Companhia prevê emitir até 3 bilhões de reais em operações no próximo ano
A Galapagos Capital, companhia de investimento global com mais de R$ 23 bilhões sob gestão, acaba de receber a pré-autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para operar como Sociedade Seguradora de Propósito Específico (SSPE). Com essa licença, a Galapagos poderá emitir Letras de Risco de Seguro e Resseguro (LRS), um título de crédito inovador para securitização de riscos de seguros para o mercado de capitais. A autorização final ainda aguarda publicação no Diário Oficial.
O principal objetivo da LRS é proporcionar capacidade adicional de resseguro ao mercado, atuando em segmentos com colocação mais restrita, como catástrofes, agro e garantia financeira, áreas que apresentam grande sinergia com o mercado de capitais. Para as seguradoras, as LRS representam uma estratégia eficaz de diversificação de fontes de capital, proporcionando maior flexibilidade financeira na gestão de perdas associadas a eventos catastróficos. Além disso, a estrutura das LRS pode facilitar o desenvolvimento de novos produtos de seguro, incentivando uma cultura de prevenção e preparação frente a eventos adversos.
Embora novo no Brasil, o mercado global de “insurance-linked securities” (ILS) é bastante promissor e acompanha uma tendência global de aprimoramento das coberturas, da gestão de balanços e da diversificação de riscos, especialmente em um contexto de aumento dos riscos climáticos. De acordo com o Insurance Linked Securities Market Insights da SwissRe (edição XXXV, fevereiro de 2024), a carteira mundial de LRS alcançou a marca de 43,1 bilhões de dólares em 2023, evidenciando o amadurecimento e o potencial do setor em nível global.
“É fundamental que o mercado de capitais se desenvolva e contribua para a evolução e o maior alcance do mercado de seguros, da mesma forma que aconteceu no crédito, o que permitiu que tomadores de risco tivessem acesso aos aplicadores de risco de crédito. Acreditamos que o mesmo pode – e deve – acontecer com o mercado de seguros”, afirma Carlos Fonseca, sócio fundador da Galapagos Capital.
A Galapagos Capital pretende alcançar até 3 bilhões de reais em emissões nos próximos dois anos e, para isso, já está em diálogo com as principais seguradoras, resseguradoras e corretores de resseguro do país.
“A LRS é uma solução inovadora na mitigação de impactos financeiros e ampliação da capitalização. Além disso, ela se apresenta como uma alternativa à diversificação, permitindo que investidores tenham acesso a produtos diferenciados e que já são explorados em mercados globais”, diz Roberto Takatsu, sócio da Galapagos Capital.
A criação da LRS foi viabilizada pela Lei nº 14.430, de agosto de 2022, que formalizou a Letra de Risco de Seguros como um novo valor mobiliário para o mercado brasileiro, disponível exclusivamente para investidores profissionais.