União do setor no enfrentamento de crises 

Assistência 24 horas, falta de peças, recusa de riscos por parte dos resseguradores e a nova identidade visual do Sincor-SP, foram alguns dos destaques no encontro com jornalistas

No primeiro fórum da nova diretoria do Sincor-SP, presencial e virtual com a imprensa especializada, no dia 18 de março, o presidente do sindicato, Boris Ber, apresentou as ações da entidade, algumas delas em parcerias com outros pares do setor, para resolver questões que estão afetando diretamente o mercado de seguros, entre elas, a assistência 24 horas e a recursa de riscos por parte dos resseguradores, não dos chamados riscos declináveis.

A começar pela assistência 24 horas, Ber falou sobre os trabalhos feitos na intersindical, sobre o canal Disque Sincor, que recebe as reclamações dos corretores, e a participação do Sincor-SP na comissão técnica da Fenacor para tratar do tema em nível nacional. “Nós temos hoje um baita produto que nos coloca frente a frente com os nossos clientes, mais do que a renovação, do que a colisão e do que o furto. Tirar a assistência, como alguns propõem, é quebrar a receita de todo mundo, inclusive a nossa, e quem não quer se sentir seguro com a assistência? Esse é um dos assuntos primordiais que estamos tocando de frente”, afirmou.

Segundo ele, a pandemia matou alguns guincheiros, alguns mudaram de ramo e algumas empresas quebraram, fora isso, o aumento do combustível também é um agravante. E pela dimensão do país e maior penetração do seguro em determinadas localidades, como em São Paulo, grupos técnicos serão  subdivididos por SindSegs ou regiões do País. Por parte do Sincor-SP, serão encaminhados às seguradoras os problemas individualizados e os números macros serão tratados na intersindical.

Acionamentos – 2ª vice-presidente do Sincor-SP, Simone Fávaro mostrou o crescimento expressivo no acionamentos de assistência 24 horas foi na carteira do residencial, em torno de 360 mil acionamentos, passando de 3.316.254, em 2019, para 3.680.598, em 2021. “Essa carteira cresceu e o número de prestadores reduziu. As companhias têm um trabalho muito forte de credenciamento”, comentou. Hoje, em torno de 11 milhões de residências estão seguradas.

Na carteira de automóvel, comparando o mesmo período, houve uma redução no volume de acionamentos de pouco mais de 286 mil (7.623.503, em 2019, e 7.237.399, em 2021), porém, quando comparado os anos de 2020 com 2021, o salto foi de mais de 340 mil (6.889.739, em 2020). Na carteira de automóvel, 39% utilizam a assistência 24 horas e no residencial, 33%.

“Nós fizemos um plano de ação para falar individualmente com cada seguradora e até para entender qual plano elas têm para daqui a 15 dias voltarmos com o nossos grupo de trabalho, Fenacor, FenSeg e Sincors do Brasil. A pandemia está chegando ao fim e temos que entender o que vamos melhorar nesse processo. Estamos trabalhando fortemente para que tenhamos um retorno positivo e para atender as expectativas dos corretores”, disse Simone.

Falta de peças – Questão que ainda afeta muito o setor automotivo e tende a se agravar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, Ber comentou que o primeiro impacto é na produção de veículos novos e, consequentemente, na disparada do valor na tabela Fipe. “Isso vai dar uma disparada na sinistralidade da companhia, impactará no bolso do consumidor e na dificuldade para fazermos a renovação”.

Ele acrescentou que os preços de algumas companhias estão aumentando, outras estão segurando, mas que é um risco comprar um sinistro futuro que não se sabe até onde irá o aumento da tabela Fipe. “Não é fácil dizer ao cliente que seu carro está valendo muito mais, o que é relativo, pois todo mundo está com o orçamento apertado. A guerra pode ser um complicador, ninguém faz ideia o quanto ela irá durar, eu mesmo esperava que seria uma guerra rápida. E ela vem com outros problemas, como o aumento da gasolina, do pão e da inflação. Todos nós teremos tempos difíceis pela frente”.

Aceitação do risco – Sobre a não aceitação de riscos por parte das  resseguradoras, Ber disse que isso tem sido um pesadelos para os corretores de seguros. “Nós já fizemos uma reunião com a CNseg e com a FenSeg sobre a questão do resseguro. Acredito que a maioria das companhias comprou até que bem o resseguro, mas vendeu a um preço muito ruim, acarretando em um sinistralidade gigante e na não renovação. É grande o número de corretores que tem nos procurado por não estarem conseguindo colocar riscos”.

Ele esclareceu que não se trará de riscos declináveis, “o que é outro problema crônico que ainda não temos solução, mas que está sendo tratado e mais ainda, a urgência do resseguro. Pode ser que a gente ressuscite mais o cosseguro, não da forma de hoje, que dá 30% ou 50% da capacidade, mas talvez dividir em blocos para cada um, pois a gente tem riscos bons, tem os protecionais, tem tudo, mas com esse nome o ressegurador não aceita mais por ter tido uma grande sinistralidade. Isso é um assunto que vai provavelmente frutificar nos próximos encontros. Estamos atentos”.

Questionado sobre o gerenciamento de risco, Ber comentou que o erro vem no nascedouro do multirrisco. “Nós abandonamos os protecionais como desconto e os colocamos como comissão, nós tiramos do segurado a imagem de que se ele investisse nos protecionais, ele pagaria menos prêmio”. Ele defende o como um incentivo e afirmou que o risco não é só de incêndio. “O aumento de raios, de danos elétricos e de fraudes pela situação econômica são outros”.

Edson Fecher, 1º tesoureiro do SincorSP, contou que eles percorreram 5 mil km pelo Estado de São Paulo realizando palestras para os corretores de seguros sobre legislação, gerenciamento de risco e responsabilidade civil. “Mostrando para o corretor que ele deve ir ao cliente, deve ir na planta, conhecer e mitigar risco, fazer o gerenciamento de risco. Conversamos com os resseguradores para chegarmos a uma solução ponderada, pois, eles negam pelas estatísticas de sinistros em um determinado setor. Temos que provar que está sendo feito o trabalho e a mitigação do risco, e que o sinistro é pontual”.

Novidades do Sincor-SP – Durante o encontro, a coordenadora de Comunicação da entidade, Elaine Lisbôa, apresentou a nova identidade visual do Sincor-SP e a nova comunicação, mais dinâmica e interativa nas redes sociais e mais próxima aos corretores de seguros.

Boris Ber destacou a harmonia entre as entidades do setor e a volta da participação da entidade na Fenacor. “Haverá eleições na Fenacor e a 2ª vice-presidência ficou com o Manuel Matos. Há muitos anos o Sincor não tinha uma posição na Fenacor, o que é muito legal, e eu continuo a ocupar a posição de vice-presidente Sudeste e tenho o compromisso de ajudar o Armando (Vergílio) e o Matos no que for necessário, principalmente no relacionamento institucional. Também o Eduardo Elias, o nosso homem de certificação digital, faz parte da diretoria da Fenacor na parte de tecnologia”.

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