O corretor no seguro de vida

Evento promovido pela Aconseg-SP reúne especialistas da Allianz, Bradesco Vida e Previdência, Grupo HDI, Mapfre, Omint, SulAmérica e Tokio Marine para falar da importância de o corretor dizer sim ao seguro de vida
Sandra Mastrogiacomo

Em outubro, a Aconseg-SP realizou a imersão “O corretor no seguro de vida”. O evento, que integra o movimento da associação “Diga Sim ao Seguro de Vida’, que completa cinco em 2024, contou com dois painéis – “Por que o corretor deve vender o seguro de vida?” e “Qual é o retorno da venda do seguro de vida para o corretor?”, conduzidos por especialistas do mercado segurador nacional, e com abordagem sobre a atuação do corretor no seguro de vida e o retorno financeiro dessa modalidade.

Ricardo Montenegro, presidente da Aconseg-SP

“Neste ano, em que a nossa campanha completa cinco anos, decidimos dar um passo a mais neste ramo tão importante. Ratificamos o nosso compromisso com os corretores de seguros e também com as nossas seguradoras parceiras de fomentar a distribuição do seguro de vida. Cabe a nós, assessorias, ajudar os nossos parceiros corretores nesta nobre missão de proteger a sociedade”, diz Ricardo Montenegro, presidente da Aconseg-SP.

“Precisamos lembrar do seguro de vida todos os dias. Para isso, temos que ter algo que remeta à vida sobre a mesa”, destaca Milton Ferreira, vice-presidente da Aconseg-SP e idealizador da campanha “Diga Sim ao Seguro de Vida”.

O ano de 2024 é o primeiro da diretoria liderada por Montenegro à frente da Aconseg-SP, que tem como propósito dar continuidade ao ciclo ascendente da associação, agregando valor às assessorias associadas, aos parceiros corretores de seguros e às seguradoras, operadoras e empresas prestadoras de serviços.

Por que vender o seguro de vida

Rosangela Spak, gerente Nacional Vida Massificados da Tokio Marine

Rosangela Spak, gerente Nacional Vida Massificados da Tokio Marine, apresentou alguns dados relevantes para mostrar a importância do seguro de vida individual. “Em 2017, em um cenário anterior a pandemia, apenas 8,1% do total de seguros de vida era individual.

Em 2023, esse número saltou para 23%. Essa reflexão de dados de mercado é importante na nossa carteira. A representatividade do seguro de vida, em relação aos seguros de automóvel e saúde, torna-o especial, já que ele já ultrapassou ambas as carteiras”.

A gerente da Tokio Marine explica que é necessário agregar valor sobre o que o corretor entrega quando as famílias têm a vida transformada a partir de um seguro de vida. “É aí que entra o nosso papel social, que todos nós exercemos enquanto seguradoras, assessorias e corretoras. É esse comportamento que nós precisamos adotar.”

Victor Bernardes, diretor de Vida e Previdência
da SulAmérica

Para Victor Bernardes, diretor de Vida e Previdência da SulAmérica, o seguro de vida coletivo ocupa um grande espaço no mercado e quase ninguém sabe que tem. “O seguro individual acaba simbolizando aquela compra realmente intencional, pois é um produto que permite uma customização infinita a fim de atender as necessidades de cada cliente. E mesmo quando o valor de indenização do seguro for pequeno, ele tem uma boa quantidade de coberturas e assistências”.

Bernardes também disse que, embora difícil, é possível associar o seguro de vida ao seguro viagem. Para ele, é importante se conectar com o cliente, entender as suas necessidades e oferecer esse seguro. “E, na hora que o nosso cliente for fazer a viagem, ele vai lembrar que temos o produto e vamos vender. Todo mundo pensa que seguro viagem só serve para viagens internacionais, mas para viagens no Brasil ele também é essencial”, explica.

José Pires, diretor Comercial da Bradesco Vida e Previdência

Em sua palestra, José Pires, diretor Comercial da Bradesco Vida e Previdência, falou sobre a importância do pós-venda na jornada do cliente e o quanto o tratamento especial do corretor de seguros pode fazer a diferença na vida do cliente, além de aumentar a possibilidade de venda e a rentabilidade de sua carteira. “A nossa responsabilidade é conhecer o produto e entender o momento de vida do cliente para oferecer aquilo que ele precisa, entregar algo de valor e acabar com suas dores”.

Anna Angotti, gerente de Vendas de Seguros de Vida Individual e de Viagem da Omint Seguros

Anna Angotti, gerente de Vendas de Seguros de Vida Individual e de Viagem da Omint Seguros, falou sobre a importância de uma boa comunicação para a venda de um produto como o seguro de vida. “Temos que falar sobre isso. Às vezes, é ruim porque as pessoas não querem falar sobre morte, não querem nos ouvir, mas temos que fazer um diagnóstico do nosso cliente e apresentar uma oportunidade de seguro de vida cheia de benefícios que ele pode desfrutar em vida. Eu gosto de dizer que o seguro de vida não cobre sua vida, mas a transforma”.

Retorno do seguro de vida para o corretor

Alexandre Vicente, diretor de Produtos Vida, Habitacional e Afinidades do Grupo HDI Seguros

De acordo com Alexandre Vicente, diretor de Produtos Vida, Habitacional e Afinidades do Grupo HDI, a participação do seguro de vida no mercado é de menos de 1%, enquanto mercados mais maduros como nos Estados Unidos e Reino Unido, este número gira em torno de 5% e 8%.

“Temos um potencial enorme para fazer esse mercado crescer. Mas por que ainda continuamos com números tão baixos? Enquanto mais de 52% dos adultos nos Estados Unidos têm seguro de vida, no Brasil, são apenas 18%, especialmente na classe A e B. E o preço não é o principal motivo das classes mais baixas não terem um seguro de vida, já que hoje existem muitas opções de seguro de vida no mercado. O que precisa mudar é a forma de abordagem do corretor, que precisa conhecer o cliente e despertar nele uma reflexão sobre como o seguro de vida pode proteger o maior bem dele: a família”.

Raphael Bauer, então diretor Comercial do Canal Corretor da Mapfre Seguros

Para Raphael Bauer, então diretor Comercial do Canal Corretor da Mapfre Seguros, o segredo para vender um seguro de vida é trazer mais sentimento para a venda, sem colocar medo nas pessoas. “A pessoa tem que ter um seguro de vida para viver a vida e, quando a morte chegar, ela estará tranquila que a sua família estará bem assistida. Então, é isso: o corretor não vende seguro de vida, vende a liberdade do cliente viver a vida como ele quer”.

Flavio Rewa, diretor Regional SP Capital da Allianz Seguros

Há mais de 30 anos no mercado de seguros, Flavio Rewa, diretor Regional SP Capital da Allianz Seguros, contou como entrou para a área de seguro de vida: “Em uma conversa de bar, com um grande mentor sobre o que eu deveria fazer na minha carreira para alcançar os meus objetivos. Ele me respondeu que o caminho era seguro de vida e me disse uma frase que me marcou muito ‘seguro de vida é mais do que uma proteção familiar, é um ato de amor’. E essa frase não é apenas simbólica, é uma ação que a gente faz para as pessoas que amamos e, quando não estivermos mais aqui, elas estarão respaldadas.”

Roberta Bueno, gestora
de Vida da Allianz Seguros

Já Roberta Bueno, gestora de Vida da Allianz Seguros, falou sobre o crescimento exponencial desse mercado no pós-pandemia e como os corretores devem explorar a oportunidade. “É um movimento natural. O número de apólices coletivas ativas são cerca de 17,58%, que são seguros comprados por uma empresa. Então, temos 83% do mercado para trabalhar. E é um mercado gigantesco! Mas para vender, precisamos assumir uma linha positiva. Mostrar os aspectos atraentes do seguro e a morte tem que ser o último ponto a ser abordado”.

Conteúdo da edição de outubro (269) da Revista Cobertura

Revista Cobertura desde 1991 levando informação aos profissionais do mercado de seguros.

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