Psicóloga do Grupo São Cristóvão Saúde dá dicas sobre como reconhecer e lidar com essa condição psíquica
Medo de avião, provas e resultados de exames, apresentações em público, entrevistas de emprego e até términos de relacionamento: essas são algumas das situações mais comuns que desencadeiam ansiedade, apontadas por quem sofre de um grau natural dessa condição psíquica. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertam que, somente no Brasil,cerca de 18,6 milhões de pessoas sofrem de ansiedade – o que coloca o país no topo do ranking mundial.
Psicóloga Pro Ativa do São Cristóvão Saúde, Aline Melo explica que a ansiedade é uma reação normal do ser humano, que surge frequentemente com um foco direcionado, gerando expectativa ou um impacto na vida do indivíduo. Segundo ela, é preciso diferenciar a ansiedade natural de uma crise: “Apesar de apresentar alguns sintomas parecidos, a ansiedade natural pode ser mais bem administrada e normalmente tende a se dissipar conforme o motivo que gera essa reação é resolvido”. Mais do que fatores emocionais, a ansiedade pode desencadear alguns comportamentos e sensações desconfortáveis, como:
- Roer unhas;
- Palpitações e coração acelerado;
- Sudorese;
- Inquietação;
- Boca seca;
- Dor de barriga ou vontade de ir ao banheiro com frequência;
- Tremores;
- Insônia;
- Falta de ar;
- Bruxismo;
- Ondas de calor ou de frio.
No caso de uma crise de ansiedade, por sua vez, o indivíduo muitas vezes não tem um motivo específico para o sofrimento emocional, e lida com uma sensação mais intensa e constante. De acordo com a especialista, “é importante dar atenção a este quadro quando ele passa a gerar sofrimento, dificultar a execução de planos, a funcionalidade e impedir realizações pessoais”. Dependendo da frequência e da intensidade que as reações aparecem, é necessário buscar auxílio profissional, conforme descrito no Manual de Classificação de Doenças Mentais, o DSM IV, que designa os graus elevados de ansiedade como Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Por fim, como uma rotina de autocuidado, a especialista recomenda que as pessoas invistam em atividades físicas e ações prazerosas, que proporcionem o relaxamento do corpo e da mente, e evitem situações que estimulem a ansiedade, como competitividade e relações tóxicas. “A melhor forma de lidar com a ansiedade é reconhecer, primeiramente, se você vivencia um processo natural ou se é algo que já lhe gera uma dificuldade de se controlar, um sofrimento psíquico. Compreender seu próprio funcionamento, por meio de uma autoanálise das emoções ajuda a verificar se há necessidade de auxílio profissional para trabalhar o reconhecimento de gatilhos que geram a ansiedade, bem como estratégias de enfrentamento do problema”, adverte a psicóloga.