Arquiteta de soluções

Ao mesmo tempo em que cuidava do primeiro filho, Juliana Machado abraçava a nova oportunidade no mercado de seguros. Hoje, ela conduz as áreas de riscos, jurídica e regulação sinistros da Fator Seguradora

Carol Rodrigues

Formada em Direito, Juliana Lopes Amaral Decoussau Machado atuava na área de contencioso e formalização de garantias quando surgiu o convite para trabalhar no Banco Fator. Era o ano de 2005 e o banco investia em diversas áreas das suas subsidiárias. Foram oito anos de trabalho, em que passou por asset management, IPOs, corretora de valores, até migrar da área bancária para o mercado de seguros dentro da mesma empresa.

Mãe do Pedro (9 anos) e do Felipe (5), casada há 16 anos com o advogado José Mauro, Juliana, atual diretora adjunta Jurídica e Regulação de Sinistros da Fator Seguradora, ingressou no mercado de seguros paralelamente à maternidade.

Em 2011, ela descobriu que estava grávida. O primeiro filho nasceu prematuro e Juliana teve a licença médica antecipada. “Houve uma mudança de paradigma”, lembra sobre o período importante e desafiador de sua trajetória. Afinal, ela era uma profissional superdedicada, que trabalhava 12 horas por dia em ritmo de banco e corretora de valores, e ia se tornar mãe.

A partir desse momento, a advogada passou a pensar em como equilibrar a vida e ampliar a sua atuação profissional. “Quando voltei da licença maternidade, em função de alterações na seguradora surgiu a oportunidade de migrar para o jurídico da companhia. Junto ao desafio de ser mãe, recebi o desafio de recomeçar em uma empresa nova e em um mercado novo”.

Ela ingressou como superintendente jurídica, com um papel voltado para as questões jurídicas e regulatórias da seguradora. Aos poucos, de 2012 até 2019, sua atuação passou a ser mais requisitada pelas áreas de subscrição, crédito e produtos, com o objetivo de auxiliar na formulação dos negócios. “Além do braço jurídico, regulatório e consultivo, acabei me transformando em um apoio importante na geração dos negócios, discussões de oportunidades, na constituição de contratos de colaterais, viabilizando negócios, pensando em uma atuação mais na linha de frente, fortificando as áreas de subscrição e comercial”, conta ela, que ressalta: “Hoje a nossa função como advogados é arquitetar soluções para os negócios acontecerem”.

Com esse perfil, ela foi chamada também para dar mais robustez às áreas de riscos e regulação de sinistros. “Tenho um papel regimental na companhia – não sou estatutária – de condução das áreas de riscos, jurídica e regulação sinistros com o perfil de ajudar no negócio”.

Juliana desenvolveu coordenadores de área que crescem junto à companhia sempre próximos às áreas de subscrição e comercial para viabilizar os negócios. “A composição híbrida das áreas tornou a Fator uma empresa competente no sentido de ter uma equipe especializada que preenche todas as necessidades”.

Tripla jornada

É notório que o trabalho durante o período de pandemia tem sido mais desafiador para as mulheres, principalmente as que conciliam os papéis de mãe e profissional. “A minha experiência é de tripla jornada. O meu maior desafio é manter o equilíbrio e conciliar home office e homeschoolling”.

Um planejamento assertivo é estratégia de Juliana, que toma café cedinho com os filhos e, na sequência, está a postos para trabalhar. “O horário de almoço reservo para os meus filhos. Checo a lição de casa, se tudo foi feito e o que precisa ser providenciado para a próxima aula”.

Preocupada com o bem-estar, ela substituiu as aulas de dança com um personal pela caminhada e a corrida no horário noturno.  “Meu tempo livre é também dedicado a fazer algo com os meus filhos. Procuro inventar atividades com eles como fazer massinha e plantar no quintal de casa. Tentamos diversifcar o máximo possível, pois um desafio é tirar as crianças da frente das telas”.

Por enquanto, a família não tem animais de estimação. Mas Juliana se prepara para o “terceiro filho”. Será um cachorrinho, que a pedido do filho Felipe, terá de ser adotado e já tem nome: Trovão.

Para os filhos, ela diz que não fazer planos. “Espero ter serenidade para tomar as decisões certas para poder ajudá-los a pavimentar o caminho que vão escolher”.

Conteúdo da edição de março (229) da Revista Cobertura

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