Proteger pessoas e auxiliar na continuidade dos negócios segue como propósito das seguradoras diante dos desafios trazidos com as mudanças climáticas
Carol Rodrigues
Uma pesquisa da Ipsos-Ipec mapeou a adoção de hábitos pensados na proteção do meio ambiente a apontou entre os entrevistados que 76% dizem ter adotado hábitos pró-meio ambiente, principalmente redução do consumo de água (64%) e energia (62%), separar lixo para reciclagem (59%) e diminuição do uso de plástico (53%).
Mesmo assim, 78% acreditam que o Brasil não está preparado para lidar com os impactos das mudanças climáticas. Vale destacar que, no mundo, cerca de 64% dos eventos climáticos extremos possuem alguma cobertura de seguro. No Brasil, este percentual cai para 6%, ou seja, uma lacuna de 94% sem qualquer cobertura de seguro.
“Temos consciência de nosso papel social como seguradora e, por isso, atuamos em diversas frentes para prestar todo o auxílio necessário às comunidades afetadas e minimizar os impactos causados por eventos climáticos cada vez mais severos. Isso reforça a importância do compromisso da Tokio Marine em trabalhar incessantemente para conscientizar os corretores e empresários sobre a importância de contratar seguros que amparem eventos climáticos, como vendavais, quedas de granizos, alagamentos e outros eventos da natureza”, diz Sidney Cezarino, diretor de Seguros Patrimoniais da Tokio Marine.

Segundo Ronny Martins, gerente de Produtos da ENS, a temática dos riscos climáticos tem ocupado posição central em diversos fóruns técnicos e acadêmicos, especialmente ao longo de 2025, impulsionada pela realização da COP30 no Brasil. “Além disso, eventos catastróficos recentes, como as amplamente discutidas enchentes no estado do Rio Grande do Sul, reforçaram a urgência deste assunto, despertando a atenção tanto do público em geral quanto dos profissionais do mercado para a necessidade de compreender e mitigar esses riscos”.
Ele observa que as instituições estão revisando produtos tradicionais e desenvolvendo soluções inovadoras, como seguros paramétricos para eventos climáticos severos, coberturas específicas para enchentes e alagamentos, seguros agrícolas indexados por índices climáticos, proteções para interrupção de negócios decorrente de fenômenos naturais e soluções voltadas à infraestrutura crítica afetada por eventos extremos.
Ivani Benazzi, superintendente de Sustentabilidade do Grupo Bradesco Seguros, observa um movimento crescente de fortalecimento dos compromissos públicos, desenvolvimento de novos produtos mais alinhados às necessidades do futuro e maior integração entre empresas, entidades reguladoras e organismos internacionais. “Nesse contexto, acreditamos que o setor segurador pode, e deve, ser protagonista na construção de comunidades mais resilientes, inclusivas e sustentáveis”.
Ela destaca que a evolução das soluções do Grupo Bradesco Seguros reflete o compromisso com a sustentabilidade e com a proteção integral dos segurados.
“Na Bradesco Seguros, entendemos que o setor tem a capacidade de ir além da reparação de perdas, atuando como agente estratégico de transformação ao contribuir para a transição rumo a uma economia mais sustentável e para a ampliação da proteção financeira em um cenário de riscos climáticos crescentes”.
Por isso, de acordo com ela, o portfólio é constantemente revisado para ampliar coberturas diante do aumento da frequência e da intensidade dos eventos extremos.
Arthur Mitke, vice-presidente de Subscrição e Sinistros da AXA no Brasil, observa o mercado de seguros assumindo um protagonismo essencial na transição climática, conectando o setor financeiro à economia real para viabilizar investimentos sustentáveis.
“Queremos ter um papel de protagonista nesse tema, não só apoiando nossos parceiros e clientes, mas também formando alianças no nosso setor (como foi o caso da Casa do Seguro), contribuindo com discussões para criação de políticas públicas e também na construção de soluções aderentes, compartilhando dados e informações com corretores e clientes, tornando a prevenção mais acessível e inclusiva”, diz, ao lembrar que o setor deve focar não apenas em indenizar, mas em prevenção, mitigação e no desenvolvimento de ferramentas preditivas para enfrentar os novos riscos climáticos.
Ele explica que, ao longo dos anos, a AXA tem adotado uma postura que vai além da cobertura tradicional de seguros: ela atua de maneira estratégica na gestão de riscos em todas as suas linhas de negócio. “Essa postura garante que nossa atuação esteja alinhada com a transição para uma economia de baixo carbono e a mitigação de riscos provocados pelas mudanças climáticas.
Nesse sentido, o Grupo AXA é pioneiro em adotar cláusulas de exclusão para setores intensivos em carbono. Desde 2016, realizamos o desinvestimento em tabaco e, em 2021, implementamos exclusões para exploração de petróleo e gás. Mantemos restrições firmes em indústrias como a de carvão e areias petrolíferas, reforçando nosso compromisso ético e ambiental”.

Para Rubens Teixeira, superintendente de Resseguro e Negócios Estruturado do Grupo HDI, a evolução no oferecimento de cobertura e serviços é resultante de um conjunto de fatores que leva em consideração o aprimoramento tecnológico, análise de dados históricos, inteligência climática e práticas modernas de manejo, permitindo ao produtor contratar um seguro mais adequado à sua realidade. “As exclusões seguem as normativas técnicas aplicáveis ao setor e permanecem alinhadas às condições contratuais previstas para cada modalidade de seguro”.
Ele também observa o fato de o mercado investir em estudos de impacto, soluções de seguros paramétricos e parcerias com órgãos reguladores para fomentar a resiliência. “Essa postura é essencial para garantir a continuidade dos negócios e oferecer proteção adequada frente a eventos extremos, que tendem a se intensificar com as mudanças climáticas”.

Segundo Patricia Chacon, COO da Porto Seguro, com o aumento da frequência e a intensidade dos eventos climáticos, a função do seguro deixa de ser apenas indenizar perdas: passa a incluir prevenção, antecipação de riscos, incentivo a comportamentos mais resilientes e indução de boas práticas mais sustentáveis.
“Como companhia, entendemos que nosso papel é atuar como facilitadores dessa resiliência, oferecendo soluções que protejam bens e pessoas, apoiando a reconstrução e desenvolvendo produtos que ampliem o acesso à proteção”.
Na Porto, até 2030, 100% da cadeia será monitorada por critérios ESG. “Isso nos prepara para entendermos os maiores riscos climáticos na nossa cadeia e apoiar nossos parceiros, fornecedores e clientes a se tornarem mais resilientes às mudanças climáticas através de engajamento. Vamos reforçar a gestão da cadeia de valor com base em critérios ambientais, sociais e de governança, incentivando que fornecedores e parceiros compartilhem do nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável”.
Patricia lembra que, diante das mudanças climáticas, o papel do setor é atuar como um facilitador da proteção e da resiliência para os clientes e comunidades, oferecendo soluções de seguro que garantam a segurança dos bens e das pessoas em momentos de adversidade, sempre com o cuidado Porto. “E, há muitos anos, já contamos com coberturas pensadas para eventos climáticos, sempre incluindo melhorias e entendendo as principais necessidades de cada cliente. O que estamos observando é que, nos últimos anos, o interesse dos próprios consumidores por esse tipo de cobertura vem aumentando”.
Para Nathalia Abreu, gerente de Sustentabilidade da Zurich Seguros, a evolução ocorre tanto na modelagem de risco e na subscrição quanto no desenvolvimento de soluções que ajudam clientes a reduzir vulnerabilidades e aumentar a resiliência operacional.
“A Zurich acompanha atentamente a evolução dos riscos climáticos e as demandas do mercado segurador. A companhia monitora tendências globais, inovações regulatórias e mudanças no perfil de exposição dos clientes para avaliar oportunidades de aprimoramento das coberturas existentes e desenvolvimento de ofertas futuras”.

Energias renováveis
A Tokio Marine possui produtos direcionados às energias renováveis, que atendem a demanda por alternativas mais sustentáveis para a geração de energia, e que vem ganhando força no Brasil: por exemplo o Risco Diversos Placas Solares (seja em uso residencial, comercial ou industrial) e o Energia Sustentável Integrada.
“O Seguro RD Placa Solar da Tokio Marine foi pensado especialmente para proteger equipamentos de geração de energia solar após a instalação. Ele oferece cobertura contra riscos como incêndios, raios, explosões, roubos e furtos qualificados, além de danos causados por vendavais, granizo ou qualquer outro evento externo que possa comprometer os equipamentos. O segurado, que pode ser uma pessoa física ou jurídica, também pode ampliar a proteção com coberturas adicionais, como danos elétricos e reembolso de despesas com instalação e montagem em caso de sinistro”, descreve o diretor da companhia.
Já o Seguro Tokio Marine Energia Sustentável Integradas, que é uma iniciativa exclusiva da Tokio Marine dentro da carteira de Riscos de Engenharia, agrupa em uma única apólice a cobertura para o período de obras civis e instalação e montagem incluindo a fase de teste / comissionamento, amparando o primeiro ano de operação das usinas solares e fotovoltaicas, evitando gap de cobertura na transferência do risco.
Segundo Cezarino, além de melhorias em produtos, a Tokio também investe em ações preventivas, que agilizem a identificação de situações que requeiram uma maior atenção. “Por meio da operação da Tokio Marine Assistência (TMA), acompanhamos constantemente as previsões meteorológicas das principais cidades do Brasil e adotamos medidas preventivas, como aumento de contingente e deslocamento de prestadores para as regiões afetadas, para manter o nível de serviço e excelência no atendimento aos corretores e clientes”.
A companhia também possui uma iniciativa de estruturar ações de apoio em casos de eventos extremos, envolvendo as diversas áreas da companhia, a fim de otimizar os atendimentos de sinistros e assistências, além de avaliar também formas de ajuda humanitária para as comunidades impactadas.

Coberturas e descarte ecológico
O Grupo Bradesco Seguros dispõe de um portfólio de produtos que contempla diversas coberturas relacionadas a eventos climáticos. Em seguros residenciais, empresariais e de equipamentos, por exemplo, oferecemos proteção contra alagamentos, inundações, vendavais, granizo, ciclones, tornados, entre outros eventos (como geadas e quedas de raios). “Também disponibilizamos assistências sustentáveis que orientam os clientes sobre descarte ecológico e consumo consciente de água e energia”, conta Ivani.
Além disso, a Bradesco conta com soluções acessíveis que buscam ampliar a inclusão securitária no país. “O Bradesco Microsseguro Residencial, por exemplo, inclui cobertura para riscos como vendaval, geada e queda de raio, além de assistência 24 horas. Esse tipo de produto contribui para ampliar a proteção de famílias em situação de vulnerabilidade, promovendo maior resiliência diante dos impactos das mudanças climáticas”.
No seguro automotivo, também há cobertura para danos decorrentes de alagamentos, entre outros eventos adversos.
O Grupo trabalha, ainda, no âmbito da adaptação. Durante a COP30, lançou o guia prático “Nosso Clima, Sua Saúde”, uma publicação que está disponível para toda a sociedade na página de sustentabilidade no site da companhia. “Ele reúne os principais riscos à saúde associados aos efeitos climáticos e propõe orientações sobre ações de prevenção e hábitos que podem ser adotados por indivíduos e comunidades para reduzir vulnerabilidades”.
Segundo Ivani, a Bradesco Seguros tem produtos e serviços sustentáveis em fase de estudo e desenvolvimento. “Seguimos trabalhando com foco em soluções que dialoguem com os desafios climáticos e sociais contemporâneos, de modo alinhado à nossa estratégia de negócios e aos compromissos internacionais assumidos pela companhia”.
Essas iniciativas fazem parte de uma jornada de inovação responsável, orientada pela integração entre proteção financeira, impacto positivo e adaptação às novas realidades climáticas.
O Grupo Bradesco Seguros contempla, em seu portfólio, produtos com cobertura para equipamentos de energia solar, como painéis fotovoltaicos, incentivando práticas sustentáveis por parte dos clientes. “A cobertura está disponível em diversos produtos do nosso portfólio nos ramos empresarial, residencial e equipamentos. Continuamos monitorando tendências e oportunidades para integrar esses aspectos à estrutura de precificação e relacionamento com os segurados, sempre de forma técnica e transparente”.

Salvados Solidários
Um dos pilares estratégicos da companhia é o AXA Verde, que olha para oportunidade de novos produtos ou revisão dos que já estão no portfólio para atender às necessidades do mercado para prevenir ou mitigar consequências de eventos climáticos. “Um dos primeiros seguros da companhia, o seguro de Riscos Patrimoniais, teve mais de 30 cláusulas alteradas para que atendesse a projetos de Energia Renovável. Mais do que as novas cláusulas, temos uma equipe especializada em power/Energy e também uma área de engenharia de riscos pronta para ajudar na prevenção”, conta Mitke.
Além disso, em 2025 a empresa lançou o seguro agrícola, que tem um processo de subscrição com tecnologia incorporada para uma análise criteriosa dos riscos, utilizando dados de organizações públicas para coibir práticas ilegais e garantir que as áreas seguradas estejam em conformidade com as normas ambientais e sociais. “A tecnologia também é empregada na leitura de imagens de satélite, com a inteligência artificial avaliando riscos sociais e ambientais, como trabalho escravo e desmatamento.
Queremos contribuir com o crescimento do agronegócio, uma das maiores atividades econômicas do país a se proteger contra riscos climáticos, e fazemos isso também com uma visão de sustentabilidade. Cada vez mais, a companhia também tem feito um trabalho de implementar uma cultura de prevenção junto aos clientes, apoiando nossos parceiros na transição energética”, comenta o VP.
No momento, a AXA possui algumas iniciativas como o “Escolha Sustentável” no seguro de celular, em que o cliente pode optar por repor um aparelho sinistrado por um recondicionado com upgrade e garantia por mais um ano, evitando a geração de resíduos eletrônicos e economizando recursos naturais como água e emissões de CO2.
“Também promovemos o ‘Salvados Solidários’, iniciativa que dá destino a cargas e produtos sinistrados que podem ser reaproveitados, evitando o descarte e alimentando a economia circular. E, como falamos, estamos para lançar uma cobertura que incentive reconstruções sustentáveis”.
Em breve, a AXA lançará um serviço novo no seguro Patrimonial que incentiva reconstruçõ es sustentáveis. “Queremos apoiar clientes a adotar práticas em linha com a nova realidade do mundo, tornando as construções mais resilientes e ambientalmente corretas”.
Incentivo à adoção de práticas sustentáveis
Segundo Teixeira, o Grupo HDI tem conduzido estudos específicos para identificar as melhores soluções de proteção contra os eventos climáticos. “No entanto, os produtos já oferecem uma ampla gama de coberturas e serviços voltados para mitigar impactos climáticos e garantir maior segurança ao cliente”. Entre eles, destacam-se: vendaval, queda de raios, proteção para equipamentos de energia solar, revisão das instalações hidráulicas, limpeza de calhas, inspeção de telhas, cobertura provisória de telhados.
“Essas medidas reforçam nosso compromisso em oferecer proteção completa e suporte eficiente diante de eventos climáticos adversos”.
A companhia também tem investido em inovações, conforme a sua agenda de expansão. “Temos iniciativas voltadas ao desenvolvimento de novos seguros para culturas de cana-de-açúcar, café e uva, bem como soluções para o segmento pecuário, modelos paramétricos e produtos de custeio e dano direto na planta. Essas iniciativas têm como objetivo de garantir opções de cobertura mais adequadas a diferentes realidades produtivas e ampliar a oferta de proteção para produtores de todas as regiões do país”, conta o superintendente.
A seguradora também tem estimulado boas práticas entre os seus segurados. “Os produtores que utilizam sistemas de plantio direto, agricultura de precisão, técnicas e manejo eficiente de recursos ou outras soluções que tragam benefícios ambientais e sociais, contam com condições diferenciadas na contratação do seguro”, explica.
A adoção de práticas sustentáveis no uso da lavoura, reduzem riscos operacionais e contribuem para um uso mais eficiente da terra. “Esses fatores também são considerados no processo de análise e precificação do risco”, acrescenta o superintendente.

Geolocalização e inteligência climática
Na Porto, os efeitos das mudanças climáticas já são uma realidade, especialmente em três frentes: os seguros Auto, Residencial e Empresarial. “Para lidar com esses desafios, contamos com um plano estruturado de resposta a eventos climáticos extremos, com ações preventivas, emergenciais e pós-evento”, comenta Patricia Chacon.
No seguro Auto, toda a linha de produtos inclui cobertura compreensiva, que protege contra prejuízos causados por enchentes, alagamentos, queda de árvores ou raios. Essa proteção cobre desde a submersão parcial até a total do veículo em água doce.
Já nos seguros patrimoniais – Residencial, Empresarial e Condomínio – são mais de 30 coberturas disponíveis, incluindo proteção contra alagamentos, desmoronamentos e danos elétricos. “Esses eventos, infelizmente cada vez mais frequentes, têm gerado um aumento na procura por essas coberturas específicas. Nos momentos críticos, ativamos planos emergenciais com reforço da assistência 24h, resgate veicular, suporte técnico para imóveis, atendimento prioritário nas regiões afetadas e liberação ágil de indenizações. Também utilizamos inteligência climática e geolocalização para emitir alertas preventivos via App, SMS e WhatsApp, além de iniciativas como o ‘moto-enchente’, que orienta motoristas a retirar veículos de áreas de risco antes das chuvas”, explica.
Hoje, a Porto utiliza inteligência climática integrada à base de geolocalização para emitir alertas preventivos via App, SMS e WhatsApp, permitindo orientar clientes em tempo real. “O fortalecimento das capacidades de inteligência climática, análise de dados e tecnologias de prevenção tem sido uma prioridade estratégica da companhia. “Além disso, vale destacar alguns dos nossos produtos: no Porto Bank, temos consórcios para carros elétricos e híbridos e para aquisição de painéis solares; na Porto Seguro, oferecemos seguros para carros e motos elétricas, além de seguros mais enxutos e acessíveis; e, em Porto Saúde, destaco a linha Porto Bairros, um plano microrregional e mais enxuto, que proporciona uma rede e atendimento de qualidade com preços mais acessíveis”.
Solução avançada de inteligência climática
Nathalia Abreu, gerente de Sustentabilidade da Zurich Seguros, conta que a Zurich possui um conjunto de produtos e serviços que oferecem proteção e apoio a clientes diante de eventos climáticos, combinando coberturas tradicionais de seguro com soluções de engenharia de riscos e análises avançadas de inteligência climática.
“No portfólio de seguros patrimoniais, empresariais e residenciais, as apólices podem incluir garantias contra danos materiais decorrentes de eventos da natureza, conforme previsto nas condições contratuais. Esses produtos podem contemplar prejuízos causados por chuva intensa, vendavais, granizo, alagamentos e outros fenômenos naturais, sempre de acordo com a cobertura contratada e o perfil de risco de cada cliente. Em seguros empresariais, por exemplo, há coberturas básicas que já incluem eventos da natureza, e em seguros residenciais é possível contratar proteções adicionais que respondem a danos provocados por intempéries”, descreve.
Além das coberturas tradicionais, a Zurich disponibiliza serviços especializados por meio da Zurich Resilience Solutions, unidade dedicada à análise e prevenção de riscos. “Esse trabalho integra análise técnica, visitas a instalações e recomendações que auxiliam na melhoria de processos, infraestrutura e preparação para cenários adversos”.
A companhia também oferece uma solução avançada de inteligência climática chamada Climate Spotlight, disponível em duas modalidades. “A versão Climate Spotlight Core permite avaliar a exposição de até 500 localidades com base em projeções climáticas reconhecidas internacionalmente, considerando riscos como calor extremo, precipitação intensa, vendavais, secas e alagamentos, com horizontes de análise que chegam até 2100. E o Climate Spotlight Expert complementa essa análise com a atuação dos engenheiros da Zurich, que incorporam métricas e técnicas adicionais, avaliam impactos financeiros potenciais, fornecem recomendações personalizadas e apoiam as organizações na priorização de investimentos relacionados à adaptação climática”.
Embora não sejam produtos de seguro, esses serviços ajudam empresas e instituições públicas e privadas a tomar decisões estratégicas com base em dados e cenários de risco físico.
A Zurich possui iniciativas sustentáveis integradas ao portfólio, que reforçam a agenda ESG da companhia e beneficiam indiretamente clientes que adotam práticas sustentáveis.
Além de outros serviços, como Descarte Ecológico, que promove a retirada e destinação ambientalmente correta de resíduos domésticos e materiais de obra, contribuindo para logística reversa e redução de impactos ambientais.
- Recentemente, a Tokio Marine anunciou mais um avanço significativo na jornada ESG: a conquista do Selo Carbon Free, que reconhece a compensação de 453 toneladas de CO₂e emitidas pelas operações da companhia no Brasil ao longo de 2024 nos escopos 1 (emissões próprias) e 2 (emissões indiretas referentes à aquisição de energia elétrica).
- O Grupo Bradesco Seguros atua de forma alinhada aos compromissos climáticos da Organização Bradesco e vem implementando práticas consistentes de gestão ambiental. Desde 2019, todas as emissões operacionais inventariadas da companhia vêm sendo compensadas por meio de iniciativas de neutralização de carbono. Além disso, utiliza energia elétrica proveniente de fontes renováveis, por meio da aquisição de certificados internacionais e de fazendas solares.
- O grupo AXA gerencia suas emissões de carbono através de medidas internas e estratégias de investimento para reduzir em 50% suas emissões de CO2 até 2030, apoiada por investimentos estratégicos em créditos de carbono. No Brasil, a companhia teve uma redução de 13% das emissões ao comparar 2024 com 2023.
- Já o Grupo HDI, tem o compromisso de entregar 30% de redução das em suas emissões de escopos 1 e 2 até 2030.
- A Porto entende que não se trata apenas de mitigar riscos, mas de regenerar relações, economias e territórios. Por isso, estruturou metas claras até 2030, que integram desempenho ambiental, social e financeiro. São compromissos como: reduzir em 40% as emissões absolutas de gases de efeito estufa (escopos 1 e 2, com base em 2023); garantir que a operação direta seja abastecida 100% por energia renovável; dobrar a reciclagem de carros; e comercializar R$ 13 bilhões em produtos com atributos sustentáveis e de impacto positivo.
- A Zurich possui metas globais de descarbonização, alinhadas ao compromisso de atingir emissões líquidas zero (net-zero) até 2050 em seguros e investimentos, e até 2030 em suas operações próprias. Esses objetivos orientam a estratégia climática da companhia mundialmente, como também no Brasil. No país, já há avanços mensuráveis. Desde 2021, mais de 32 mil toneladas de emissões financiadas foram reduzidas da carteira de investimentos local. Na subscrição, a Zurich trabalha para reduzir em 20% a intensidade de emissões dos grandes clientes corporativos até 2030, priorizando empresas com planos de transição energética com metas claras e verificáveis. A cadeia de suprimentos também integra a meta de descarbonização. No Brasil, houve redução de 76% das emissões operacionais desde 2019, refletindo a adoção de medidas de eficiência e transição energética.
Qualificação Profissional sobre risco climático
A Escola de Negócios e Seguros (ENS) tem como compromisso atender às demandas estratégicas do mercado de seguros, oferecendo programas educacionais de excelência que contribuam para o desenvolvimento e a atuação qualificada dos profissionais do setor. “Nosso portfólio contempla conteúdos que, devido à sua complexidade e especificidade, não são tradicionalmente disponibilizados por outras instituições de ensino”, conta Ronny Martins, gerente de Produtos da ENS.
Entre os cursos específicos estão a Certificação Avançada em ASG e Seguros, lançada em 2022, e a Certificação Avançada em Riscos Climáticos e Catastróficos, cuja turma inaugural foi ofertada no segundo semestre de 2025.
“Ambas reforçam o papel da ENS como referência na formação de especialistas capazes de atuar diante dos desafios contemporâneos do setor. É importante destacar que as iniciativas da ENS vão além da oferta de cursos. A Escola mantém, por exemplo, o Tudo Sobre Seguros (TSS), que disponibiliza conteúdos especializados via newsletters, e também podem ser acessados em uma página on-line dedicada à disseminação de conhecimentos gratuitos sobre ASG, entre outros temas relevantes para o setor”, descreve Martins.
Segundo ele, a Certificação Avançada em ASG e Seguros destaca-se pelo desempenho expressivo, tendo formado 108 profissionais até o momento.
Conteúdo da edição de dezembro (282) da Revista Cobertura











