O Diretor Técnico e de Estudos da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg, Alexandre Leal, é o entrevistado da nova edição de hoje, dia 20, do programa “Panorama do Seguro”, produzido pelo Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo (Sindseg-SP). Na conversa com o jornalista Paulo Alexandre e o consultor de economia Francisco Galiza, apresentadores do programa, Alexandre Leal avaliou o histórico do Open Insurance no País, que começou a ser discutido em novembro de 2019, quando o Banco Central abriu consulta pública para a implantação do Open Banking.
Para Alexandre Leal, um dos principais desafios é o pioneirismo do Brasil nesse tema, e por isso, não é possível fazer um benchmark internacional para avaliar erros e acertos. O diretor destacou que, apenas recentemente, a Europa começou a discutir como deve ser o modelo de Open Insurance – ouvindo stakeholders, produzindo estudos e abrindo o debate para a população – para iniciar o processo em 2023. Sobre a proposta de implantação no Brasil, Leal considera que houve muito alarde quanto aos benefícios, e pouco debate sobre os riscos desse modelo.
Ele chama a atenção para a implantação do Sistema de Registro de Operações (SRO), que vai permitir que todas as operações de seguros sejam registradas na Superintendência de Seguros Privados – Susep. Leal avalia que o Open Insurance só deveria ser implementado após a conclusão do SRO. “São duas agendas muito pesadas, consomem recursos técnicos, financeiros e de pessoal das seguradoras”. Esse fator, alerta Leal, é considerado na Europa como um dos riscos do Open Insurance, tendo em vista que esses recursos alocados para atender a agenda regulatória poderiam ser investidos em inovação e na criação de novos produtos.
Outro ponto levantado por Leal durante a entrevista é sobre o papel do corretor de seguros, que não é mencionado pela Susep no ambiente do Open Insurance. Porém, cita a criação de um novo ente para operar nesse ambiente aberto, a sociedade iniciadora de serviço de seguros. “O setor vê com grande preocupação a participação de um ente não regulado nesse ambiente no qual poderá circular informação dos clientes.”, afirmou.
Para o público interessado em se aprofundar sobre a visão do setor nesse tema, Leal recomendou a leitura do artigo “Open Insurance: um passo mais próximo à realidade”, publicado na edição 45 do Conjuntura CNseg.