Com mais de 10 mil ocorrências registradas em 2024, transportadoras como a Zorzin Logística investem em tecnologia e prevenção para mitigar riscos e garantir a proteção das operações
O roubo de cargas segue sendo um dos desafios mais críticos para o Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil, impactando diretamente empresas, consumidores e a economia nacional. Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), apesar da queda no número de ocorrências nos últimos anos, os prejuízos financeiros continuam alarmantes. Em 2024, foram registrados 10.478 roubos em todo o país, uma redução de 11% em relação a 2023 e de 59,6% em comparação a 2017. No entanto, o valor das mercadorias subtraídas aumentou 21% em um ano, chegando a R$ 1,217 bilhão, evidenciando que os criminosos estão cada vez mais estratégicos e focando em cargas de alto valor.
Diante desse cenário de incertezas, empresas como a Zorzin Logística têm adotado estratégias para mitigar os riscos e garantir a segurança de suas operações. Gislaine Zorzin, diretora administrativa da transportadora, destaca que a empresa baseia suas ações em três pilares principais: prevenção, monitoramento em tempo real e atuação em rede.
“Adotamos um protocolo de análise de risco para cada operação, levando em consideração as rotas mais críticas e os horários mais sensíveis. Os motoristas passam por treinamentos contínuos sobre segurança, comportamento em situações de risco e acionamento de protocolos emergenciais. Nosso gerenciamento de risco é próprio e acompanha as rotas online, durante todo o trajeto”, comenta a executiva.
A implementação de estratégias como estas têm mostrado resultados positivos, reduzindo a exposição da frota a situações de risco e aumentando a eficiência operacional. “Temos um sistema de rastreamento avançado, com telemetria integrada e sensores inteligentes que detectam mudanças bruscas de trajeto ou paradas não programadas. Além disso, utilizamos bloqueadores remotos que permitem imobilizar o veículo em caso de tentativa de roubo”, acrescenta Gislaine.
Porém, apesar dos avanços, ainda existem desafios significativos a serem enfrentados. A falta de fiscalização e policiamento em áreas de risco, penalizações brandas para criminosos e a necessidade de maior integração tecnológica entre transportadoras e forças de segurança pública são pontos críticos.
Deste modo, Gislaine reforça que a segurança no transporte de cargas não depende apenas das empresas: “É necessária uma ação conjunta entre transportadoras, entidades de classe e órgãos públicos para coibir o avanço da criminalidade e criar um ambiente mais seguro para toda a atividade logística”, conclui.