Estudo mostra que Brasil está entre os ecossistemas de Open Finance mais avançados globalmente, similar a mercados líderes, como Reino Unido e Austrália
O mercado financeiro segue em constante evolução e, nos últimos anos, avanços significativos impulsionaram o crescimento do Open Finance e do Open Insurance. Apesar do progresso acelerado, muitas organizações e usuários ainda não implementaram, plenamente, as ferramentas disponibilizadas pelo Banco Central e pela SUSEP.
Segundo o relatório Open Finance Maturity Index Brasil 2024, desenvolvido pela Capgemini, o Brasil está entre os ecossistemas de Open Finance mais avançados globalmente, com uma maturidade de 77% – similar a mercados líderes, como Reino Unido e Austrália. O estudo também mostra que, nos últimos 12 meses, 77% das empresas entrevistadas lançaram ofertas de produtos e serviços baseadas em Open Finance, representando um aumento de 12% em 2024. Além disso, 42% das empresas afirmaram que pretendem lançar novas soluções Open Finance ainda em 2024, enquanto 22% já têm planos para 2025.
O número de usuários do Open Finance ultrapassa a marca de 42 milhões, conforme dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No mesmo período, o Open Insurance registrou cerca de 16,5 milhões de transações entre setembro de 2023 e setembro de 2024, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep).
“O Open Finance já é revolucionário, mesmo estando ainda nos seus primeiros anos de vida. A confiança no ecossistema e a educação financeira são desafios importantes, que serão, gradativamente, superados conforme o modelo avança. A prova disso são os números promissores: 57,62 milhões de consentimentos ativos em 2024 demonstram um avanço consistente. A expectativa é que o sistema alcance uma parcela ainda maior da população até 2025, desde que sejam realizadas campanhas eficazes e modelos de negócios que transformem o compartilhamento de dados em benefícios práticos para os consumidores”, avalia Murilo Rabusky, Diretor de Negócios da Lina Open X.
Segundo Rabusky, o Open Finance e o Open Insurance oferecem grandes oportunidades para empresas e usuários que buscam inovação em um cenário cada vez mais digital e conectado. A adesão a esses ecossistemas vai além da tecnologia, gerando impactos positivos nas receitas, na redução de custos e na expansão de mercados.
Transformação nos modelos de negócios bancários
O Open Finance também estimula os bancos tradicionais a repensarem seus modelos de negócio. “Instituições que não priorizarem a personalização de serviços e a interoperabilidade correm o risco de perder espaço para fintechs mais inovadoras. Investimentos em tecnologia e parcerias estratégicas serão fundamentais para a competitividade no setor”, pontua o Diretor de Negócios.
Por que investir no Open Finance em 2025?
Benefícios para empresas
- Aumento de receitas e novas oportunidades
O uso estratégico de dados no Open Finance possibilita implementar estratégias mais eficazes de cross-selling e up-selling, oferecendo produtos financeiros personalizados que atendem às necessidades específicas de diferentes perfis de clientes. Essa abordagem não apenas aumenta a receita, mas também melhora a experiência do cliente, incentivando maior fidelização e retenção.
- Redução de custos operacionais
A padronização e a interoperabilidade de APIs simplificam processos complexos, como compartilhamento de informações entre instituições financeiras reduzindo, significativamente, os gastos com infraestrutura tecnológica e aumentando a eficiência operacional. Isso permite que as empresas direcionem os recursos para inovações e melhorias estratégicas.
- Expansão para novos mercados
O Open Finance abre possibilidades para fintechs, insurtechs e instituições tradicionais alcançarem populações não bancarizadas ou subatendidas, criando produtos inclusivos e acessíveis. Isso possibilita a ampliação da base de clientes e o fortalecimento da presença em mercados emergentes, além de contribuir para a inclusão financeira.
- Mais inovação e agilidade no desenvolvimento de produtos
Com acesso a dados mais ricos e diversificados, as empresas podem acelerar o desenvolvimento de novos produtos e serviços financeiros, como plataformas de gestão financeira, seguros personalizados e investimentos automatizados. O Open Finance proporciona uma resposta mais ágil às demandas do mercado e às tendências emergentes.
- Melhor gestão de riscos e compliance
O compartilhamento de dados estruturados no Open Finance facilita a avaliação de crédito e a análise de riscos, viabilizando decisões mais precisas e seguras. Além disso, a automação no cumprimento de requisitos regulatórios minimiza erros e o tempo necessário para auditorias, garantindo mais conformidade com normas legais.
- Fortalecimento da competitividade
Empresas que adotam o Open Finance se posicionam como líderes inovadores no mercado financeiro, oferecendo serviços diferenciados e atraindo parceiros estratégicos. Essa vantagem competitiva é fundamental para empresas que desejam crescer em um cenário de constante evolução tecnológica e concorrência acirrada.
- Construção de ecossistemas colaborativos
O Open Finance promove uma integração mais ampla entre diferentes players do mercado, como fintechs, bancos, seguradoras e startups. Esse modelo colaborativo cria oportunidades para parcerias estratégicas, compartilhamento de tecnologia e desenvolvimento de soluções conjuntas, gerando valor tanto para as empresas quanto para os consumidores.
- Elevação da experiência do cliente
Ao oferecer serviços altamente personalizados e integrados, as empresas conseguem melhorar a jornada do cliente, desde a aquisição até o atendimento pós-venda. Um consumidor mais satisfeito é mais propenso a recomendar os serviços, contribuindo para o crescimento orgânico e sustentável da empresa.
Vantagens para os usuários
- Personalização de produtos e serviços: o compartilhamento consentido de dados possibilita ofertas ajustadas às necessidades financeiras dos usuários, como empréstimos, seguros e investimentos.
- Mais opções e competitividade: o Open Finance promove mais concorrência entre instituições, favorecendo que os usuários comparem e escolham as melhores condições financeiras.
- Inclusão financeira: populações antes desassistidas pelo sistema tradicional, como trabalhadores informais, podem ser atendidas com produtos acessíveis, como microsseguros e linhas de crédito.
- Controle e transparência: o sistema empodera os usuários com mais controle sobre suas informações financeiras, promovendo transparência e melhores decisões financeiras.
O papel das seguradoras no Open Insurance
Em 2025, as seguradoras estarão ainda mais integradas ao Open Insurance, utilizando tecnologia avançada para criar produtos como:
- Seguros baseados em comportamento: preços ajustados em tempo real com base em dados.
- Microsseguros personalizados: acessíveis para trabalhadores informais.
- Produtos inclusivos: desenvolvidos a partir de dados financeiros compartilhados no Open Finance.
Lideranças no setor
Players como Plaid, Belvo, TrueLayer, Tink e Finastra estão moldando o Open Finance globalmente, enquanto no Brasil, nomes como Lina Open X, Tecban, Sinqia, Sensedia e Dock lideram o mercado. Já a Zetta atua como porta-voz de fintechs e instituições financeiras inovadoras no Brasil, promovendo políticas que favorecem a interoperabilidade e a inclusão financeira.
Em 2025, espera-se que essas empresas:
- Expandam a oferta de produtos integrados;
- Apostem em parcerias estratégicas com bancos e seguradoras;
- Amplifiquem o uso de tecnologias como IA e blockchain para mais segurança e eficiência.
O futuro tecnológico do Open Finance e Insurance
Para o crescimento do setor, tecnologias como IA preditiva, machine learning, blockchain e Big Data serão cruciais. Essas ferramentas possibilitam a criação de produtos e serviços altamente personalizados, baseados no comportamento e nas preferências dos usuários. Além disso, essas tecnologias aumentam a capacidade das empresas de prever tendências e riscos, oferecendo insights em tempo real para tomadas de decisão mais assertivas.
A segurança também será um diferencial importante. O blockchain, por exemplo, oferece uma camada adicional de proteção, garantindo transparência e imutabilidade no compartilhamento de dados entre instituições financeiras. Já o uso de Big Data permitirá que empresas detectem fraudes com mais agilidade, ao mesmo tempo que ajudam a identificar padrões de comportamento e novas oportunidades de mercado. Nesse contexto, a interoperabilidade entre sistemas financeiros e seguradoras será essencial para que esses avanços tecnológicos sejam plenamente integrados, criando um ecossistema eficiente e colaborativo.
“Empresas que investirem no Open Finance e no Open Insurance estarão preparadas para atender às demandas de um mercado em transformação, enquanto os usuários terão à disposição ferramentas inovadoras que colocam suas necessidades no centro do sistema financeiro”, finaliza Murilo.