É o que promete o Brasesul, que trará o consumidor para a mesa após a região do RS sofrer com as fortes chuvas em 2024 e trazer uma lição de solidariedade e resiliência para todo o Brasil
Carol Rodrigues

O caos instaurado com as chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul próximo à data do Congresso Sul Brasileiro dos Corretores de Seguros, o Brasesul, que seria realizado em abril de 2024, impressionou todo o País e até o mundo. Contudo, o evento realizado pelos Sindicatos dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná foi adiado.

Segundo André Thozeski, presidente do Sincor-RS, o adiamento gerou a todos envolvidos muita angústia e muito retrabalho. “Seguimos por semanas com a esperança de que ainda poderíamos entregar em 2024.  Mas, sem aeroporto e sem o centro de eventos (ambos destruídos pela tragédia), era impossível.  Quando tivemos a confirmação de que nem um, nem outro estariam prontos a tempo, começamos outra angústia: quando será possível realizar!? Afinal, todos os eventos de maio a dezembro de 2024 daquele Centro de Eventos e daqueles fornecedores teriam que ser realocados para um calendário 2025 apertadíssimo.

Afinal, já haviam dezenas de grandes eventos contratados para todo o ano de 2025, e agora estes novos fluxos teriam que se ‘encaixar’ nas datas disponíveis. Felizmente, conseguimos uma brecha para entregar nos dias 20 e 21 de março de 2025 e agarramos a data!

Agora, o evento promete ser o maior de todos os tempos. “Nós teremos no congresso, pela primeira vez, quem paga a conta: o consumidor. Nós buscamos representações de todos os segmentos de consumidores para que nos digam o que esperam de nós”.

Neste ano, o Brasesul é realizado sob dois sentimentos lindos, conforme o presidente, resiliência e gratidão.  “Nossa missão de entregar o maior e o melhor Brasesul de todos os tempos será cumprida, com muito carinho!”.

A recuperação no RS hoje

André define o processo de reconstrução e recuperação do Rio Grande do Sul como  um “pós-guerra!” devido às muitas perdas materiais e emocionais.  “Nosso estado, o RS, certamente levará, no mínimo, uma década para retornar ao nível em que estávamos em abril de 2024”.

“Temos um povo incrível, com uma capacidade de resiliência e de reconstrução admiráveis! Mais de 400 cidades foram atingidas (algumas foram dizimadas, muitas foram fortemente afetadas), milhões de pessoas impactadas, milhares de empresas paradas, foi realmente assustador! Mas as pessoas não se deixaram abater, se reergueram e estamos reconstruindo tudo”.

Ele lembra que é necessário ter a clareza de compreender que nada, absolutamente nada igual aconteceu antes. “Portanto, culpar este ou aquele ‘governante’ não é justo.  Achar que ‘uma bomba de drenagem que não funcionou’ é a vilã não se sustenta.  Claro que temos que aprender com o ocorrido e exigir que as melhorias possíveis, que as obras de mitigação, sejam feitas.  Mas tivemos uma atuação exemplar, tanto das forças públicas quanto dos voluntários”, destaca.

Nesse sentido, ele ressalta que o mercado segurador deu show!  “Fomos, tanto corretores quanto securitários, muito proativos. Absolutamente tudo o que foi contratado foi honrado, e de forma muito rápida e desburocratizada.  Assisti indenizações serem pagas no mesmo dia!  A maioria das indenizações foram pagas em 24 ou 48 horas e sem uma única folha de papel! Foram mais de R$ 6,1 bilhões em indenizações pagas em algumas semanas”.

O clima no Brasil e no mundo

“Estamos em um novo e assustador mundo!  Nossas atitudes e nossa relação com tudo e com todos devem ser estudadas, reavaliadas. Nosso consumo, inclusive. Sabemos como nossos fornecedores se comportam?  Como cada indústria trata nosso meio ambiente? Somos corresponsáveis!”.

Para André, as tragédias ambientais já estão, e estarão cada vez mais, nos calendários das nações.  “Até há pouco elas pareciam distantes (para alguns “terraplanistas” impossíveis!), mas estamos numa velocidade de destruição do nosso planeta sem precedentes”.

Ele defende que as frequências e intensidades dos eventos precisam ser precificadas corretamente pelo mercado. “Precisamos criar e disponibilizar apólices que cubram estes riscos. Não é mais aceitável que residências e empresas não contem com coberturas para alagamentos, enchentes, inundações! Basta precificar corretamente e incluir estes riscos na Cobertura Básica de cada apólice. Reitero: não adianta pensar que uma ‘cláusula adicional opcional’ para isso seja a solução. Enquanto não estiverem cobertas (e precificadas) na garantia básica (como já estão incêndio, explosão, implosão, queda de raios, quedas de aeronaves, fumaça) não estaremos atendendo adequadamente nossos clientes. Defendo que todos os riscos que possam causar a perda do patrimônio segurado devem estar na Cobertura Básica e somente riscos acessórios devem ser opcionais.  Afinal, você segue a vida ‘sem um vidro quebrado’, ‘sem uma placa solar’ e até ‘sem a TV furtada’,  mas não sem a sua casa!”.

Fato é que, independente do que acontecer, o compromisso e a confiança prevalecem. Vale lembrar que no caso da realização do Brasesul absolutamente todos os patrocinadores já haviam pago suas cotas (muitos em 2023, alguns em 2024). “Nosso compromisso de entregar o que foi contratado nos angustiava.  Nós já havíamos pago muitos fornecedores (e muitos foram duramente atingidos pela tragédia!).  Então, a solidariedade e a compreensão de todos que, ao nos confortar diziam:  ‘Calma, nós temos certeza que vocês vão entregar quando puderem e seguiremos juntos!’ nos motivaram a seguir de pé”.

“Quero renovar nossa convocação (mais que convite, é convocação!):  Dias 20 e 21 de março estejam conosco em Porto Alegre (RS).  Juntos, vamos viver dias incríveis no maior Brasesul de todos os tempos!”.

Conteúdo da edição de janeiro/fevereiro (272) da Revista Cobertura