Desenvolvimento no setor de saúde é pleito permanente

Presidente da Abramge, Renato Casarotti, fala sobre as realizações da história da entidade e os novos desafios

Thaís Ruco

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) comemorou os seus 55 anos de atuação no setor no dia 8 de agosto de 2021. Segundo o presidente Renato Casarotti, ao longo desses anos houve notadamente um amadurecimento da associação, assim como fatos que permitiram a ampliação do acesso à saúde pela população.

“A Abramge contribuiu para a elaboração de agendas e pautas relevantes para o setor e acompanhou de perto a criação da Constituição Federal de 1988, em específico do artigo 199 que definiu que ‘A assistência à saúde é livre à iniciativa privada’; do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Lei 8.080/1990; da chamada Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/1998); e também da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) criada pela Lei 9.961/00. Atenta às melhores iniciativas e práticas de mercado, agora em 2021, a Abramge concluiu a certificação ISO 9001:2015 adotada mundialmente como demonstração de excelência operacional, selando o seu compromisso com a qualidade, a transparência e a governança corporativa”, relata.

Desde o início da pandemia, o setor de saúde suplementar não mediu esforços para atender os beneficiários e contribuir no enfrentamento da covid-19. Para atender a alta demanda, as operadoras associadas à Abramge contrataram e treinaram mais de 10 mil novos profissionais, e abriram mais de 2,8 mil novos leitos, incluindo a inauguração de hospitais inteiros.

“Em apoio ao sistema público de saúde, as operadoras associadas à Abramge cederam mais de 800 leitos ao SUS por meio de editais ou em comodato, incluindo hospitais inteiros. Foram mais de R$ 50 milhões em doações de materiais, exames, EPIs e medicamentos. Já a população vulnerável recebeu cestas básicas e kits de higiene”, conta Casarotti.

Com a pandemia, os brasileiros estão valorizando ainda mais o acesso à saúde e isso pode ser notado pela curva de crescimento registrada desde agosto de 2020, que é também fortemente impactada pelo crescimento do número de empregos no País. As estimativas da Abramge apontam para um crescimento em torno de 2,5% em 2021, com o número de beneficiários atingindo 48,8 milhões, o que indicaria intensificação da recuperação do setor. Mas ainda há muito a conquistar, pois menos de 25% dos brasileiros possuem planos de saúde.

“Existem pautas importantes, como a modernização de normas e leis para a oferta de produtos diferenciados, de acordo com a necessidade e a realidade da população, com a finalidade de democratizar o acesso à saúde suplementar, a atualização do modelo de remuneração das operadoras que foque nos desfechos clínicos e não no volume de procedimentos (fee for service), e preserve a sustentabilidade do setor”, lembra.

“Atualmente, o foco ainda está muito voltado aos esforços no combate à pandemia, porém, uma das principais tendências do mercado de saúde é a regulamentação da telessaúde de maneira ampla, uma vez que a prática durante a pandemia trouxe grandes ganhos para o setor e, principalmente, aos pacientes”, indica. Levantamento da Abramge, realizado entre as operadoras de planos de saúde associadas e responsáveis pelo atendimento de 9 milhões de beneficiários, constatou que foram realizadas mais de 3 milhões de teleconsultas desde o início da pandemia, com um índice de resolução de 90%, ou seja, de cada 10 pacientes, 9 não precisaram se deslocar desnecessariamente. “O prontuário eletrônico unificado no País é também uma forte tendência do setor de saúde, que recentemente concluiu com êxito um projeto piloto na região de Alagoas”, revela.

Conteúdo da edição de agosto (234) da Revista Cobertura

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