Encontro setorial destaca performance e fala de perspectivas do mercado de seguros

Plano de Desenvolvimento do Mercado Segurador busca aumentar a parcela da população atendida em 20% e elevar a participação no PIB nacional

Dyogo Oliveira

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e o Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e de Capitalização dos Estados de Minas Gerais, de Goiás, do Mato Grosso e do Distrito Federal (SindSeg MG/GO/MT/DF) promoveram, na última sexta-feira, o Encontro Setorial com lideranças do mercado segurador. Na ocasião, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, apresentou uma visão geral do setor segurador do ano de 2022, que foi marcado pela maior procura por produtos oferecidos pelas seguradoras.

O mercado de seguros mineiro experimentou alta nos pagamentos de indenizações, benefícios, sorteios e resgates no acumulado de 2022. Foram repassados aos segurados R$ 8,1 bilhões (sem Saúde, DPVAT e VGBL), 12,4% a mais que em 2021, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras. Os produtos de seguro de Danos e Responsabilidades que apresentaram os avanços mais expressivos foram: Automóvel, que apresentou o maior crescimento, com 90,8% (R$ 3,1 bilhões), seguido por Crédito e Garantia, com 48,5% (R$ 133,2 milhões), os seguros classificados como Outros, com 40,9% (R$ 7,5 milhões) e Garantia Estendida, com 22,3% (R$ 20,3 milhões).

Em arrecadação, desconsiderando os dados de DPVAT e Saúde Suplementar, Minas Gerais registrou um aumento de 20,8% (R$ 30,3 bilhões) na demanda por produtos de seguro, destacando o Rural, com 48,2% (R$ 1,1 bilhão); o Transportes, com 44,1% (R$ 437,7 milhões); e o Automóvel, com 38,7% (R$ 4,3 bilhões).

Nacionalmente, a indústria do seguro se manteve em alta. O pagamento de indenizações, benefícios, resgates e sorteios (sem Saúde e sem DPVAT) somaram mais de R$ 219,4 bilhões em 2022, volume 15,5% superior a 2021. Quando falamos em arrecadação, o setor viu a demanda avançar 16,2% em relação ao ano de 2021, com mais de R$ 355,9 bilhões em arrecadação (sem Saúde Suplementar e sem DPVAT).

Marcos Neves

Para o presidente do Sindicato das Seguradoras (SindSeg) MG/GO/MT/DF, Marcos Neves, o seguro tem um papel estabilizador na medida em que reduz incertezas, dá suporte a decisões estratégicas de investimentos, oferece proteção pessoal e preserva patrimônios, rendas e qualidade de vida. “O resultado da receita de seus produtos, além de empregar milhares de pessoas direta e indiretamente, alimenta uma dinâmica cadeia produtiva que envolve seguradoras, corretoras e uma ampla gama de fornecedores de reparação, reposição e prestação de serviços”.

PDMS

Outro tema abordado durante o encontro foi o lançamento do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS), que definiu 4 eixos de trabalho: imagem do seguro, canais de distribuição, produtos e eficiência regulatória, que foram divididos em 65 iniciativas, que irão balizar as ações nesta indústria de 2023 a 2030, tanto no âmbito do setor público quanto no do privado.

O Plano tem dois objetivos principais: Aumentar a parcela da população atendida em 20% pelos diversos produtos do mercado de seguros, previdência aberta, saúde suplementar e capitalização; e elevar o pagamento de indenizações, benefícios, sorteios, resgates e despesas médicas e odontológicas dos atuais 4,6% do PIB para 6,5% do PIB.

Dyogo Oliveira e Marcos Neves

O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, estima que, como consequência da implementação do Plano, em termos de receita, o mercado atinja 10% do PIB nacional em 2030. “O Plano foi criado a partir da percepção de que o mercado de seguros pode gerar mais reservas para a poupança nacional e direcionar mais recursos para importantes projetos nacionais, ao apoiar iniciativas públicas e privadas. Assumimos riscos das mais diversas atividades econômicas e oferecemos proteção aos indivíduos e às empresas”, ressalta Oliveira.

Proteção veicular

Durante o Encontro Setorial, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira também alertou sobre o avanço desenfreado da proteção veicular. “O consumidor corre sérios riscos porque é um modelo de negócios que já existiu no passado e que deixou um saldo de prejuízos irreparáveis por não cumprir as regras prudenciais e de solvência necessárias no mercado de seguros. Portanto, o avanço das entidades mútuas representa um retrocesso, não só porque concorrem de forma desleal no mercado formal de seguros, mas também porque, sem fiscalização, podem transformar em pó a poupança de milhares de consumidores atraídos por benefícios que não serão concedidos”.

O executivo destacou ainda que as associações de proteção veicular representam perda fiscal de R$ 1,2 bilhão ao ano. Para alertar os consumidores, a CNseg criou o site https://www.seguroautosim.com.br/

Dados do mercado segurador dos demais estados que compõem o SindSeg MG/GO/MT/DF:

Goiás

A procura pelos produtos de seguro também teve aumento em Goiás, com um crescimento nominal de 26,5% na arrecadação, com R$ 10,3 bilhões (Sem Saúde e DPVAT), se comparado a 2021. Dos segmentos de seguros que mais cresceram, o destaque ficou com o Transportes, que teve uma variação positiva de 47,6% (R$ 97,5 milhões), seguido pelo Automóvel, com alta de 43,7% (R$ 1,6 bilhão). A Capitalização teve uma variação nominal de 28,2% (R$ 773,1 milhões) e o segmento de Coberturas de Pessoas teve um aumento de 21,9%, com (R$ 5,8 bilhões).

Dos pagamentos de indenizações, que cresceu 17,7% (R$ 2,9 bilhões), os maiores destaques ficaram por conta do Rural, com 98,8% (R$ 439,9 milhões), e do Crédito e Garantia, que apresentou um aumento de 50,6% (R$ 107,7 milhões).

Mato Grosso

Seguindo a tendência de aumento no pagamento de indenizações, benefícios, resgates e sorteios, Mato Grosso apresentou um crescimento de 58,3%, com R$ 1,6 bilhão, (sem Saúde, sem DPVAT e sem VGBL) em comparação ao ano anterior. Danos e Responsabilidades (sem DPVAT) foi o segmento com maior avanço percentual (+122,2%), representando o total de R$ 1,1 bilhão. Os produtos deste segmento que melhor performaram foram: Automóvel, com 3.702,0% (R$ 328,8 milhões), o Crédito e Garantia, com 1.884,9% (R$ 263,9 milhões), e Transportes, com 56,6% (R$ 99,1 milhões)

Em Arrecadação (sem Saúde e sem DPVAT), no mesmo período, Mato Grosso teve um aumento total de 37,1% (6,6 bilhões). Os produtos que registraram os maiores avanços percentuais foram: Transportes, com 75,5% (R$ 164,3 milhões), seguido por Automóvel, com 51,3% (R$ 1,06 bilhão), e Rural, com 44,1% (R$ 864,3 milhões)

Distrito Federal

Outra região que registrou um crescimento no mercado de seguros foi o Distrito Federal. Sem incluir Saúde e DPVAT, o DF teve uma arrecadação de R$ 10,6 bilhões, 15,7% superior que em 2021. Os produtos de seguros com avanços mais expressivos foram: Rural, com 233,6% (R$ 254,1 milhões); o Habitacional, com 97,1% (R$ 984,1 milhões); e o Automóvel, com 29,1% (R$ 957,5 milhões).

A capital do Brasil também teve aumento no pagamento das indenizações, benefícios, sorteios e resgates de 9,3% no período, retornando à sociedade mais de R$ 2,8 bilhões. Os produtos de seguro que tiveram os maiores percentuais em pagamento de indenizações no período foram: Automóvel (+596,5%), com R$ 576,4 milhões, Habitacional (+264,3%), com R$ 101,5 milhões, e Transportes (+255,3%), com R$ 2,3 milhões.

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