Instituições de saúde discutem caminhos para reduzir impactos das atividades no meio ambiente e para colaborar para a melhoria da qualidade de vida da população
As práticas de ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança corporativa) estão em pauta, visando mitigar impactos ambientais e promover inclusão e diversidade. A gestão das operadoras com o intuito de impactar positivamente a sociedade foi tema debatido na manhã de encerramento do 26º Congresso Abramge, nesta sexta-feira, no evento realizado em São Paulo.
No início do dia, Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, inspirou a plateia em sua Conferência Especial sobre o valor da sustentabilidade para o mercado e as práticas de inclusão. “O ESG veio para ficar, o cliente mudou e está muito mais exigente. Mas não compra apenas pelo preço e qualidade, mas escolhe empresas que estão ajudando o Brasil”, destacou a empresária.”
Luiza também destacou a importância da inclusão e do trabalho em conjunto para apresentar propostas consistentes que sejam boas para a sociedade. “A desigualdade social é uma responsabilidade nossa. Não apenas do governo. Somente unindo forças faremos diferença, pois saúde, educação e segurança têm que ser para todos, não podem ser para privilegiados”, finalizou.
Para Renato Casarotti, presidente da Abramge, “O setor de saúde é, por natureza, focado no social, e os planos cumprem papel fundamental na promoção da qualidade de vida das pessoas”.
Em seguida, no painel Boas práticas sociais e ambientais como diferenciais de mercado, Marcella Ungaretti, Head de Research ESG e sócia da XP Inc. trouxe para o debate a agenda ESG e o impacto dessas práticas nos resultados financeiros, no desenvolvimento e na geração de valor para as organizações.
“As práticas sociais, ambientais e de governança são uma evolução necessária e cada vez mais relevante para se manter ativa no mercado. Hoje, a agenda de ESG é impulsionada por um consumidor mais exigente. O mercado investidor busca por empresas responsáveis, e as regulamentações obrigam a inserção de algumas das principais ações socioambientais”, aponta.
Dando continuidade às reflexões, Rosana Jatobá, âncora da Rádio CBN e apresentadora do CBN Sustentabilidade, conduziu o debate “Como pensar ESG em Saúde”, que ofereceu diversos insights para o setor em transformação e para a identificação dos temas prioritários a serem tratados pelas empresas nos pilares social, ambiental e governança.
Juliana Caligiuri, vice-presidente da SulAmérica Saúde & Odonto, defende que para pensar em ESG “é necessário tirar as barreiras, promover mudanças dos antigos modelos e criar ações mais efetivas, por meio de programas de atenção primária e cuidados coordenados para ampliar o acesso e trazer mais qualidade e benefícios para o setor de saúde e a sociedade brasileira”.
O painel também destacou sobre a relevância da prevenção e governança para manter a sustentabilidade do negócio. De acordo com Carlos Ferreira, diretor e membro do board do grupo Athena Saúde, “o foco precisa estar em promover o acesso. A solução está em ter uma governança estruturada para alcançar o beneficiário e criar uma relação de confiança. Nós sabemos fazer um negócio sustentável, mas o Brasil precisa investir em um programa de saúde, porque a doença é absurdamente mais cara”. Para ele, a palavra-chave do negócio da saúde é o acolhimento.
“Acredito em levar a saúde por meio da tecnologia. Com a Telemedicina, podemos dar acesso a um médico em qualquer lugar do país e alcançar regiões que antes não era possível”, afirma João Alceu Amoroso Lima, VP de ESG da HapVida Notredame Intermédica.
Para encerrar o evento, Casarotti reforça “a importância do diálogo, integração e boas propostas como as destes debates do Congresso, que nos ajudará a construir um sistema de saúde suplementar mais acessível e de qualidade”, concluiu o presidente da Abramge.
Com o tema central “Ecossistemas, Acesso e Sustentabilidade na Saúde Suplementar”, o 26º Congresso Abramge aconteceu ontem (15) e hoje (16), em formato híbrido, com apresentação presencial no Hotel Rosewood São Paulo, e transmissão online. A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) sempre aborda as principais discussões do setor, para que novas perspectivas e direções melhorem a qualidade dos serviços para os beneficiários e garantam a sustentabilidade das operadoras.