Olik tem como propósito auxiliar na democratização dos seguros por meio da oferta digital. “Temos uma Argentina, no mínimo, para atender com seguro, tecnologia e produtos mais baratos”, destaca o CEO Marcio Magnabochi
Carol Rodrigues
Uma empresa diferente com uma proposta ousada. Levar o seguro onde e para quem ele ainda não chega. Com duas verticais, a estratégia é otimizar, facilitar e viabilizar a integração de um negócio embarcado para o canal de distribuição e na outra ponta atuar com as seguradoras. Assim a Olik se apresenta ao mercado.
Fundada em março de 2022 a empresa reúne expertises de seus sócios-fundadores Marcio Magnabochi, com toda a experiência no mercado de seguros; Eduardo Santos com o know-how em bancassurance, e João Duarte com expertise em tecnologia para seguradoras.
“Fundamos a empresa com o objetivo de apoiar os canais de distribuição, sejam eles varejistas, bancos, financeiras e cooperativas de crédito e empresas que trabalham no setor de entretenimento e turismo com tecnologia de forma digital para embarcar soluções de seguros na jornada de negócios dela. Assim eles agregam valor e têm a possibilidade de receita adicional”, explica o CEO Marcio Magnabochi.
Entre os parceiros da Olik estão a agência de viagens Chalinga; as financeiras Juros Baixos, Vip, Unicred; as empresas de entretenimento Futebol Card e Uhu; a Serasa; a empresa de contabilidade Agilize; Correios; a FinanZero e, no mercado de seguros, Biond, Unimed e Starr Insurance Company.
“Estamos fechando 2023 com parcerias muito fortes, fruto do desenvolvimento do nosso negócio. Esse tem sido um ano de consolidação da operação”, destaca Magnabochi.
Entre os seguros embarcados estão viagem, proteção financeira, no show, cartão saúde (assistência), bolsa protegida (Pix) e cyber, além de assistências como residencial e funeral. O ticket médio varia de R$ 5,00 a R$ 29,90.
“A Olik já comercializou mais de cinco mil itens de seguros por meio desses canais e tem um potencial enorme de alcançar mais brasileiros. Somente a Serasa abre 1 milhão de contas digitais por mês e a FinanZero transaciona mais de 100 mil empréstimos por mês”, compartilha Magnabochi.
Atualmente, a Olik conta com 16 parceiras e a projeção é dobrar o número a cada ano.
“2024 tem uma avenida gigantesca para crescermos. Estamos preparados para atender as necessidades para chegar aos clientes finais com tecnologia e soluções rápidas”, diz o CEO.
Para atender a demanda gigantesca, a Olik investiu cautelosamente em sua estrutura de tecnologia. “Tudo o que é relacionado à segurança da informação está customizado em módulos por parceria, de forma que cada um tenha a sua capacidade transacional de dados. Em um setor de entretenimento, por exemplo, percebemos que quando lançamos um show, nos primeiros 30 minutos a nossa tecnologia tem de estar preparada para absorver toda a demanda”.
A jornada do cliente é simples com poucos cliques e, dependendo, apenas um clique, mas a Olik conta com uma infraestrutura de tecnologia robusta para dar segurança à informação, obedecer Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e garantir a confidencialidade de cada canal.
Board de peso em prol da democratização
No final de 2023, Helio Kinoshita e José Roberto Marmo Loureiro passaram a integrar o board da Olik como investidores e advisors. Loureiro atuou 28 anos no mercado de seguros, dez anos na área de educação e já há quatro anos investe em startups, e viu na empresa uma oportunidade grande.
“A Olik é uma startup que tem a capacidade de democratizar o seguro. Temos hoje uma limitação da população, que está sendo castigada com diversos tipos de novos sinistros como enchentes, que não víamos no Brasil com frequência, e temos uma ferramenta poderosa para, através de diversos canais, que eu e o Helio podemos ajudar a abrir, levar acesso para que essas pessoas possam consumir seguros”.
Já Kinoshita, havia programado a transição em sua carreira, após 38 anos como executivo em seguradoras. “É uma oportunidade de contribuir com o desenvolvimento do mercado e aumentar o acesso ao seguro. Acredito muito que conseguimos fazer um processo positivo de penetração através da tecnologia, com tickets baixos e produtos simples, em que normalmente o corretor não consegue alcançar com a sua atuação. É uma solução complementar ao que o corretor faz. Esse é um meio poderoso para podermos crescer. A junção da tecnologia com o conhecimento de canais vai ajudar a tracionar o negócio da Olik”, destaca Kinoshita, sobre o trabalho que consiste em fomentar o mercado de massificados.
“A Olik veio para democratizar o acesso. A navegação é simples, mas por trás há robustez para capturar o essencial, que é o dado na ponta e a entrega para a seguradora que vai garantir a cobertura”, destaca Loureiro.
“Não estamos mirando o potencial do PIB atual. Queremos a outra fatia. Fizemos uma estimativa e a camada das classes C e D, que são pouco assistidas ou totalmente desassistidas com soluções de seguros de proteção financeira, residencial e vida, soma cerca de 90 milhões de pessoas. Temos uma Argentina, no mínimo, para atender com seguro, tecnologia e produtos mais baratos. Queremos entrar construindo prêmio novo”, destaca do CEO.
Como as seguradoras têm um modelo muito tradicional e ainda estão muito pesadas com sistemas legados e desenvolvimento de tecnologia para atender muitas regulações, elas não conseguem ter essa integração de forma mais amigável entre o canal de distribuição e o modelo de negócios dela.
Segundo Magnabochi, a Olik tem sido procurada por seguradoras tradicionais que têm a necessidade de agregar uma camada para facilitar a distribuição de seguros em seu modelo operacional. “Foi algo que não vimos na estratégia inicial. Mas observamos como efeito colateral positivo”.
A verdade é que a capacidade da Olik em customizar um produto rapidamente personalizado para as seguradoras tem chamado a atenção. “Facilitamos o acesso do cliente ao produto de seguro. Todo o processo de confirmação e efetivação da venda, a captura do dado, a cobrança individualizada e customizada, sistema de gestão que a seguradora pode oferecer para o canal de distribuição ou cliente dela. Temos essa camada de vendas, cobrança, gestão, integração com o sistema de controle de vendas”, explica o CEO.
“As seguradoras, de forma geral, são grandes e têm sistemas robustos que não são tão flexíveis. A Olik funciona como se fosse um carrinho de compras. Conseguimos pegar um produto complexo que ela tem em seu sistema robusto, levar até a ponta para o cliente dela e trazer de volta a informação trabalhada. Com isso, ela acessa o cliente”, diz Loureiro.
“Cada vez mais o conceito de compartilhar é válido. Não adianta achar que consegue fazer tudo sozinho. Firmar parcerias e compartilhar conhecimentos e know-how é importante para desenvolver negócios”, observa Kinoshita.
Conteúdo da edição de dezembro (260) da Revista Cobertura