A economia brasileira poderá crescer até 1,5% no próximo ano ou, do contrário, ter queda de 0,5% no cenário negativo. As projeções constam no artigo da nova Conjuntura CNseg nº 61, publicação da Confederação Nacional das Seguradoras- CNseg. Três conjuntos de fatores poderão definir o movimento final da economia do País em 2022. O primeiro bloco diz respeito ao comportamento da economia mundial e riscos de a pandemia se agravar. O segundo tem relação com a trajetória da inflação brasileira e a resposta do Banco Central (via taxa Selic) à escalada dos preços. A terceira variável: a volatilidade e incertezas associadas à eleição presidencial de outubro.
Segundo a análise, apesar das incertezas, um ano melhor em 2022 é esperado pela maioria dos analistas internacionais, ao avaliar a economia mundial. O cenário base mais positivo pressupõe uma retomada global ainda robusta e mais equilibrada no flanco da oferta e demanda, algo que contribuirá para a inflação permanecer mais comportada. Nem a retirada dos estímulos fiscais e monetários excepcionais deve arrefecer a trajetória positiva da economia global. O quadro, contudo, é mais delicado para os países emergentes. Tudo porque a retomada do ciclo de alta dos juros nas economias centrais afetará os fluxos de recursos internacionais endereçados aos emergentes, gerando impactos negativos, como desvalorizações cambiais e pressões inflacionárias.
O Brasil, no ranking elaborado pela Bloomberg Economics, é o terceiro país emergente com maior vulnerabilidade nesse cenário projetado, superado apenas pela Argentina e pela Turquia. O entendimento dos especialistas é de que um novo repique da inflação trará desafios ainda maiores para essas economias controlá-las, afetando as expectativas de longo prazo.
Após enfrentar a chamada recessão técnica neste ano- dois trimestres de queda do PIB- o Brasil caminha para uma recuperação apenas parcial no ano das perdas ocorridas em 2020. Os reflexos disso avançam para o ano seguinte, dificultando uma recuperação mais vistosa, segundo a publicação.
O texto da Conjuntura CNseg afirma que, apesar do quadro inicialmente positivo da economia global no próximo ano, o risco de avanço da variante Ômicron e o comportamento da inflação mundial podem provocar desvios nas projeções dos indicadores globais e dos brasileiros.
Dois outros artigos – um de projeções das variáveis macroeconômicas e o comportamento da arrecadação do setor de seguros em 2022; outro, sobre a receita já realizada no ano- também estão disponíveis nesta edição da Conjuntura CNseg.
No texto sobre projeções da arrecadação do setor, é lembrado que 2022 passa a ser ainda mais desafiador, já que, além da incerteza trazida pela nova variante Ômicron, no Brasil, será um ano de eleições presidenciais, fato que acaba resultando em aumento da volatidade e adiamento de decisões de investimento. Razão pela qual a projeção para a atividade econômica para o ano foi revista para um intervalo entre -0,45% e 1,50% nos cenários pessimista e otimista, respectivamente, pela Superintendência de Estudos e Projetos da CNseg.
Nesse cenário, projeta-se um crescimento da arrecadação de seguros em 2022 entre 2,6% e 9% nos cenários pessimista e otimista, respectivamente. No segmento de Danos e Responsabilidades (sem DPVAT), a projeção de 2022 é de alta de prêmios entre 3,1% e 12,8%. No segmento de Cobertura de Pessoas, é esperado que os Planos de Riscos, em 2022, tenham uma evolução de receita de 5,1% a 9,2%. Para os Planos de Acumulação, a taxa previsão é de 1,6% e 5,2%. Nos Títulos de Capitalização, a projeção oscila de 1,4% a 15,8% no próximo ano. Para Saúde Suplementar, o crescimento projetado é de algo entre 5,2% e 12,2%.
Por fim, um artigo se dedica a avaliar o desempenho do setor no acumulado do ano, indicando as razões do crescimento, ainda heterogêneo, entre ramos e modalidades, os destaques nos segmentos de Danos e Responsabilidades e seguros de Pessoas. Anualizada até outubro, a receita do setor cresceu 12,6% e busca permanecer na casa de dois dígitos até o fechamento do ano, segundo a Conjuntura CNseg.