Mais de 50 mil tentativas de fraudes utilizando dados de quem já morreu foram registradas no Brasil em 2021

A ausência de um sistema de validação antifraude nas empresas somada às novas práticas adotadas por cybers criminosos favorecem a simulação de identidades e a aplicação de golpes

Cada dia mais a tecnologia tem garantido agilidade aos processos de negociações digitais, possibilitando diversas operações que vão muito além das compras online. Liberações de crédito para empréstimos pessoais, financiamentos e abertura de contas em bancos digitais com direito a cartão de crédito são apenas alguns exemplos de transações que podem ser feitas online, apenas com a checagem e validação de crédito do solicitante.

Mas, assim como a tecnologia evoluiu para facilitar o dia a dia das empresas e do consumidor, os fraudadores também têm ampliado suas habilidades para manipular e burlar sistemas de análises de créditos utilizando dados de outras pessoas, inclusive daquelas que já morreram.

Recente levantamento realizado pela proScore, bureau digital de crédito e authority de score, especializado em Big DataAnalytics e motores de decisão, nos primeiro seis meses de 2021 foram registradas 58 mil tentativas de fraudes usando documentação ou informações de pessoas que já morreram, contra 102 mil tentativas de fraude deste mesmo formato em 2020. “Percebemos um significativo aumento desse tipo de ação, que vai desde a tentativa de compra até a habilitação de um celular”, destaca Mellissa Penteado, fundadora, sócia e CEO do grupo.

Engana-se quem acredita que o uso de dados de pessoas falecidas está restrito às operações com empresas privadas. A fraude também tem sido detectada no pagamento indevido de benefícios realizado pelo governo federal, como o auxílio emergencial, adotado durante a pandemia da Covid-19. Segundo o Balanço da Fiscalização do Auxílio Emergencial, divulgado em fevereiro deste ano pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mais de 60 mil beneficiários que receberam pelo menos uma parcela do auxílio já haviam morrido.

Como os dados de pessoas falecidas estão sendo utilizados indevidamente

A mudança nos hábitos financeiros e de consumo das pessoas nos últimos anos tem atraído os chamados “fraudadores digitais”, que praticam golpes para ter acesso a informações confidenciais e restritas. Prova disso foi o mega vazamento de dados de mais de 223 milhões de brasileiros, incluindo falecidos, que aconteceu no início deste ano. De acordo com a CEO da proScore, esse tipo de ação realizada por hackers que vendem informações sigilosas para fins ilícitos está entre as causas de fraudes e tentativas de fraudes envolvendo dados de pessoas que já morreram.

No entanto, a fraude familiar não pode ser desconsiderada e está entre as principais. “Na maioria das vezes motivado pelo desespero de perder a renda de quem já faleceu, não é raro que um parente de primeiro grau, que tem acesso aos documentos da pessoa, contraia empréstimos ou financiamentos mesmo sabendo que não poderá honrar com o compromisso. De mesmo modo, os dados do falecido também podem ser utilizados para levantar prêmios de seguros e sinistros”, ressalta Mellissa.

A executiva reforça que independente do fraudador, o importante é que esse tipo de ação seja banida pelas empresas. O grande problema é que muitas empresas ainda não estão preparadas para identificar irregularidades no que diz respeito à verdadeira situação do potencial cliente. “Sistemas de validação de crédito já são amplamente utilizados pelas empresas para determinar se uma pessoa tem algum tipo de restrição financeira, se pode ou não receber algum tipo de crédito, mas não considera um fator crucial: se ela está viva ou não.”

Sistemas antifraude são grandes aliados para impedir transações indevidas

A ausência de um sistema de validação antifraude nas empresas, somada às novas práticas adotadas por cyber criminosos, favorecem a simulação de identidades e aplicação de outros tipos de golpes. Anualmente, transações irregulares que envolvem informações de pessoas mortas têm causado grandes prejuízos, que nem sempre podem ser revertidos e os valores recuperados. “Um exemplo bem atual é o pagamento indevido de benefícios como o auxílio emergencial. Os órgãos públicos envolvidos têm detectado eventuais fraudes e conseguido reaver valores, que ainda estão muito abaixo do montante total dispensado. Contudo, para empresas privadas, receber pagamentos pendentes, recuperar bens ou reaver valores de empréstimos é um grande desafio, já que o ‘devedor’ não responde pela dívida que foi indevidamente adquirida em seu nome”, alerta Mellissa Penteado.

Considerando este cenário, é essencial que companhias dos mais variados setores fiquem alertas e comecem a se proteger contra esse tipo de fraude. “As empresas precisam focar em suas atividades-fim, seja comércio ou serviço, e deixar que a validação ocorra de maneira sistêmica, integrada e com capacidade de informação assertiva e crível”, explica a CEO da proScore, que conta com um sistema antifraude equipado com a mais atualizada base de óbitos do País, além de ser totalmente personalizável, de acordo com as necessidades de cada empresa, para garantir agilidade na busca de informações de forma modular.

“Ao analisar os dados de um cliente, é muito melhor que a empresa primeiro aposte em um sistema de validação antifraude como o da proScore, do que diretamente ao sistema de consulta de crédito. Isso porque, a análise irá identificar qualquer irregularidade ou tentativa de fraude, ao invés de avaliar se a pessoa está habilitada para receber um crédito. Esse processo otimiza o trabalho da equipe, proporciona uma entrega de informações mais objetiva e evita que transações com dados ilícitos sejam realizadas”, conclui.

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