Custos de benefícios médicos para o empregador deverão crescer 12% em 2022 no Brasil, prevê pesquisa da Aon

Os custos globais de benefícios para a saúde sobem 7,4% à medida que a utilização de serviços médicos retorna aos níveis pré-pandemia

Os custos de benefícios médicos fornecidos pelo empregador devem aumentar 12% em 2022 no Brasil, superando a inflação geral em 8%. É o que revela o Global Medical Trend Rates Report de 2022 divulgado pela Aon plc (NYSE: AON), empresa líder global de serviços profissionais.

Tal aumento deve-se a uma combinação do crescimento na utilização, tanto em termos de quantidade como de gravidade no último ano. Somada a tais fatores, existe a devalorização do real em relação ao dólar americano, que contribuiu para um impacto crescente no custo de equipamentos médicos e de medicamentos, que comumente representam 50% dos custos da hospitalização. Em consequência, para 2022, o relatório estima que a taxa de tendência dos custos médicos atinja 12,3%, um aumento de 1,7% em comparação à taxa de 10,6% reportada em 2021.

“É um aumento significativo para o principal benefício oferecido pelas companhias brasileiras aos seus funcionários, sendo ainda o segundo maior custo, atrás apenas da folha de pagamento. Isso reforça a importância de as empresas criarem e expandirem as iniciativas corporativas de gestão de saúde do seu público interno, além de medidas que visem a qualidade de vida e bem-estar”, aponta o Head de Health & Human Capital da Aon Brasil, Leonardo Coelho.

Globalmente, os custos para benefícios médicos fornecidos pelo empregador em 2022 devem aumentar 7,4%. Isso se deve, principalmente, ao retorno da utilização médica aos níveis de pré-pandemia de COVID-19, benefícios ampliados, custos unitários mais elevados para serviços médicos e aumento previsto na inflação geral.

“É possível evitar o avanço dos maus hábitos de estilo de vida e da prevalência de condições crônicas, fenômenos globais que são ainda mais exacerbados pelos potenciais impactos de longo prazo na saúde causados por tratamentos e verificações de rotina adiados, como resultado da pandemia da COVID-19”, acrescenta Coelho.

As taxas de tendência médica projetadas variam significativamente por região. Espera-se que os custos aumentem mais nas regiões do Oriente Médio/África, com taxas médias de tendência médica previstas em 11,1%. Em contrapartida, prevê-se que a Europa tenha o menor aumento médio da taxa de prêmios médicos, em 5,6%.

Previsão de crescimento do custo do benefício de saúde de 2021 a 2022

2021 2022
Brasil 10.6% 12.3%
Global 7.2% 7.4%
América do Norte 7.0% 6.6%
América Latina e Caribe 8.8% 10.6%
Ásia-Pacífico 8.0% 8.2%
Europa 5.5% 5.6%
Oriente Médio/África 12.0% 11.1%

 

Ao lado da pandemia global, o relatório da Aon confirma o crescente impacto das doenças não transmissíveis nos custos de saúde globalmente. Na região da América Latina e Caribe, 79% dos países participantes da pesquisa indicam o câncer como a principal condição de saúde geradora de despesas médicas.

Principais Condições Médicas região da América Latina e Caribe e no Mundo

América Latina e Caribe Global
1) Câncer Doenças cardiovasculares
2) Doenças cardiovasculares Câncer
3) Diabetes Hipertensão
4) Ditúrbio pulmonar/respiratório Diabetes
5) Hipertensão Distúrbio pulmonar/respiratório

O relatório da Aon também confirma a crescente prevalência de fatores de risco de hábitos pessoais pouco saudáveis, como má nutrição e sedentarismo.

Principais fatores de risco para a saúde na região da América Latina e Caribe e no mundo

América Latina e Caribe Global
1) Hipertensão Hipertensão
2) Má nutrição Sedentarismo
3) Sedentarismo Má gestão do estresse
4) Glicose no sangue elevada Má nutrição
5) Obesidade Colesterol alto

“Olhando para 2022, a maioria dos países espera que os níveis de utilização médica sejam mais altos que no início da pandemia”, disse Max Saraví, Head de Health and Human Capital Solutions da Aon para a América Latina. “O atendimento preventivo e ambulatorial são os serviços médicos que mais devem crescer durante este ano. A utilização dos serviços de telesaúde também deve aumentar, seguindo o crescimento observado durante a pandemia”, completa.

Para acessar o relatório, clique aqui.

Metodologia

A pesquisa foi realizada entre 108 escritórios da Aon, cada um representando um país participante do relatório, e para o qual prestam serviços de intermediação administração ou aconselhamento sobre planos médicos fornecidos pelo empregador. As respostas da pesquisa refletem as expectativas de tendência médica dos profissionais da Aon com base em suas interações com clientes e operadoras representadas no portfólio do negócio de planos médicos da empresa em cada país.

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