no mercado apresenta números impressionantes: foram R$ 2 bilhões em prêmios emitidos em 2021, 30 mil cadastrados de corretoras de seguros, 600 colaboradores focados em atendimento ao corretor de seguros. Das 36 assessorias da Aconseg-SP, 65% estão localizadas na capital e 35% no interior, o mix de produtos é composto por 45% auto, 45% saúde, 7% RE, e 3% vida. O faturamento do mercado em geral foi de R$ 15,1 bilhões, e das assessorias de R$ 850 milhões.
“Para o futuro, vejo cada vez mais o corretor continuando a ser o protagonista deste mercado. Mas o nosso desafio é o apoio que temos que dar a esse corretor de seguros, inseri-lo mais nesse canal digital. Cada vez mais o nosso papel é esse apoio ao corretor, que é a principal figura da distribuição de seguros”, disse Helinho.
Fernando Rodrigues afirmou que o mercado de seguros é bastante competitivo e trabalha com um produto intangível, portanto toda a experiência do cliente é na entrega. Ele contou que a Quiver é responsável pelo processamento de dados de 35% do mercado via corretor de seguros “Temos 41 mil usuários diários, 6,8 milhões de apólices vigentes”.
Em sua visão, o corretor de seguros é o dono do relacionamento, e assim ele é o dono da oportunidade. “Por isso, o corretor precisa se antecipar às necessidades dos seus clientes, investir no pós-venda com auxílio das ferramentas digitais disponíveis. Investir no seu pós-venda, ficar com o cliente durante toda a vigência. Parar de se preocupar o digital e focar em relacionamento”, orientou. “Tem produtos para esse mundo digital, a tecnologia esta aí para entender e oferecer essa jornada. Saber o produto ideal, no momento ideal, para que pessoa com a qual você se relaciona, é a chave para o incremento de vendas”.
Diogo Arndt Silva, da Rede Lojacorr, também destacou a importância do apoio ao corretor de seguros e a inserção dos profissionais no meio digital para fortalecimento e consolidação da atuação. “O futuro é o ‘phigital’, a consultoria qualificada do corretor de seguros, apoiada pelas ferramentas tecnológicas. Nosso trabalho é apoiar este desenvolvimento”, enfatizou.
José Adalberto Ferrara comentou que a Susep está estimulando novos ecossistemas de distribuição, como as Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro (SISS), que chegarão a novos clientes com produtos de ticket baixo, porém à medida que conhecem a jornada desses consumidores podem passar a oferecer outros seguros. Para se manter competitivo, o corretor de seguros deve diversificar portfóio e promover iniciativas para reter o cliente – “o cliente tem que perceber valor adicionado”.
O presidente da Tokio Marine também reforçou a importância da tecnologia para fortalecer os corretores. “Para o corretor plugado não há limites nem fronteiras para prospectar”, enfatizou.