ANS divulga dados econômico-financeiros relativos ao 3º trimestre de 2024

Informações estão disponíveis no portal da Agência, no Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulga nesta terça-feira, 10/12, os dados econômico-financeiros relativos ao 3º trimestre de 2024. As informações estão disponíveis no Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar, que permite a consulta por trimestre desde 2018.

Considerando os dados acumulados dos três primeiros trimestres de 2024, as informações financeiras enviadas pelas operadoras de planos de saúde e pelas administradoras de benefícios à ANS demonstram que o setor registrou lucro líquido de R$ 8,7 bilhões de janeiro a setembro de 2024 e um aumento de 178% em relação ao mesmo período de 2023. Esse resultado equivale a aproximadamente 3,33% da receita total acumulada no período, que foi superior a R$ 261 bilhões. Ou seja, para cada R$ 100,00 de receitas, o setor teve cerca de R$ 3,33 de lucro ou sobra.

No gráfico acima, é possível observar a evolução do resultado líquido de todas as operadoras e das administradoras de benefícios no acumulado até o 3º trimestre de cada ano

Nos números agregados, o desempenho econômico-financeiro é o mais positivo para o período desde 2020, o primeiro ano da pandemia de Covid-19.

Resultado das operadoras médico-hospitalares
As operadoras médico-hospitalares – que são o principal segmento do setor – impulsionaram o lucro total, somando lucro líquido de R$ 8 bilhões até final de setembro deste ano.

De acordo com o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras, Jorge Aquino, o desempenho desse segmento até o 3° trimestre de 2024 mostra que a recuperação do resultado está ligada às suas atividades diretas. “Houve saldo positivo de R$ 3 bilhões na diferença entre as receitas e despesas diretamente relacionadas às operações de assistência à saúde, patamar próximo ao dos anos pré-pandemia de Covid-19. Essa recuperação do resultado operacional se deu em todas as modalidades, exceto autogestões, que tiveram prejuízo operacional na ordem de R$ 1,7 bilhão, pouco maior que no mesmo período do ano anterior”, explicou.

A remuneração das aplicações financeiras acumuladas pelas operadoras médico-hospitalares – que totalizaram R$ 118,5 bilhões ao final de setembro – continua a contribuir fortemente com a composição do seu resultado líquido total. No acumulado dos nove meses de 2024, o resultado financeiro foi positivo em R$ 6,9 bilhões, próximo ao recorde do ano anterior e ainda bem superior a 2018 e 2019 (pré-pandemia).

Resultado por porte de operadora
O Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar também possibilita a análise dos resultados por porte de operadora.

Nele, é possível verificar que as operadoras médico-hospitalares de grande porte foram responsáveis pelo melhor desempenho no setor, registrando, em números agregados, R$ 6,2 bilhões de lucro líquido nos três primeiros trimestres de 2024 (R$ 5,7 bilhões a mais que no mesmo período do ano anterior).

No gráfico acima, é possível observar a evolução do resultado líquido das operadoras médico-hospitalares por porte, considerando os três primeiros trimestres de cada ano

Sinistralidade

A sinistralidade, principal indicador que explica o desempenho operacional nas operadoras médico-hospitalares, registrou no 3° trimestre de 2024 o índice de 85,3% (3,3 pontos percentuais abaixo do apurado no mesmo período do ano anterior), o que indica que em torno de 85,3% das receitas advindas das mensalidades são utilizadas com as despesas assistenciais. Esta é a menor sinistralidade registrada para o período desde 2020 – um ano atípico, de baixa sinistralidade em razão da pandemia.

O gráfico acima apresenta a evolução da sinistralidade das operadoras médico-hospitalares somente no 3° trimestre de cada ano

A redução da sinistralidade resulta, principalmente, da recomposição das mensalidades dos planos quando comparada à variação das despesas, especialmente nas operadoras de grande porte. Tal tendência, que já vem sendo observada desde 2023, decorre de maior crescimento das mensalidades médias (ajustadas pela inflação do período observado) em relação à despesa assistencial por beneficiário (também ajustada pela inflação). Esse movimento indica a consolidação da reorganização financeira promovida pelo setor para recuperar os resultados na operação, a partir de um contexto de aumento de beneficiários.

No Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar também é possível consultar o desempenho individual por operadora de plano de saúde.

Entenda os conceitos
Resultado operacional:
 é a diferença entre as receitas e despesas da operação de saúde (receita das contraprestações/mensalidades e outras receitas operacionais deduzidas as despesas assistenciais, administrativas, de comercialização e outras despesas operacionais).
Resultado financeiro: é a diferença entre as receitas e as despesas financeiras.
Resultado líquido: é a soma dos resultados operacional, financeiro e patrimonial, acrescidos do efeito de impostos e participações.
Sinistralidade
: de forma geral, representa o percentual das receitas assistenciais (advindas das contraprestações/mensalidades) que são utilizadas com o pagamento de despesas assistenciais.

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