Com o aumento da expectativa de vida no país, Brasilprev alerta para a necessidade de as pessoas atentarem para as fases de acumulação e desacumulação nos seus planos de previdência. A pergunta desse título é comum quando não ocorre a devida observância e preparação. A questão é que pode ser tarde demais para reverter o quadro
A vida é feita de ciclos e, com o advento da longevidade, cada vez mais temos mais e mais ciclos para viver. Atualmente a expectativa de vida ao nascer no mundo é de 72,5 anos, oito a mais do que em meados de 1990. E, a tendência é que daqui a três décadas seja de 77 anos, sendo que no Brasil a projeção é de 81, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A continuar esse crescimento, não demora para que o ciclo da chamada aposentadoria seja do mesmo tamanho do de trabalho.
“Dentre muitos pilares relacionados à longevidade – como por exemplo o social, a saúde e o emocional, entre outros – temos o planejamento financeiro. É fundamental pensarmos nesse aspecto desde já, independentemente da idade, pois temos que nos preparar para viver, e bem, esse novo ciclo de nossas vidas. E um dos instrumentos possíveis para pensar nesse ciclo é a previdência privada”, alerta Renato Padredi, gerente de Produtos na Brasilprev e responsável pelo tema Longevidade na companhia, que é líder e especialista nesse tipo de investimento de logo prazo.
Ele continua: “Se formos resumir a previdência complementar em duas grandes etapas, uma é a da acumulação, quando a pessoa decide contratar o plano, pensa nos objetivos futuros, define uma data de utilização do dinheiro e começa a fazer as contribuições e juntar a sua reserva financeira. Já quando chega o momento de utilizar a reserva, ela decide o que fazer com a reserva que amealhou e esta é a fase da desacumulação”.
Nesta última Padredi recomenda que cada um acompanhe seu plano e adeque, quando necessário, aos seus objetivos, que podem mudar ao longo da vida. “A pessoa pode começar o plano imaginando que quer apenas acumular uma reserva para o futuro. Mas sua vida muda, casando-se e tendo filhos, por exemplo, e ela passa a querer receber uma renda mensal na aposentadoria. Neste cenário, o acompanhamento se faz necessário para que não haja surpresas desagradáveis quando chegar a data de utilização dos recursos”, aconselha.
O executivo lembra que é possível que o participante mude a data que imagine receber os recursos, bem como aumentar ou diminuir os valores de contribuição e até, se necessário, resgatar o total acumulado. Porém, o processo de acompanhamento é fundamental, pois quando chegar a fase se utilização do dinheiro, o cliente estará muito mais preparado.
Para ficar mais claro, uma simulação
Para ajudar a compreender melhor a questão, Renato Padredi convida para um exercício. Imagine que uma pessoa contratou um plano de previdência aos 25 anos de idade, quando começava sua carreira profissional e tinha, a título de exemplo, um salário de R$ 1.500,00. Naquele momento, ele iniciou com uma contribuição mensal de R$ 100,00 por mês com o objetivo de complementar sua renda na aposentadoria.
Ao longo da carreira ele progrediu e se tornou gerente e se aposentou nessa posição com um salário mensal de R$ 20.000,00, porém, manteve as contribuições mensais de R$ 100,00. Consequentemente, quando chegou à data de utilização da reserva, notou que o total acumulado dava o direito de receber uma renda mensal de R$ 1.000,00, bem menor que o seu último salário antes de aposentar. “Provavelmente essa pessoa não pôde parar de trabalhar, como pensou inicialmente, e no lugar da alegria da mudança de ciclo, ficou um sentimento de frustração por ter contratado um plano de previdência que, na visão dele, não atendeu suas expectativas. Por isso é preciso revisitar os aportes que faz na medida em que a renda aumenta, a fim de que o participante não sinta essa frustração no momento da desacumulação”, ensina.
Tipos de renda na desacumulação
Quando chega a data de utilizar o dinheiro acumulado, o participante pode escolher algumas opções, que podem ser combinadas e que o protegem da longevidade. Nos planos de previdência privada, é possível receber uma renda por toda a vida, por um período determinado, ou à sua família se ele vier a falecer. São dois tipos:
Rendas Vitalícias – São aquelas que protegem da longevidade, ou seja, enquanto a pessoa viver. O titular do plano pode contratar para si próprio enquanto viver ou mesmo uma renda vitalícia reversível para alguém, que pode ser o cônjuge, os filhos, algum familiar ou um ente querido.
Rendas Temporárias – São aquelas que não protegem da longevidade, mas, normalmente, para o mesmo valor de reserva, correspondem a rendas mensais um pouco maiores em relação às rendas vitalícias. O cliente pode contratá-las e recebê-las por meio de três formas:
Renda Temporária – Garante o pagamento pelo período que o cliente desejar (Por exemplo: 20 anos). Caso ele faleça antes de completar o prazo, ninguém continua a receber a renda.
Renda por prazo certo – Garante o pagamento por um período definido pelo cliente, 10 ou 20 anos, por exemplo. No caso de o cliente falecer antes de completar o prazo, os beneficiários por ele escolhidos passam a receber a renda até que que o período contratado seja integralmente concluído.
Renda por Prazo Mínimo Garantido – É uma mistura da renda vitalícia com a renda por prazo certo, pois para o cliente o recebimento é vitalício, mas se ele falecer durante o tempo mínimo contratado, o beneficiário definido por ele recebe até completar o prazo.
Renato Padredi explica, ainda, que, ao invés de contratar uma renda mensal, o cliente pode também efetuar resgates parciais, conforme a necessidade que tenha de utilizar o dinheiro, ou ainda efetuar um resgate total.
Ele observa, porém, que dentre as opções disponíveis, não há pior ou melhor: “O que existe é a necessidade e o objetivo de cada participante. Cabe a nós, da Brasilprev, analisar qual a melhor para ajudar nossos clientes a atingirem seus objetivos. São muitas opções e é importante que o participante saiba que sempre pode contar com a ajuda de profissionais especialistas no tema, como corretores, gerentes de banco e os consultores”, diz.
Ser previdente e consciente
De acordo com Renato Padredi, gerente de Produtos e responsável pelo tema longevidade na Brasilprev, “é muito importante termos consciência de que cada ano que passa as pessoas estão vivendo mais. Então, proteger-se da longevidade com algum tipo de Renda Vitalícia, seja ela reversível ou não, pode fazer muito sentido”.
Por outro lado, muitos esperam ter despesas por um período determinado, com gastos com educação e empréstimos, por exemplo, podendo, inclusive, contar com outras rendas que possuam, como aluguel, Previdência Social. E há ainda os que não imaginam viver por muito tempo. Neste caso, pode fazer sentido as rendas temporárias, sempre ressaltando que o risco de longevidade se manteria. Ou seja, a possibilidade de a pessoa sobreviver no período contratado e não ter mais a renda da previdência.
Já no caso de a pessoa optar por efetuar um resgate total, é importante que esta decisão seja feita com bastante consciência. “Ela pode ter outros objetivos com a reserva acumulada no plano, como comprar um imóvel ou abrir um negócio. Chamo, então, a atenção para o que chamamos de ‘efeito loteria’, que é quando o cliente utiliza toda a reserva e de repente se vê sem dinheiro, necessitando trabalhar novamente para sustentar o dia a dia”, adverte.
Ele finaliza: “Cada caso é um caso e existe a possibilidade de combinar todas as opções à disposição, utilizando uma parte de forma imediata, outra em uma renda temporária e uma terceira em uma renda vitalícia que garanta a longevidade”.