Revista Cobertura surgiu como Jornal antes do Plano Real, período em que havia poucas empresas especializadas na comunicaçào do setor; com o plano econômico, o mercado de seguros se desenvolveu e a comunicação também
A Revista Cobertura presenciou os 30 anos do Plano do Real, aliás, a sua trajetória remete a um período anterior, ao ano de 1991, e todo o desenvolvimento do mercado de seguros.
Paulo Kato, fundador e publisher da Cobertura Editora, lembra que quando o Plano Real surgiu acreditava-se que seria apenas mais um plano, já que o país vinha de uma série de pacotes econômicos. “Foi um período de incógnitas que começou com uma certa instabilidade, em termos econômicos, devido a uma dolarização da economia através da Unidade Real de Valor (URV). Conseguíamos ter um certo planejamento para fazer os projetos que a Editora estava desenhando, pois tínhamos uma previsão de custos. O que gastávamos neste mês seria o mesmo do mês seguinte. Eu tinha 20 e poucos anos na época e ter uma projeção estável era muito bom para qualquer tipo de projeto e negócio”.
O cenário de estabilidade refletiu em segurança para o mercado de seguros. “É um setor conservador que precisa de estabilidade para preservar os recursos de seus segurados, sob a chancela de reserva técnica”, diz Kato.
Ele observa que a partir do Plano Real, o mercado seguiu um ciclo de desenvolvimento, com o surgimento de novos produtos, parcelamento do pagamento do seguro e a criação do VGBL e PGBL. “Nesse momento começava também a discussão da sustentabilidade da previdência social. A abertura do mercado de resseguro também contribuiu muito porque novas empresas passaram a ver o Brasil com potencial de investimentos”.
Seguno o publisher da Cobertura, a comunicação sempre foi importante para o setor de seguros. “Quando montamos o Jornal Cobertura, o setor de Comunicação era muito ligado à área de Marketing. O número de assessorias de imprensa especialistas em seguros não chegava perto do que temos hoje. O Jornal Cobertura foi o primeiro independente do setor, pois todas as publicações eram ligadas às autarquias. A partir daí, outras publicações vieram e esse mercado se tornou altamente profissional. Com isso, o mercado editorial cresceu muito dentro do mercado de seguros, tanto com assessorias de imprensa, empresas de eventos e editoras. Isso endossou a pujança do mercado”, analisa.
Para Kato, o mercado tem alguns desafios pela frente. Um deles é o aumento do poder de renda da população, com a consciência da educação financeira para consumir esses produtos. “E o mercado de seguros saber se comunicar com essa população. Esse é o grande desafio. Transformar o seguro em algo necessário, que a população veja o valor e entenda o que está sendo ofertado. O cenário ideal é que a população procure o seguro de forma orgânica”.
Conteúdo da edição de julho (266) da Revista Cobertura