A cápsula endoscópica, utilizada para investigação de sangramentos intestinais de difícil diagnóstico, entrou no rol de procedimentos da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar. Isso significa que os planos de saúde passarão a cobrir o exame sem custo algum para o usuário. Esta é uma conquista das sociedades médicas, que há mais de 20 anos trabalham para que a tecnologia esteja disponível para os usuários de planos de saúde.
As doenças investigadas pela cápsula se encontram no intestino delgado, um órgão com mais de cinco metros de comprimento e, por esta razão de difícil avaliação endoscópica em toda sua extensão, pelos exames tradicionais. Por esta razão, o sangramento nesta porção do intestino, quando investigado apenas por exames convencionais, pode levar até dois anos para ser identificado. Com a cobertura do procedimento pelos planos de saúde, a expectativa é de que o tempo de diagnóstico seja potencialmente reduzido e o paciente com hemorragia intestinal possa ter seu diagnóstico esclarecido permitindo seu tratamento.
O uso da cápsula complementa os exames de endoscopia e colonoscopia, em alguns casos, dispensando a necessidade de repeti-los. O paciente é submetido à instalação do sistema e ingestão da cápsula pela Equipe médica em Serviços de Endoscopia e, em seguida, liberado para suas atividades habituais, retornando apenas para retirada ou devolução do gravador, reduzindo o contato com o espaço de saúde nesse período de pandemia. O procedimento é simples e não necessita de sedação, o que torna o exame uma opção segura, principalmente, em idosos e pessoas sensíveis a procedimentos mais agressivos. O paciente engole a cápsula, com tamanho semelhante a de cápsulas de vitaminas, equipada com uma câmera de vídeo na extremidade e quatro leds que funcionam como flashes. Esta cápsula fotografa o intestino por mais de oito horas, gerando aproximadamente 21.000 imagens por hora, que posteriormente serão analisadas por um médico especialista.
Para a Dra. Paula Polleti, gastroenterologista, endoscopista, integrante do grupo de precursores deste exame no Brasil, a entrada da cápsula no rol da ANS é um grande avanço para a saúde no País. O desafio do setor é tornar diagnósticos avançados acessíveis para o máximo possível de pessoas. “Ter a cobertura do sistema privado já é um grande passo. A cápsula é altamente eficaz na identificação de doenças do intestino delgado que podem se manifestar com sangramentos no sistema digestivo responsáveis por anemias, dores na barriga não esclarecidas, alterações do funcionamento intestinal entre outros. Ela faz uma investigação de sangramento digestivo, uma condição muito frequente. Pessoas que tomam remédios anticoagulantes ou anti-inflamatórios são mais suscetíveis a sangramentos digestivos e devem fazer um acompanhamento contínuo com um especialista”, reforça a médica.
A Medtronic, uma das líderes globais em tecnologia na saúde, disponibiliza atualmente a 3º geração da cápsula endoscópica PillCam no Brasil. A empresa investiu US﹩ 2,3 bilhões de dólares em Pesquisa & Desenvolvimento no último ano fiscal e conta com cerca de 10 mil cientistas e engenheiros na companhia global, presente em mais de 150 países.