Ginecologista da rede Meu Doutor Novamed destaca a importância da escuta ativa por parte dos médicos
Cólicas intensas, que podem ocasionar desmaios, dores nas pernas e nas costas. Esses são alguns dos sintomas da Endometriose, uma doença crônica que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta 10% da população feminina global. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que cerca de 8 milhões de mulheres sofrem desta enfermidade, que ocorre quando o endométrio (mucosa que reveste a parede interna do útero) cresce fora da região. É importante sensibilizar e informar a população sobre a realização dos exames preventivos para detectar a doença, que pode levar à infertilidade e causar obstruções intestinal e ureteral.
Segundo o ginecologista Rafael Pazelo, especialista em endometriose na unidade Curitiba da rede Meu Doutor Novamed, atualmente, a medicina possui tecnologia disponível para garantir uma descoberta precoce, o que possibilita uma melhor qualidade de vida para as pacientes e evita a evolução do quadro. Ainda assim, a escuta ativa do profissional no atendimento é essencial para a identificação da doença.
“Precisamos diagnosticar precocemente, pois possuímos os meios para tal, como o ultrassom, a ressonância magnética. Porém, o diagnóstico continua sendo a anamnese, ou seja, ouvir a paciente e suas queixas”, explica Pazelo. “Importante salientar que ter cólica intensa não é normal. Entre os sintomas, podem ocorrer também dor na relação sexual, infertilidade, dor pélvica e dor nas costas”.
A principal teoria para o surgimento da endometriose foi descrita pelo americano John Sampson, na década de 1920, que aponta entre as possíveis causas a menstruação retrógrada – quando, durante o período menstrual, um pouco de sangue passa para as trompas, invadindo a cavidade pélvica. Na mulher que sofre de endometriose, algumas dessas células do endométrio caem nos ovários ou na cavidade abdominal, em vez de serem expelidas.
O componente genético é apontado como uma das causas para o surgimento da doença e, a partir das primeiras menstruações, já é possível detectar os sintomas. Apesar de ser uma enfermidade crônica, a detecção precoce garante uma melhor qualidade de vida. “Os principais riscos de ter a doença e não saber são a evolução do quadro, que pode levar à infertilidade e a repetidas infecções urinárias, por exemplo”, explica o Dr. Rafael Pazelo.
Em muitos casos, o tratamento utilizado é o cirúrgico ou a suspensão da menstruação, a partir de medicamentos. A endometriose regride espontaneamente na menopausa, com a queda na produção de hormônios femininos.